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A recompensa ao sacrifício de Dilamar

Dilamar Soares, no avatar que ilustra seu perfil no facebook

PSD transfere para a próxima semana escolha do vice de Anabel. Restaram duas candidaturas. Presidente tenta desarmar crise interna que teve o auge na renúncia de Levi e ameaças de expulsão

 

Dilamar Soares está cobrando a conta.

Um dos argumentos do vereador para ser escolhido vice de Anabel Lorenzi (PSB) é que se sacrificou para construir o PSD em Gravataí.

Algo como: enquanto outros trabalhavam em seus mandatos ou estavam em eterna campanha, ele fazia partido.

Foi Dila quem atraiu ao PSD Levi Melo, candidato a prefeito em 2 de outubro que, como ele, saiu do PMDB reclamando da falta de atenção do prefeito Marco Alba. E, quinta, já escolhido pelo partido como vice, renunciou à candidatura para a qual teve dele, Dilamar, o apoio.

 

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Dilamar também filiou, vindos do PT, os vereadores Alemão da Kipão, por aproximação, e Dimas Costa, por conveniência.

Apaixonadamente, ele também correu no último ano e meio atrás da montagem de uma nominata de candidatos e candidatas à Câmara que saiu das urnas como a segunda maior em votos, quase 20 mil, atrás apenas do PMDB, partido do prefeito.

– Poderia ter feito mais votos, mas preferi que muitos que poderiam me apoiar concorressem para ajudar ao partido – costuma argumentar, quando explica a reeleição com 1.597 votos, 469 a menos que em sua primeira eleição em 2012.

Em reunião do partido nesta sexta-feira à noite, Dilamar apresentou-se oficialmente para disputa. Vai enfrentar Régis Fonseca, primeiro suplente à Câmara, que tem como ‘padrinho político’ Levi e saiu do encontro com o apoio do vereador eleito Bombeiro Martins, que tinha começado a noite na disputa, e do reeleito Dimas que, assediado na reunião para concorrer, mais uma vez disse não.

– Em nome da unidade partidária não entrarei na disputa – despistou, apesar de todos saberem que o vereador mais votado do partido e campeão de votos da oposição está chateado por não ser prioridade do PSD para nenhuma candidatura, de prefeito a deputado, passando pelo vice e a Presidência da Câmara.

 

Confirmada aliança com PSB

 

– O PSD marcha unido e forte com Anabel. Levi, Alemão, os três vereadores e os candidatos no último pleito reafirmaram a disposição de ir para rua em defesa do projeto PSB/PSD – divulgou em nota o presidente João Portella, apesar de Alemão não ter comparecido e Levi mal ter aberto a boca na reunião.

– Nomes para vice serão discutidos posteriormente – concluiu, após um dia onde foi de uma reunião para outra, fazendo o que pode para acabar com a crise que implode o partido há mais de uma semana.

 

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Aperta muito…

 

A decisão deve acontecer na quarta-feira, em novo encontro do partido.

A favor de Régis pesa nos bastidores uma estratégia silenciosa de escolhê-lo por ser mais próximo a Levi, o que ‘obrigaria’ o médico a entrar na campanha de Anabel, num panfleto que seja.

Tática que a outros parece arriscada, porque pode antecipar a saída de um Levi que poderia ficar quieto, de fora da campanha, diretamente para o palanque da reeleição do prefeito, de volta para o PMDB e anunciado, com apoio de Marco, candidato a deputado em 2018.

 

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O inferno, o céu e os outros

 

Ao fim, Dilamar, até pelo ‘respeito à fila’, é o favorito. Ainda mais se desestressar um pouco a campanha obsessiva que faz para ser o vice. A conta que ele cobra é justa pelo que construiu, mesmo que tenha destruído muito internamente depois da eleição.

Sartre dizia “o inferno são os outros”.

O céu também pode ser.

 

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