A executiva do PT de Gravataí assina nota em resposta às críticas do prefeito a governos anteriores, que relatei no artigo Marco Alba sem bandeiras brancas; aberta ’caça aos petralhas’, publicado nesta segunda pelo Seguinte:.
Siga na íntegra e, ao fim, comento.
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A polêmica criada pelo prefeito Marco Alba do MDB tem endereço certo: desviar a atenção dos erros de um governo que fica de costas para o povo.
Ele e seu partido têm um histórico recente que desonra homens como Ulisses Guimarães. A sua regra agora é destruir a democracia, retirar direitos do povo pobre e acabar com a participação popular.
Em 2011, através de um golpe, entraram na prefeitura pela porta dos fundos, contra a vontade da população e sem votos.
E seguiram assim, vencendo eleições só depois de golpes jurídicos, sem eleições limpas.
Quando surrupiaram o governo de Rita, em 2011, interromperam o único governo que não aumentou o endividamento em décadas. No governo Rita e Cristiano, as dívidas de longo prazo ficaram estabilizadas, mesmo tendo que assumir dívidas de governos anteriores, entre elas dívidas de INSS e precatórios desde Abílio e Edir.
As dívidas de curto prazo foram reduzidas em 21 milhões. O equilíbrio das finanças permitiu captar recursos que, agora, Alba apresenta em obras, mas deixando financiamentos para outros pagarem depois. Além disso, naquela época a prefeitura conseguiu, depois de anos, ter todas as certidões negativas de débitos e a ficha limpa. E tudo isso, sem arrochar salários e ampliando serviços públicos para quem mais precisa.
O MDB tenta desviar a atenção e jogar a culpa de tudo no PT, mas esconde quem são os verdadeiros culpados. Quem endividou a Prefeitura, não está mais no PT. E alguns estão com Alba.
(…)”
Analiso.
Tanto as críticas de Marco Alba quanto a resposta do PT estão dentro da disputa política.
Na ‘ideologia dos números’, não há fake news nos dados apresentados pelo prefeito e pelos petistas sobre dívidas que herdaram e pagaram.
Inclusive, se há pelo menos uma coisa que aproxima os dois lados da ferradura é o ajuste fiscal de Rita ‘Mãos de Tesoura’ Sanco e Marco ‘Déficit Zero’ Alba.
Como uma das funções do jornalismo é dar às coisas os nomes que elas têm, também entendo necessário traduzir ao leitor que se inscreve ululante que, mesmo sem prenomes, sobrenomes ou alcunhas, Marco em seu discurso parece ter mirado mais em Daniel Bordignon (PDT) e Dimas Costa (PSD), ex-petistas “com uma camisa diferente”, do que no próprio PT já que, conseqüência ou não do golpeachment de 2011 contra Rita e Cristiano, o partido hoje resta abatido por outro golpe, muito mais arrasador: o das urnas, e símbolo disso é ter recebido menos votos do que o PSol em 2017.
Já quando o PT rememora próceres de governos anteriores que “estão com Alba”, aponta ao menos para os ex-prefeitos Edir Oliveira (PTB) e Sérgio Stasinski (PV), entusiastas dos dois mandatos de Marco.
Nem é preciso listar atuais detentores de mandato ou CCs, porque aí é inegável, é a 'lei do ex', a constatação de que a participação em gestões petistas, municipais, estaduais e nacionais está no DNA de pelo menos metade da política de Gravataí.
Os fatos são teimosos, dizia Lênin.