De único no ano de sua conclusão, em 1882, até passar ao mais antigo prédio entre os vizinhos que hoje os rodeiam, o Casarão dos Bina está prestes a ser ressignificado: será restaurado pela Prefeitura para tornar-se o novo espaço público de cultura de Gravataí.
Funcionários da empresa contratada já trabalham no local. Telhado, madeiramento, fachada e aberturas serão recuperados de acordo com as características originais, e as redes elétrica e hidráulica serão readequadas com foco na funcionalidade do espaço.
Na manhã da terça-feira, o secretário de Obras Públicas, Guilherme Ósio; o secretário de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal, Diogo Castilhos; e a chefe de gabinete do prefeito Luiz Zaffalon, Mari Léia Bastiani; foram ao casarão, acompanhados do conselheiro da Diáspora Açoriana no Estado do Rio Grande do Sul, Régis Albino Marques. O grupo conversou com os engenheiros e arquitetos responsáveis pela reforma e conheceu detalhes do projeto.
– Estamos concluindo a etapa de remoção das telhas e trabalhando nas redes de esgotamento pluvial. Os próximos passos serão a estabilização das paredes e o madeiramento da cobertura – explica Marcus Vinícius, engenheiro da Prefeitura.
Para garantir a fidelidade em cada detalhe da restauração, um estudo técnico foi realizado pela Prefeitura em 2022. O trabalho norteou o projeto de restauro, assinado pelo arquiteto Lucas Volpato, da Studio 1 Arquitetura.
– O estudo identificou os materiais e as cores utilizados na construção; também permitiu a elaboração dos projetos complementares para a parte estrutural – destaca o secretário Ósio.
– O Casarão dos Bina é uma importante referência da arquitetura portuguesa em Gravataí. Além dele, restam o Museu Agostinho Marta, o Solar das Magnólias, a nossa Casa dos Açores, e a sede da Prefeitura; daí a importância desta restauração – diz Régis Albino.
A história em transformação
Erguido no final do século 19, o Casarão dos Bina é uma das construções mais emblemáticas de Gravataí. Nos 140 anos em que está em pé, abrigou momentos importantes da história local; e mais do que resistir ao tempo, suas paredes, portas, janelas e telhas ao estilo português, ainda que de forma silenciosa, testemunharam a cidade se transformando e se humanizando ao seu redor.
A construção cumpriu diferentes papéis neste um século e meio de existência. A propriedade rural de aproximadamente 40 hectares da família de Carlos Bina cedeu lugar ao bairro Moradas do Sobrado, hoje predominantemente residencial e suprido por comércios e serviços de diferentes portes. Seu último ato antes de ser desativado foi servir como sede da antiga Fundação Municipal do Meio Ambiente.
Presente e futuro
Os planos para o Casarão dos Bina vão além de preservar a memória arquitetônica da cidade. O espaço ganhará estrutura anexa em seu entorno, um lounge capaz de comportar coquetéis e exposições. Também terá uma área de estar ao ar livre para contemplação da natureza, que segue preservada.
Além de um novo ponto de eventos, o prédio abrigará um museu permanente.
– Teremos a História conservada; mais do que isso, ressignificaremos o Casarão dos Bina e faremos dele um ponto de cultura e integração do povo de Gravataí daqui para o futuro – afirma o prefeito Luiz Zaffalon.
