RAFAEL MARTINELLI

É da política a fantasia que veste o vereador Deadpool em Gravataí

Deadpool e Leite na sede estadual do PSDB, em Porto Alegre, quinta passada

O vereador Fernando Deadpool (sem partido) fez uma postagem em suas redes sociais que merece análise, após tietar o governador Eduardo Leite após a filiação do prefeito Luiz Zaffalon ao PSDB; leia sobre o ato em SEGUINTE TV | Nem Lula, nem Bolsonaro: Prefeito Zaffa escolhe Eduardo Leite e se filia ao PSDB; A III Guerra Política de Gravataí e o Clube dos Frades.

Sigo abaixo do print.

O obvio é que a presença – e a exposição ao lado de Leite – confirmam ainda mais que Deadpool e faz parte da ‘nova base de Zaffa’, ou ‘Situação A’, que é como chamo o grupo de vereadores que ficaram no governo ou foram atraídos da oposição pelo prefeito após a deflagração da III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Marco Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon x Stasinski.

Deadpool negocia filiação ao Patriota, partido da base governista.

Como o parlamentar mais jovem da Câmara de Gravataí, quando fumamos um cigarrinho em eventos públicos sempre brinca que nunca encontro algo positivo para escrever sobre ele no Seguinte:, atendo-o.

Como não sou daqueles que permitem aos políticos apenas a presunção de culpa, curti que o texto da postagem é didático para eleitores do vereador que, ao menos pelas manifestações que acompanho no Grande Tribunal das Redes Sociais, antes mesmo de sua eleição, são próximas ao que se convencionou chamar de ‘antipolítica’.

Reputo que quando Deadpool trata com respeito, e até deferência, estar ao lado do governador, assim como já apertou a mão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, valoriza a política, tão necessária principalmente para os mais pobres – onde resta a maioria de sua base eleitoral, conforme ele próprio.

Ao fim, Fernando Deadpool mostra que não é mais um outsider da política. É, sim, um político. Não há nada de feio nisso. Pelo contrário: é a beleza da democracia, que é exercida por personagens humanas.

Episódios assim me lembram sempre ‘Ser Político’, verbete do Millôr, que já citei em Vereador Fernando Deadpool ‘está’ no governo do prefeito Zaffa em Gravataí; O ‘Ser Político’.

Ser político é engolir sapo e não ter indigestão, respirar o ar do executivo e não sentir a execução, é acreditar no diálogo em que o poder fala e ele escuta, é ser ao mesmo tempo um ímã e um calidoscópio de boatos, é aprender a sofrer humilhações todos os dias, em pequenas doses, até ficar completamente imune à ofensa global, é esvaziar a tragédia atual com uma demagogia repetida de tragédia antiga, é ver o que não existe e olhar, sem ver, a miséria existente, é não ter religião e por isso mesmo cortejar a todas, é, no meio da mais degradante desonra, encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas, é correr logo pra bilheteria quando alguém grita que o circo pega fogo, é rir do sem-graça encontrando no antiespírito o supremo deleite desde que seu portador seja bem alto, é flexionar a espinha, a vocação e a alma em longas prostrações ante o poder como preparação do dia de exercê-lo, é recompor com estoicismo indignidades passadas projetando pra história uma biografia no mínimo improvável, é almoçar quatro vezes e jantar umas seis pra resolver definitivamente o problema da nossa subnutrição endêmica, é tentar nobremente a redistribuição dos bens sociais, começando, é natural, por acumulá-los, pois não se pode distribuir o pão disperso, e é ser probo seguindo autocritério. E assim, por conhecer profundamente a causa pública e a natureza humana, estar sempre pronto a usufruir diariamente do gozo de pequenas provações e a sofrer na própria pele insuportáveis vantagens.


Assista ao vídeo da filiação de Zaffa produzido pela SEGUINTE TV

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