eleições 2018

A solução de Jairo Jorge para o Rio Grande

Jairo Jorge no aniversário de Daniel Bordignon, em Gravataí

Jairo Jorge foi o convidado especial do aniversário do ex-prefeito e ex-deputado estadual Daniel Bordignon, comemorado sábado em Gravataí. O candidato a governador pelo PDT falou ao Seguinte: por 15 minutos, antes de ser chamado ao palco do CTG Aldeia dos Anjos.

Siga trechos da entrevista.

 

Seguinte: – Governos já renegociaram a dívida pública, venderam estatais, usaram do caixa único, rasparam depósitos judiciais ou aumentaram impostos. E o Rio Grande só faz despencar do mapa econômico do país. Qual a saída?

Jairo Jorge – Por 17 meses percorri 100 mil quilômetros, visitei as 497 cidades do estado e ouvi 28 mil gaúchos, numa campanha propositiva, sem falar mal do Britto, do Olívio, do Rigotto, da Yeda, do Tarso ou do Sartori. Costumo convocar todos a usar as pedras para construirmos um novo alicerce para o Rio Grande. Quero com minha experiência como prefeito, como secretário executivo do ministério da educação e como reitor da Ulbra, mostrar que o estado tem solução: a inovação. Para crescer, só com menos burocracia e menos impostos. Não pode no RS uma licença ambiental demorar 900 dias e em Santa Catarina 90. É uma estrutura feita para não dar certo, principalmente quando somada a uma carga tributária que asfixia os empreendedores.

 

Seguinte: – A palavra mágica: como?

Jairo Jorge – Em Canoas, liberamos o Park Shopping em 57 dias. Em relação aos impostos, criamos um gatilho no qual, quando aumentava a arrecadação, reduzia o ISSQN. Planejo fazer o mesmo no estado com o ICMS. Tabulamos já em 1º de julho de 2019 baixar a alíquota geral para 17,75% e a dos combustíveis para 29%. Um ano adiante, avaliaremos nova redução de 0,25% no geral e de 1% nos combustíveis. Isso é um sinal real, tanto para empresas que estão indo embora permanecerem no RS, como para atrair novos investimentos.

 

Seguinte: – O estado não custa muito caro?

Jairo Jorge – O custeio é alto e é obrigação do governo enxugá-lo. Trabalharemos não com 27 (Tarso), nem com 17 (Sartori), mas com 10 estruturas de primeiro escalão e apenas três níveis hierárquicos: formulação, desenvolvimento e gerenciamento. Nosso plano de governo prevê a criação de uma lei de responsabilidade gerencial com metas para 21 anos, revisadas em sete ciclos de três anos, naquilo que são os fins do estado: investir em educação, saúde e segurança.

 

Seguinte: – De onde vai sair o dinheiro?

Jairo Jorge – A primeira medida será criar um fundo para a educação utilizando a lucratividade das empresas públicas. O Banrisul teve lucro de R$ 1 bi no ano passado. É o dobro de tudo que se investiu em 2017. É uma receita que pode aumentar e podemos chegar muito bem a R$ 500 milhões por ano nesse fundo para educação. Para a segurança projetamos o RS Investimento, onde negociaremos terrenos e prédios públicos, em trocas ou parcerias com a iniciativa privada, para investir em viaturas, equipamentos, estruturas de segurança e presídios. Calculamos levantar pelo menos R$ 400 milhões em quatro anos.

 

Seguinte: – Não há como dissociar o governo Sartori dos parcelamentos de salários do funcionalismo. O governador não paga porque não pode, ou porque não quer? Qual será a política do seu governo para os servidores, num cenário no qual, excluindo pensões, quase 6 em cada 10 reais vão para a folha de pagamento dos três poderes?

Jairo Jorge – É fato que Sartori transformou o parcelamento de salários em política de estado. Foi uma escolha que quebrou o comércio gaúcho, já que estamos falando de 300 mil famílias, ou mais de um milhão de pessoas. Brincando com coisa séria: ‘Aluga-se’ é o hoje a maior empresa do estado. Meu primeiro ato será criar uma mesa de diálogo com os servidores. É preciso um pacto com a inteligência do estado, que são os servidores. Eles são parte da solução e não o problema. Atrasar salários, nunca.

 

Seguinte: – E a previdência? Há mais inativos que ativos no estado…

Jairo Jorge – Essa é uma questão nacional, que qualquer que for o próximo presidente terá que enfrentar e precisa ser resolvida sob a luz da mudança etária (o aumento na expectativa de vida), mas com previsibilidade. As ameaças dos governos de mudanças bruscas só pioram a situação, porque empurra servidores a antecipar as aposentadorias.

 

Seguinte: – O que aproxima Jairo Jorge e Ciro Gomes?

Jairo Jorge – Além de um projeto claro de nação, a educação. O Ceará tem índices de educação muito acima da expectativa para um estado pobre. Das 100 melhores escolas conforme o Ideb, 77 estão no Ceará. Isso é resultado de planejamento e gestão. Há um material didático único, se sabe o que o aluno vai estudar na semana. Primeiro se trabalhou a idade certa para alfabetização, depois se avançou para o ensino fundamental e agora ao ensino médio. E com responsabilidades compartilhadas entre o estado e os municípios. Hoje no RS temos uma disputa por recursos. Nosso projeto prevê o investimento de um bilhão e meio para fazer a segunda revolução educacional no estado. A primeira quem fez também foi um trabalhista, Leonel Brizola.

 

Seguinte: – Uma questão local: a maior liderança do PDT em Gravataí é Daniel Bordignon. Qual o papel dele na campanha e num futuro governo?

Jairo Jorge – O Bordignon é um companheiro de longa data, um amigo que tem me ajudado muito, tanto na campanha quanto na formulação de nosso plano de governo. Foi um gestor habilidoso, um dos melhores que o Rio Grande já teve. Planejamos ter um secretário de estado em cada grupo de Coredes (os conselhos regionais de desenvolvimento), para promover de fato uma regionalização do estado. O Bordignon terá papel fundamental nessa escolha.

 

Seguinte: – Jornalista de profissão, qual manchete daria para teu plano de governo?

Jairo Jorge – O Rio Grande tem solução.

 

Quem é Jairo Jorge

 

O candidato a governador divulgou nesta segunda um breve perfil em seu perfil no Facebook:

– Sou filho do seu Jhayr, que foi motorista de táxi, e de dona Gasparina, costureira e cabeleireira; casado com Thais Pena, pai do Mário, da Isadora e da Ana Cândida (de coração e da vida). Tenho hábitos simples: cinema, shows e leitura, muita leitura. Sou um estudioso convicto. Gosto de me dedicar a novos conhecimentos. Antes de ser jornalista, quis ser astronauta, padre, médico, pesquisador, biólogo, cientista… Mas foi no jornalismo que vi realmente a chance de trabalhar com algo que pudesse contribuir com a sociedade. Sempre acreditei que o jornalista, além de contar e registrar histórias, deve ajudar a ultrapassar certas muralhas, como foi a da ditadura, ao difundir uma consciência crítica e passar para as pessoas um senso de cidadania e responsabilidade. E tenho uma lembrança especial de quando comecei a ler: meus pais não tinham acesso a muitos livros, então a primeira coisa que peguei para ler foi o Correio do Povo, embaixo de uma parreira. Já era o caminho pro jornalismo, talvez. Divido com vocês um pouco da minha trajetória. São mais de 33 anos de vida pública, ficha limpa e muito orgulho das conquistas que tive ao lado da sociedade. Política, pra mim, é isso: transformar vidas.

 

: Década de 1960

Maio de 1963: Jairo Jorge nasce em casa, em Canoas, filho do Seu Jahyr e da Dona Gasparina.

 

 

Década de 1970

Aluno dedicado e religioso. Participa da Pastoral da Juventude e da Juventude Operária Católica.

 

 

: Década de 1980

Em 1985, aos 22 anos, concorreu pela 1ª vez a Prefeitura de Canoas, sendo o candidato mais novo de todo o país. Em 1988, com apenas 25 anos é eleito o vereador mais votado da sua cidade e do interior do RS.

 

 

Década de 1990

Como vereador, se destaca pela defesa de mais recursos para a educação. Forma-se em Jornalismo pela UFRGS. Cria a Lei do Passe Livre para Idoso com 60 anos. Retoma a carreira jornalista, atuando no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

 

 

: Anos 2000

Secretário executivo do Ministério da Educação e um dos criadores do PROUNI (Programa Universidade para Todos) e FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Trabalha pela implantação da Unipampa (Palmeira das Missões e Frederico Wetsphalen), da Universidade Aberta do Brasil e da Universidade Federal da Fronteira Sul. Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da ULBRA. Em 2008, é eleito prefeito de Canoas.

 

 

Anos 2010

Em 2012, é reeleito prefeito de Canoas com 71,27% dos votos válidos: a sexta maior votação do Brasil. Lidera uma frente com 17 partidos que elege 20 entre os 21 vereadores. Em 2015, é o prefeito mais bem avaliado do RS, com 77,8% de aprovação, em pesquisa do Correio do Povo/Methodus. Coordena o Projeto RS 2030 que ouviu mais de 1.500 lideranças e discutiu soluções para a crise do RS (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS). Vice-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (ANP) e da Rede Cidades.

 

 

2018

É pré-candidato ao Governo do Estado pelo PDT.

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