A deputada estadual Patrícia Bazotti Alba defendeu a saída do MDB do governo Eduardo Leite (PSDB) após o governador pedir para o secretário Juvir Costella (MDB) reassumir o mandato na Assembleia Legislativa para votar a favor da manutenção das alíquotas do ICMS.
Até 31 de dezembro a primeira-dama de Gravataí é suplente. Quando Fábio Branco (MDB) assumir a Prefeitura de Rio Grande a advogada assume a cadeira como titular.
Leia a íntegra do post de Patrícia e, abaixo, sigo.
“(…)
A cada ato, o Governo do Estado deixa claro que perdeu o eixo. Ao devolver seu secretário de transportes para a Assembleia, para votar favorável ao pacote de aumento da carga tributária, o Governador aprofunda a prática da velha política, cobra a fatura do espaço político concedido ao MDB e tenta silenciar uma voz divergente dentro do plenário. Eduardo Leite não soube ouvir a sociedade gaúcha e não quer ouvir o Poder Legislativo.
A permanência do MDB fica insustentável no governo.
#NaoaoAumentodeImpostos
(…)”
Sigo insistindo: é o doce sabor de ser oposição, como tratei terça, em Como deputada de Gravataí vai votar projeto de aumento de ICMS; O doce sabor da oposição.
Se Patrícia acerta em defender que o MDB entregue os cargos que tem no Estado, já que o partido quer votar contra um projeto que, reprovado, inviabiliza o governo e vai tornar ainda mais interminável o mês do funcionalismo, erra ao falar em “velha política”.
Reputo um erro discursivo comum, porque não consigo, e desafio alguém diferenciar claramente o que é “velha”, ou “nova” política. Há política.
O governador manobrar para aprovar a manutenção das alíquotas faz parte das regras do jogo. Assim como Patrícia votar contra, afinal na campanha Leite experimentou o ‘doce sabor da oposição’ ao criticar o tarifaço de José Ivo Sartori (MDB) e prometer não renovar – o que tenta agora.
Vamos aos exemplos, além fronteiras e também em casa.
No Estado, em 1999 o MDB votou contra aumento de alíquotas do ICMS proposto por Olívio Dutra (PT) mas no governo Antônio Britto (1995-1998) tinha aumentado impostos e, depois, nas gestões de Germano Rigotto (2003-2006) e José Ivo Sartori (2015-2018) aprovou novos tarifaços.
Da mesma forma, Marco Alba, como deputado de oposição ao governo Tarso Genro votou contra criação CCs e, no primeiro projeto como prefeito, em 2013, aprovou sob o nome de reforma administrativa o que a oposição chamou de ‘bonde dos cargos’.
Hoje também há no MDB de Gravataí processo de expulsão de Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia pela abstenção dos 'vereadores do Jones Martins' ter ajudado a oposição a aprovar parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que rejeitava contas de 2017 do prefeito Marco Alba.
Na história recente assim se comportaram Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro.
Aguardemos o Telecatch no governo Luiz Zaffalon (MDB) a partir de 1º de janeiro de 2021.
É da política, independentemente do lado da ferradura ideológica.
A banca recebe, mas às vezes também paga.
Ao fim, insisto: nem velha, nem nova, há política, a mais antigas profissões como dizia o Millôr.
Já se na próxima terça o MDB apresentar uma solução alternativa factível, para além da crítica ao estelionato eleitoral cometido por Eduardo Leite ao prometer que não manteria as alíquotas altas, aí começo a repensar meus conceitos sobre diferentes políticas.
Compromisso com erro não tenho.
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