tecnologia da informação

AGTI faz de Gravataí um Vale do Silício

Presidente Selma e fundadores Nielsen Specht e Henrique Gerstner: associação de empresas de TI trabalha o presente de olho no futuro.

Guardadas as proporções, o Vale do Gravataí tem tudo para ser o Vale do Silício – só que com as cores verde, amarelo, azul e branco!

Pelo menos é o que pensa projeta um grupo de três pessoas envolvidas até a raiz dos cabelos com um tema cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, a tecnologia da informação. Não porque aqui por Gravataí e região abundam empresas gigantes que lidam com tecnologia de ponta, com o acontece na Califórnia, Estados Unidos.

Mas porque, por aqui, estas pessoas que estão umbilicalmente ligadas a uma associação voltada ao incentivo e desenvolvimento do setor, vislumbram o que chamam de “potencial gigantesco” no que diz respeito à formação profissional, ao desenvolvimento e criação de – principalmente! – startups.

A entidade é a Associação das Empresas e Profissionais de Tecnologia da Informação do Vale do Gravataí, nome pomposo e extenso para a sigla através da qual é tratada e vem sendo amplamente difundida: AGTI. No foco estão as empresas e profissionais de TI, instituições de ensino, entidades públicas e privadas. E, claro, a sociedade.

Fundada em março de 2017 e constituída desde 21 de abril de 2017 – quando recebeu o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o CNPJ – a AGTI tem na presidência, desde o começo, a educadora e empresária Selma Fraga. Uma professora de Tecnologia da Informática que no início de sua vida profissional foi balconista de supermercado.

O início foi modesto, com apenas 15 sócios, os fundadores. Hoje a associação conta com 120 associados, sem que fosse desenvolvida qualquer campanha de adesão. Destes, de acordo com a presidente Selma, pelo menos 70% são associados que não têm vínculos diretos com a área tecnológica, como profissionais liberais em geral.

 

CURIOSIDADE

 

1

A presidente da AGIT, Selma Fraga, é uma pessoa altamente tecnológica e envolvida com benefícios que a tecnologia pode lhe oportunizar.

 

2

Uma destas conexões é com o aplicativo WhatsApp, meio que utiliza para agilizar contatos nas atividades do seu dia-a-dia.

 

3

Para dar uma ideia do tamanho da importância que o aplicativo tem na vida da presidente, no smartphone dela estão nada menos que 3.840 contatos. Com o do Seguinte:, 3.841.

 

4

São nomes que vão desde empresários com os quais recém falou ou mantém contatos frequentes, passando por autoridades e até alunos com os quais conviveu há anos.

 

5

Ela justifica: “Não quer dizer que eu fale com todo mundo, mas uma hora eu posso precisar. E isso já aconteceu algumas vezes”.

 

A missão

 

Qual o propósito da AGTI? A resposta está em um folder produzido ainda na época da fundação da associação:

— Promover o contínuo desenvolvimento da área de Tecnologia da Informação por meio da inovação, congregando profissionais, instituições de ensino, empresas e entes públicos, visando o desenvolvimento tecnológico, científico e econômico do segmento através de produtos e serviços que agreguem valor à sociedade.

 

A origem

 

Não é a totalidade, com certeza, mas grande parte dos que trabalharam pela criação da AGIT tem em comum a origem: a Qi Faculdades. Tanto que o empresário Henrique Gerstner, fundador da Qi há quase 29 anos, é um dos fundadores da associação. A então escola de informática foi precursora no ensino desta novidade para quem estava procurando conhecimentos na área, em busca da profissionalização.

— A base toda da AGTI se formou e em algum momento se encontrou na Qi.  Ensinamos e preparamos muita gente para o mercado de trabalho, mais de 100 mil pessoas neste tempo todo, e depois de um tempo resolvemos criar a AGTI para fomentar o crescimento deste ambiente — disse Gerstner no encontro com o Seguinte:, nesta semana.

Uma das metas finais, de acordo com o professor e empresário, é viabilizar a geração de empresas através das startups, unindo a mão de obra qualificada visando movimentar a economia. Agora, o processo se inverteu, passando a AGTI a ser importante dentro do contexto da educação tecnológica na região.

— Agora a associação oportuniza a criação de empresas por alunos formados na Qi e outras instituições, e fomenta o desenvolvimento deste ensino, com nível cada vez mais aprimorado, dentro destas instituições que a cidade tem. Ou seja, a AGTI veio para unir os entes de ensino da área, como Gensa, Ulbra, a própria Qi, formando pessoas para trabalhar com tecnologia — explica.

Outro fundador da AGTI, Nielsen Specht, também professor, diz que seu envolvimento com a área da tecnologia já soma “algumas décadas”. Ele começou como digitador e depois de passar por outras áreas profissionais retornou à tecnologia e ao ensino, chegando inclusive ao posto de diretor da Qi Faculdades onde, atualmente, leciona.

 

O futuro

 

Não tem saída.

Para Specht, o futuro das pessoas de um modo geral passa pela tecnologia e vai depender dessa área no mais amplo sentido. A automação e a informática, explica, estão se inserindo no cotidiano das pessoas quase de forma imperceptível, mas muito fortemente. E isso se dá de modo mais notório nas empresas.

A tecnologia, afirma, já impacta quase todas as pessoas. Resta é definir como a pessoa vai ser atingida, no bom sentido.

— Ou vai ser impactado ou impactante. Quando a pessoa é impactada ela paga (pelos serviços) e quando é impactante recebe (pela prestação destes serviços) — explica.

De acordo com o professor, é necessário desenvolver, na região, uma alternativa à base da economia que no caso de Gravataí está muito dependente do polo metal-mecânico e industrial. Estas áreas, antecipa, vão deixar de ser grandes empregadores de mão-de-obra justamente pelo impacto da tecnologia.

Aí é que entra, de novo, a AGTI.

— A nossa ideia, aqui, é desenvolver mentes que possam criar e desenvolver soluções tecnológicas de forma a gerar para a cidade – e região – riqueza limpa, de alto valor agregado, sendo impactantes em outros lugares (cidades).

O professor Nielsen Specht salienta que o custo financeiro para criação de uma empresa na área da tecnologia é consideravelmente baixo, muito próximo de zero. Por isso, entende, é preciso que sejam estimulados, principalmente os jovens, para que invistam seu tempo neste segmento de mercado.

 

TRADUÇÃO

 

Riqueza limpa – Sem geração de resíduos que possam significar agressão ao meio ambiente.

Alto valor agregado – Reconhecimento pelo potencial criativo.

Impactantes – Que as empresas daqui recebam os royalties pelo que criar, sem ter que pagar royalties pelo que for criado em outros lugares.

 

Inteligência artificial

 

É outro campo do qual o homem, como um todo, não terá como fugir. A saída é ambientar-se para conviver em harmonia com o que vem por aí. Para o professor Specht a inteligência artificial ainda vai desenvolver muitas situações em que as pessoas serão beneficiadas pelas ferramentas que ainda vão ser criadas.

Ele chega a prever, por exemplo, que a longevidade do ser humano tende a aumentar. Homens e mulheres vão passar a viver mais também por conta do trabalho bruto que, em grande parte, passará a ser executado por equipamentos robotizados. É a multiplicação da criatividade em larga escala, define.

 

Andando por aí

 

— Nós temos muitas pessoas que se formaram aqui (em Gravataí) e hoje não estão mais conosco. Onde foram parar os nossos alunos, em que estado, em que país, em qual cidade? Formamos um capital humano que não mais consome aqui, uns só voltam  para dormir na cidade, e outros estão espalhados pelo mundo, na Índia, China, Portugal, por exemplo…

A fala é da presidente da AGTI, Selma Fraga, assegurando que o município é “um celeiro” formador de mão de obra na área da tecnologia.

A ideia é, também, justificar a importância das intenções da associação de reunir este pessoal especializado que foi formado no município e ter meios para incentivá-los a investir tempo e conhecimento na estruturação de empresas que possam representar desenvolvimento – com geração de emprego e renda – no “vale do silício” gaúcho.

Em apenas dois anos de atividades, segundo Selma, a AGTI já apresenta resultados e garante um ambiente favorável ao desenvolvimento das empresas de tecnologia que surgem na cidade. Ela garante que a associação vem funcionando como uma família que tem que dar o suporte necessário ao filho que quer partir, no caso, criar e investir em projetos na área da tecnologia.

Na falta de uma entidade representativa do setor, como um sindicato, a AGTI supre esta necessidade com as orientações que necessitam pessoas que estão querendo entrar agora no mercado. O trabalho formiguinha de orientação aos “filhos desamparados” começa, por exemplo, na indicação de um contador, advogado, designer, desenvolvedor de software, hospedagem. É suporte para tudo que necessita estar configurado em um contrato social.

 

O que é startup

 

Uma startup geralmente é uma empresa de pequeno porte formada por um grupo de pessoas que tem uma ideia. Dificilmente é uma empresa de uma pessoa só, daí a necessidade de firmar parceria com outras pessoas que têm as mesmas intenções de, unidos, geral soluções para problemas.

Uma boa definição: Startup significa o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado. São a busca da inovação em qualquer área ou ramo de atividade, procurando desenvolver um modelo de negócio escalável e que seja receptível.

 

Conjugar esforços

 

Para a AGTI, de acordo com a presidente Selma Fraga, um dos papeis preponderantes enquanto entidade associativa é facilitar os meios de acesso de determinados setores à tecnologia da informação. Gravataí é um polo metal-mecânico, por isso a importância de o setor industrial saber o que as startups estão fazendo e que podem servir às indústrias, tanto na redução de custo quanto na facilitação da produção.

Selma cita a questão do território em que a AGTI está inserida, que envolve municípios na volta de Gravataí, uma região com alto potencial agrícola, e lembra a startup BioIn Biotecnologia, vencedora do II Prêmio AGTI de Inovação e Empreendedorismo (2019), em maio passado, disputa que teve mais 13 startups.

— Através de escolas técnicas agrícolas, que precisamos ter em maior número, podemos formar por exemplo os engenheiros agrônomos e aproximá-los de quem está a frente das startups voltadas a este setor de produção — afirma.

E comenta:

— Temos aí a BioIn, vencedora do nosso segundo prêmio (link abaixo) que é formada por engenheiros, agrônomos, biólogos… Eles criaram um produto para combater pragas na lavoura usando um conceito orgânico, que emprega drone para fazer mapeamentos, que envia dados para uma central que os analisa e dá um retorno para o produtor com um custo reduzido e em curto espaço de tempo.

É uma startup que foi estruturada dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) com um viés diferente, por estar voltada ao pequeno e médio produtor rural já que para o grande empresário do agronegócio há inúmeras soluções tecnológicas sendo empregadas. Segundo a presidente, há uma necessidade muito grande de ações voltadas para estas áreas.

 

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Quem ganhou o Prêmio AGTI de Inovação e Empreendedorismo

 

De olho no futuro

 

Não exatamente e tão somente no futuro, faz questão de destacar a presidente Selma. A AGI trabalha principalmente o presente para que tenha, daí sim, um futuro que seja não apenas promissor, mas de consistente realidade. Dá como exemplo a Hora do Código, plataforma criada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, em parceria com Steve Jobs (um dos fundadores da Apple), Mark Zuckerberg (um dos fundadores do Facebook), entre outros.

Esse grupo, que tem amplo e indiscutível domínio sobre a tecnologia, foi responsável pela criação da Hora do Código, uma plataforma que serve para ensinar crianças, de forma lúdica, a criar um algoritmo. E, a partir disso, desenvolver nela o raciocínio lógico porque esta criança, cada vez mais, vai se mostrar interessada em saber como é que se dá a evolução do movimento de determinados objetos, por exemplo.

— E nós levamos essa ideia na forma de proposta, lá no início, no nosso primeiro ano de AGTI e quando ainda éramos apenas os 15 fundadores, para a Escola Dora Dimer. Para felicidade nossa a ideia não só foi aceita como foi bem aceita, tanto que passou a fazer parte da grade curricular da escola a disciplina Lógica de Programação — esclarece.

 

O exemplo

 

A presidente Selma Fraga dá um exemplo de mão de obra formada em Gravataí e que foi investir fora:

— No Tecnosinos são várias as empresas que tiveram origem com pessoas daqui. Uma delas é a Me Casei, plataforma de organização de casamentos, startup criada por um ex-aluno do Faculdade CNEC (Cenecista, Nossa Senhora dos Anjos). Ele se formou aqui e a empresa dele está lá, porque não havia na cidade um ecossistema favorável para desenvolver a startup dele.

 

Bandeiras da AGTI

 

1

Congregar os diversos atores que se envolvem na tecnologia da informação oferecendo rede de relacionamentos e desenvolvendo ações que visem o crescimento do segmento na região.

 

2

Desenvolver uma indústria limpa que propicie os seus talentos humanos uma elevada e saudável qualidade de vida, praticando ações educativas que visem a preservação ambiental.

 

3

Fazer das ações da entidade um exemplo de ética praticada sempre com foco na transparência.

 

4

Obter, organizar e disponibilizar informações para dar suporte ao desenvolvimento da tecnologia da informação na sociedade.

 

5

Estimular a geração de tecnologias inovadoras que revertam em negócios e benefícios de bem-estar.

 

6

Desenvolver o ambiente de negócios que fomente o progresso econômico da região.

 

7

Desenvolver parcerias com instituições que atuem neste segmento. Promover através de aproximação com os jovens o interesse em profissionalizarem-se em tecnologia da informação, gerando oportunidade digna de trabalho e renda.

 

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Para visitar

 

A AGTI está aberta à visitação nas terças (das 14h às 16h) e quintas-feiras (das 9h às 16h) na Ulbratech, junto ao campus da Ulbra-Gravataí, estrada Itacolomi 3.600, prédio 7, sala 703.

 

Veja o vídeo (clique na imagem abaixo) com a reportagem do Seguinte: sobre a AGTI.

 

 

 

 

 

 

 

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