SAUL TEIXEIRA

Ainda com “lacunas” na engrenagem, Brasil revigora sonho do Hexa

Liderança das Eliminatórias após as duas primeiras rodadas. Neymar recordista de gols em jogos oficializados pela Fifa. Algumas mudanças interessantes na mecânica de jogo e aproveitamento de 100% de Fernando Diniz na casamata.

As boas notícias ajudam a atenuar o (ainda) “gosto amargo” do fracasso na Copa do Catar. E mais: marcam o início da retomada em busca da sexta estrela na camiseta.

Embora a base do elenco seja a mesma, algumas peças acrescentaram qualidade e quantidade ao grupo, revigorando o sonho do caneco em 2026. A maior Copa do história, que contará com 48 seleções, será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá.

Começamos na linha defensiva. Titularíssimo no Arsenal, Gabriel Magalhães é o único zagueiro canhoto da turma. Com ele, ganhamos a migração para 3 beques na saída de jogo. Com pé dominante esquerdo, tivemos fluidez na transição defesa-meio.

No mesmo flanco, Renan Lodi retomou a titularidade. É a essência do lateral brasileiro. Quase ponta na peça ofensiva, mas com dificuldades tremendas na marcação. Mesmo assim, sua força ofensiva é acréscimo na comparação com o último ciclo. Com Casemiro entre os zagueiros, às vezes, é presença assídua no campo de ataque. Jogo por “dentro ou por fora”, em revezamento com o ponta-esquerda.

A maior chaga da equipe, enfim, parece ter sido atacada. Bruno Guimarães vestiu a camisa 8 de fato e de direito. Muito bem contra a Bolívia, nem tanto contra a seleção peruana. O cruzamento de primeira, perfeito, para o gol de Richarlison anulado pelo VAR, em Lima, porém, ilustra sua capacidade de jogar de área a área (Box-To-Box). Com Paquetá na segunda função, éramos frágeis na defesa. Com Fred, faltava chegada à frente.

Seu colega de time na Inglaterra, Joelinton é outro acréscimo para a mesma função ou até para uma proposta mais defensiva de meia-cancha conforme necessidade. Boa alternativa de grupo. Ainda gostaria de rever Gerson do Flamengo ao lado de Casemiro, embora esteja jogando um pouco mais à frente na atualidade.

Em outras posições, porém, seguem mazelas importantes no selecionado. Romário, Ronaldo, Adriano… Só para ficar nos mais recentes. A linha é autoexplicativa, né? O “País do Futebol” segue sem um centroavante inquestionável. No futuro breve, entretanto, no mínimo três promessas estão no radar: Vitor Roque, Endrick e Marcos Leonardo. No mínimo o primeiro citado já deve estar entre os selecionados para os jogos de outubro, né?

Seleção é o lugar dos melhores. Pelo momento, Richarlison sequer deveria ter sido convocado, do que dirá, iniciado como titular nas duas partidas. A presença do 9, entretanto, não deixa de ser acerto do treinador. Sobretudo pela gestão de vestiário.

Mais uma prova de que o trabalho é uma continuidade. Não houve grandes rupturas e nem precisaria existir. Em que pese o insucesso nas últimas duas Copas, Tite deixou um grande legado para Diniz, registrado inclusive pelo próprio treinador em entrevista. Elogios muito além do “politicamente correto”.

De negativo, o treinador do Fluminense demorou muito para mexer na equipe nas duas partidas. Principalmente contra a Bolívia, quando a confronto já estava decidido. Desperdiçou a chance, inclusive, de descobrir alternativas para o jogo contra o Peru.

Jogo posicional x jogo funcional…

Ao contrário do que vinha acontecendo, com o novo comandante os jogadores têm mais liberdade de movimentação, para trocar de posição, aventurar-se em novas funções, se aproximar. Por diversas vezes vimos Raphinha, Rodrygo com Y e Neymar no mesmo lado de campo. Eis o jogo funcional.

Não deixa de ser um resgate da essência do futebol brasileiro. Sem grandes rigores no aspecto tático e liberdade de ação no campo ofensivo. No jogo posicional, “grosso modo falando”, os jogadores precisam ficar mais fixados nas suas posições de origem.

Se tivemos mais “liberdade para atacar”, porém, cedemos muitos espaços. A moeda sempre tem dois lados! Não à toa sofremos gol da Bolívia.

Por fim, Neymar da Silva Santos Júnior!!! Ultrapassou ninguém mais, ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento como maior goleador da história da Seleção Brasileira. Embora alguns contestem a marca — já que Pelé marcou muito mais gols do que os 77 computados pela FIFA — não tem como brigar contra fatos:

Ninguém jogou mais e entregou mais que Neymar pela Seleção Brasileira neste século. Falo tecnicamente, mas também em números. Futebol Além do Resultado que gera resultado. Até o momento, foram incríveis 137 participações em gols em 126 partidas. Surreal!!!! O camisa 10 assinalou 79 gols e concedeu 58 assistências.

Dois “golos” contra a Bolívia semana passada e a assistência mais recente contra o Peru, aos 44 da etapa final, em cobrança de escanteio para Marquinhos garantir o triunfo em Lima.

Todos nós sabemos o que ainda falta para que o outrora “menino da Vila” se eternize definitivamente envergando o manto mais pesado do Planeta Bola, né??? O que ainda falta para que que “brilhe” na prateleira das lendas além da frieza dos números e dos recordes pessoais…

Os primeiros dois degraus já foram superados nos últimos dias.

Eu torço. Eu rogo. Eu vibro. Eu acredito!!!

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