CRISE CLIMÁTICA

Alagamentos, desalojados, rios e arroios em alta: Chuva castiga Gravataí e Cachoeirinha, mas é descartada repetição da catástrofe de 2024

Gravataí e Cachoeirinha estão entre os municípios mais castigados pelas chuvas intensas que desabam sobre a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), acumulando volumes alarmantes e enfrentando problemas de alagamentos, apesar do rio ainda estar mais de um metro abaixo do nível de alerta.

Equipes das prefeituras estão desde a madrugada em operação nas ruas para desobstrução de redes e auxílio a resgates e os prefeitos Luiz Zaffalon e Cristian Wasem mantem o estado de alerta para moradores.

Conforme dados da Metsul Meteorologia, somente até as 6h desta quarta-feira (19), as duas cidades já tinham registrado impressionantes 116 mm de chuva, colocando-a entre os maiores acumulados da Grande Porto Alegre, ao lado de Sapucaia do Sul (136 mm) e Canoas (135 mm).

Em Cachoeirinha, o Loteamento Canarinho é a área mais afetada, com cerca de 20 casas alagadas, impactando aproximadamente 40 famílias. Houve extravasamento do Arroio Sapucaia (Meu Rincão) e do Arroio Passinhos (Parque da Matriz), causando bloqueios parciais no trânsito.

Apesar dos estragos, não há registros de desalojados, desabrigados, feridos ou óbitos na cidade até o momento. Um abrigo provisório foi preparado na Avenida Atlântida como medida preventiva.

Rio Gravataí em elevação constante e alerta sanitário

Em Gravataí, a preocupação se concentra no Rio Gravataí. A Prefeitura, em conjunto com a Defesa Civil, informa que o nível do rio atingiu 3,08 metros pela manhã e segue em elevação gradual. A cota de inundação é de 4,75 metros.

Foram registrados alagamentos em diversos pontos da cidade, fazendo inclusive que algumas famílias dos bairros Vila Rica, Novo Mundo e Vera Cruz precisassem deixar suas casas para buscar abrigo com familiares. Uma moradora foi encaminhada para abrigo municipal.

Diante da persistência das chuvas previstas até sexta-feira (20), a Prefeitura emitiu um alerta sanitário. O Departamento de Vigilância em Saúde (Viemsa) avisa sobre os riscos de doenças como leptospirose, tétano, hepatite A e doenças diarreicas agudas, transmitidas pelo contato com água contaminada de enchentes.

O biólogo Róbinson Martins Korschner reforçou as orientações: usar sempre botas impermeáveis e luvas ao transitar em áreas alagadas; cobrir cortes com bandagens à prova d’água; consumir apenas água filtrada e fervida; descartar alimentos que tiveram contato com água de enchente e ter cuidado redobrado com animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, serpentes) que buscam abrigo em locais secos dentro das residências.

Guaíba em alerta: enchente é certa, mas não como 2024

A Metsul Meteorologia reforça seu alerta: o Guaíba, em Porto Alegre, subirá muito rapidamente nos próximos dias. A elevação será impulsionada principalmente pela forte vazão dos rios Jacuí, Taquari e Caí, que estão em cheia. Embora o nível estivesse em 1,31 metro no Cais do Porto na manhã de quarta-feira (18), bem abaixo da cota de transbordamento (3,00 metros), a realidade mudará drasticamente.

A previsão é de alagamentos nas ilhas, na Praia de Paquetá (Canoas) e represamento do Arroio Feijó, com risco de inundações em Alvorada e parte da Zona Norte de Porto Alegre – com potenciais efeitos em Cachoeirinha.

A Metsul, no entanto, tranquiliza a população: “Não será uma repetição de 2024”. O maior risco concentra-se nas áreas insulares e regiões baixas já conhecidas por alagamentos durante cheias do Guaíba.

Previsão: fim da pior fase, mas chuva persiste

A Metsul indica ainda que a quarta-feira (18) foi o pior dia deste evento. Nesta quinta-feira (19), a instabilidade continua na RMPA, com chuva a qualquer hora, porém com volumes inferiores aos do dia anterior.

Na sexta-feira (20), ainda há previsão de chuva, mas com possíveis intervalos de melhora.

A esperança vem no sábado (21), com a entrada de ar mais seco e frio, quando o tempo deve firmar.

Atenção e contatos emergenciais:

A população de Gravataí e Cachoeirinha, especialmente em áreas de risco, deve permanecer atenta às atualizações das Defesas Civis municipais e estaduais.

As autoridades reforçam a necessidade de evitar transitar em áreas alagadas e seguir rigorosamente as orientações de saúde.

Em caso de emergência:

: Defesa Civil (WhatsApp): (51) 9332-7385

: Guarda Municipal: 153

: Bombeiros: 193

: SAMU: 192

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