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Alan presidente da Câmara de Gravataí; Reviravolta pode prejudicar Marco Alba e Zaffa?

Alan (D) com Marco Alba, Zaffa, o vice eleito Levi Melo e Maicon Siota Ganzer, CC do governo que concorreu a vereador

Alan Vieira (MDB) será o presidente da Câmara em 2021, em uma reviravolta que pode ter influência na votação de contas do atual prefeito e ‘pautas-bomba’ do governo Luiz Zaffalon. É um grande teste para o ‘pelé’ da política, Marco Alba.

Explico.

Em Bomba na eleição para Presidência da Câmara de Gravataí!; É MarxDonalds, Caim e Abel reportei a articulação para Dilamar Soares (PDT) ser o presidente em uma aproximação de seu partido com o governo para garantir 14 votos necessários para votações polêmicas.

Na lista, contas da atual gestão, de 2018, 2019 e 2020, além das de 2017, reprovadas pela Câmara e que ameaçam Marco Alba com inelegibilidade de oito anos, como tratei pela última vez em TCE suspende rejeição de contas; Marco Alba pode voltar à Prefeitura em 2024. e o próprio prefeito comentou em A última entrevista de Marco Alba; ’Fizemos muito, ainda falta muito’.

Além de projetos como atualização da planta do IPTU, reforma da previdência municipal, Plano Diretor e, até, a cassação de Clebes Mendes, investigado pelo Ministério Público como tratei em ’Bolsonaro da Aldeia’ é acusado de ’rachadinha’; Sigo esperando as provas do MP e a versão do vereador sobre o que seria uma chinelagem.

Com Dilamar presidente, o governo poderia ter 15 votos. Esvaziando a oposição, que hoje tem 9 contando dois vereadores em processo de expulsão pelo MDB, também evitaria a possibilidade de abertura de CPIs, que precisam de 7 votos.

Ontem, tudo mudou.

Lembram que no último artigo escrevi: “ninguém fala em on sobre eleição para a presidência da Câmara, ou senta antes na cadeira, tal as históricas idas e vindas até os votos estarem contados”?

A divisão da presidência já estava acertada com 2021 para o MDB, 2022 para o PSB, 2023 para o PP e 2024 para o MDB. Alan Vieira, com maioria no partido, poderia ser o presidente, mas, a pedido de Marco Alba e Luiz Zaffalon, abriria mão no caso de composição com o PDT de Dilamar, Anabel Lorenzi e dos Bordignons.

Em reunião da base governista no Hotel Radar, Marco Alba, que é o articulador político de Zaffa, pediu para vereadores falarem. Alex Peixe (PTB) concordou com o nome de Dilamar.

– Ninguém mais se manifesta? – perguntou o ainda prefeito.

Demétrio Tafras (PSDB) detonou Dilamar. Robertinho Andrade (PP) também. O bolsonarista Evandro Coruja (PP) manifestou desconforto em votar em um partido de esquerda.

– O Dilamar sempre atacou diárias, ia botar ponto eletrônico para assessores, se tivesse que acelerar processos para cassar vereadores cassaria. Além de botar vocês da imprensa lá dentro do parlamento. Ele iria querer dizer que moralizou a Câmara. Isso pesou – conta um vereador, sob condição de anonimato.

Marco Alba e Zaffa poderiam, já que havia definição de que 2021 seria ano do MDB na presidência, mas preferiram não pressionar a base.

Aí vem um dos Grandes Lances dos Piores Momentos que faz com que Marco Alba e Zaffa tenham que construir uma nova ‘ponte do Parque dos Anjos’ para contar com o PDT na votação das contas e das ‘pautas-bomba’.

Dilamar ficou sabendo pela imprensa.

Era ‘Miss Colômbia’.

Pior: soube que o governo ofereceria ao PDT uma humilhante vice-presidência.

Pegou mal no partido de Bordignon, que, como parte da política de aproximação com Marco Alba, já tinha sofrido desgaste de votar com a base do atual governo na aprovação do Orçamento para 2021, que prevê ‘reajuste zero’ para o funcionalismo, como detalhei em O dia em que Bordignon votou com Marco Alba; no Black Friday da política, 20 virou 0 no reajuste para o funcionalismo de Gravataí.

Nos bastidores, assim que tiraram a coroa da cabeça de Dilamar já começou a articulação pela unidade da oposição, até então rachada. Na eleição depois da posse de prefeito e vereadores, a partir das 15h desta sexta, 1º, Bombeiro Batista (PSD), como tratei em  Bombeiro lançado à presidência da Câmara de Gravataí; ’Reis do Ringue’, com UFC ou Telecatch, é dia 1º, e Dilamar, concorrem à presidência para perder.

Alan deve ter inclusive o voto de Clebes Mendes e Nadir Rocha, que numa disputa perdida, não deve se expor e aumentar o rol de denúncias por infidelidade partidária.

Mas conversas para formar um bloco de oposição, com CPIs e tudo, já começaram.

Pelo que apurei, ele ainda não atendeu, mas há uma série de ligações de oposicionistas para o celular de Carlos Fonseca (PSB). O vereador saiu do grupo de WhatsApp dos governistas descontente por não ter ido para o secretariado e ter perdido as indicações para o colega Paulo Silveira.

A ideia é atrai-lo para ser o 10 voto da oposição.

Ao fim, aí resta o teste para o ‘pelé da política’.

É difícil acreditar que Marco Alba não tenha garantias de apoio de vereadores da oposição – ou saiba consegui-lo – para aprovar suas contas e para não inviabilizar o governo Zaffa. Deve ter na mira vereadores 'Ted Boys Marino', no Telecatch da política.

Até porque as cinzas do Império do PT de Gravataí ainda sopram por aí. A queda começou quando o partido estava no auge, com 12 anos na Prefeitura, Bordignon popularíssimo e Rita Sanco eleita por ele em 7 dias. Era 2009 e os petistas deram-se ao luxo de expulsar dois vereadores e impedir a participação na mesa diretora da Câmara dos oposicionistas Roberto Andrade (PP), Francisco Pinho (DEM) e Vail Correa (PTB), além de não dar o primeiro ano para Anabel Lorenzi (PSB).

O golpeachment contra Rita começou a ser arquitetado e, 2 anos depois, a prefeita caiu – num processo montado pelo advogado Cláudio Ávila, eleito vereador para a legislatura 2021-2024, e que terá como assessor o outro autor da denúncia, Marco Monteiro – e Bordignon pediu música no Fantástico em impugnações de candidaturas à Prefeitura.

Para concluir, Marco Alba não é desleal. Sua previsibilidade de comportamento é o que o faz confiável e garante seu sucesso na política. É injusto dizer que ele deu o troco em Dilamar, que ajudou a eleger Juarez Souza presidente em 2015, traindo o MDB com a oposição. Isso é pequeno para um político no auge da popularidade, como o prefeito que encerra hoje seu mandato.

Ao que parece, a base não quis Dilamar e Marco Alba e Zaffa não fizeram força.

Agora garantir votos para as ‘pautas-bomba’ é com o ‘pelé da política’. Fará Marco Alba o gol do meio campo que Pelé não fez?

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