RAFAEL MARTINELLI

Alex Tavares não aceita secretaria e pede demissão a Zaffa: “Se Marco Alba está fora, também estou fora”, diz ex-vereador; O ‘kid preto’ na III Guerra Política de Gravataí

Tavares entre Marco Alba e a deputada estadual Patrícia Alba

Alex Tavares (MDB) não aceitou o convite de Luiz Zaffalon (sem partido) para comandar a Secretaria de Serviços Urbanos após a demissão do ex-secretário, que analisei em Demissão do secretário Paulo Garcia é confirmação de que Zaffa é candidatíssimo contra Marco Alba em 2024; A III Guerra Política de Gravataí a um passo do inferno, ou do céu.

Ao pedir exoneração, após conversar com o prefeito na manhã desta segunda-feira, o ex-vereador se firma entre os ‘kids pretos’ do exército do ex-prefeito Marco Alba (MDB) na III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Marco, pós Abílio x Oliveiras e Stasinski e Bordignon.

– É uma bela pessoa. É probo. Poderia ser o secretário se quisesse continuar. No decreto de exoneração consta “a pedido” para expressar a verdade e homenagear sua honestidade e dedicação. Disse-me que gosta muito de mim, gosta muito do Marco, agradeceu a confiança que depositei nele, mas explicou que se sentia mal com o atual momento – confirmou o prefeito ao Seguinte:, há pouco.

– Agradeci ao prefeito pela confiança, mas se Marco está fora, também estou fora. Cada um faz suas escolhas. Não me sentiria confortável com nosso time colocado aos poucos para fora de um governo que ajudamos a eleger. Passamos por momentos difíceis para chegar até esse momento de obras e entregas, o que devemos à liderança do Marco – argumenta Alex, que, nos oito anos em que foi vereador, em seis foi líder do governo Marco na Câmara.

O ex-vereador lembra o pagamento de cerca de R$ 400 milhões em dívidas pelo ex-prefeito que “preparou a Gravataí de hoje”.

– Foi um exterminador de dívidas, não? – brincou, lembrando meu artigo de 2022 que traz as tabelas com os pagamentos Marco Alba foi um ‘exterminador de dívidas’; Gravataí pagou meio bilhão em 10 anos.

O até hoje secretário-adjunto lembra que Marco tomou posse em janeiro de 2013 com a Prefeitura devendo seis a cada 10 reais da receita e conseguiu reduzir, mesmo com a pandemia, para 25%, o que permitiu chegar ao conceito A na Secretaria do Tesouro Nacional, o ‘Oscar da gestão fiscal’ como bom pagador.

– A capacidade de gestão e a responsabilidade do Marco nos permitiram, ao equilibrar as contas, fazer um investimento de R$ 100 milhões, 12%, o maior da história, com prioridades sociais como uniforme nas escolas, gradis, videomonitoraento, o Breno Garcia, que é o maior loteamento popular do Sul do Brasil, a construção de duas UPAs, a vinda da Santa Casa, além de Gravataí atrair investimentos privados como a melhor cidade para fazer negócios – argumenta.

Para Alex, que agora volta a dedicar mais tempo à sua tradicional barbearia na parada 66, e, fiel por seus 46 anos, à Assembleia de Deus, o prefeito errou ao antecipar a eleição.

– São os fatos, por mais que se diga que não. Só se falava em governo, agora só se fala em eleição. Ajudamos a eleger o Zaffa para continuar um projeto. É uma surpresa o que está acontecendo. Os prejuízos eleitorais ainda precisam ser medidos, mas o processo político que nos coloca no governo, também nos tira – conclui o candidato a vereador pelo MDB no ano que vem.

Ao fim, traduzindo do politiquês, como fiz no artigo sobre a demissão, se Paulo Garcia sai porque era da turma do Marco, é o mesmo motivo pelo qual Alex não aceita o cargo.

Se levantou suspeita para muitos – eu, inclusive – que (com todo respeito, mas falando para o leitor) criatura e criador pudessem reatar, a partir do que identifiquei como um pacto de governabilidade entre Zaffa e o MDB de Marco – leia em III Guerra Política: Líder do governo, Dila se atirou na frente da bala por Zaffa; O Borodinó, o Napoleão de Hospício e o incêndio de Gravataí –, a demissão de Garcia – e o pedido de demissão de Alex – antecipam que em 2024, com certeza, teremos como candidatos à Prefeitura Zaffa x Marco; e ‘outros’, por óbvio, mas Dimas, Bordignon, De Leon e Veiga Lima não são a pauta deste artigo.

Zaffa x Marco, sim, se enfrentam em 2024; pode apostar na KTO, mas a ode será baixa, porque a banca nunca perde.

O tempo que o MDB ficará no governo é incerto, porque é cômodo tanto para Zaffa, quanto para Marco, não destruírem tudo que construíram juntos e garantirem a governabilidade; explico em artigos como Acabou o ‘love’ político entre os vereadores Dila e Cláudio Ávila; A sessão das acusações, o #LiraNão! e a III Guerra Política de Gravataí.

Mas, fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, a saída do partido tem data limite: entre 20 de julho a 5 de agosto de 2024, conforme a Lei Eleitoral o período das convenções que definem candidaturas.

Possivelmente será, no máximo, em março, quando a janela abre para vereadores trocarem de sigla sem perder o mandato por infidelidade partidária e políticos definem com quem estarão na eleição.

Como tentei ler, e entendo acertei, em artigos como Zaffa não vai cortar a cabeça de Dila, seu líder do governo na Câmara; É Alice no País das Maravilhas, não Através do Espelho, na III Guerra Política de Gravataí: “há muito tempo para o chá”, chá de Alice – leia os dois de Lewis Carroll: ‘Alice no País das Maravilhas’ e ‘Alice Através do Espelho’; são livros curtinhos que, ao traduzir os humores humanos, resumem clássicos de mil páginas – tanto quanto, e sabiam as misses!, ‘O Pequeno Príncipe’, de Saint-Exupéry.

Zaffa demonstra que tem seu tempo para o chá; assim como Marco e seus silêncios que gritam.

Só sei que, apesar de tanto um quanto outro acharem que exagerei ao batizar o rompimento de “III Guerra”, III Guerra é. Com Alex agora como um dos ‘kids pretos’ de Marco, que é como são conhecidos aqueles da elite do Exército; fiéis para ganhar ou perder, matar ou morrer.

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