Na série de matérias com os candidatos à Prefeitura sobre o debate Acigra-Seguinte:, que acontece na próxima segunda-feira, Anabel Lorenzi (PSB)
Anabel Lorenzi subiu as escadas do comitê da parada 76 com o cabelo todo arrumado, chamando atenção após um dia de campanha sob o mau tempo que anoitecia.
– Quando começou a chover forte, corri para o salão. É o tempo que a gente tem para se cuidar um pouco nessa correria – sorriu, mostrando também as unhas bem feitas em um tom diferente de verde.
– Estou seca por um chimarrão – disse, servindo a cuia, agitada por mais um dia de caminhadas em diferentes bairros e vilas de Gravataí.
No curto tempo de descanso entre a próxima agenda e, talvez, um lanche rápido, a candidata a prefeita de Gravataí pela coligação “Unidos Por Uma Nova Gravataí” (PSB, PSDB, PTN e PEN) falou com a reportagem sobre o encontro dos candidatos à Prefeitura que o Seguinte: e a Acigra promovem na próxima segunda-feira – o primeiro web debate da história da aldeia, com transmissão pelo portal de notícias, Facebook e YouTube.
– Debate sempre é positivo. Parabéns pela organização. Pode ser o único desta campanha. E acho a discussão de idéias fundamental numa eleição. Devemos isso aos eleitores. Uma campanha não pode ser simplesmente uma caça aos votos. Por isso confirmamos a presença já na primeira reunião de organização do debate, não é Luisão? – disse, passando o chimarrão para o coordenador geral da campanha e presidente do partido, Luis Stumpf, que, sempre discreto, apenas concordou com a cabeça, antes de descer falar com o vice-prefeito Francisco Pinho (PSDB).
– O pessoal vai acompanhar concentrado aqui do comitê e divulgaremos bastante, não é Guilherme? – antecipou Anabel, chamando Rovadoschi para a mesa.
– Vamos fazer aqui a nossa Bombonera – brincou o jovem jornalista da campanha, lembrando o caldeirão do estádio do Boca Juniors.
– Mas aqui é torcida única! – riu Anabel, revelando as covinhas que são uma assinatura em seu rosto.
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A candidata traz para esta campanha a experiência em debates na eleição de 2012, ganha por Marco Alba (PMDB) com 51.283 votos, e onde oficialmente ficou em segundo lugar, apesar de ter feito 40.043 votos, 726 atrás de Daniel Bordignon – que, à época no PT e com a candidatura impugnada não teve os votos contabilizados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Além de uma série de debates em escolas e associações de moradores, Anabel participou de encontros entre candidatos a prefeito na TVCom, TVE e no G1, da Globo.
– A primeira vez a gente nunca esquece – divertiu-se, lembrando que na TVCom o casaco que usava parecia dar interferência nas transmissões.
– Eu adorava aquele casaquinho listrado. No segundo bloco, os técnicos me pediram para tirar, porque dava ruído a cada vez que eu falava. Sorte que eu estava com uma blusa mais fechada. Imagina estar de regata?!
– Mas, falando sério, acho que consegui fazer o que queria: apresentar idéias. Tanto que no outro dia fui caminhar no Centro e as pessoas diziam “tu é a mulher das propostas, né?”, porque eu mostrava para as câmeras nosso caderno com o programa de governo – recorda.
O comportamento no debate da próxima segunda será o mesmo, a professora garante.
– Espero um debate de alto nível. Gravataí merece – resumiu, recordando que, em 2012, evitou polêmicas com os adversários.
No mesmo debate na tv, Bordignon perguntou a ela sobre um duríssimo panfleto distribuído pelo PV (que era da coligação de Anabel) atacando Marco.
– Em nenhum momento entrei em polêmicas que não fossem sobre problemas da cidade. Não acho que isso contribua – disse, lembrando que aquele foi o debate mais pesado da campanha, onde um candidato chegou a chamar o outro de “filho do Gepeto”.
Para Anabel, esse tipo de embate, com troca de acusações, é coisa do passado.
– Lembro aquele debate entre o Lula e o Collor, em 1989, a primeira eleição direta depois da ditadura, onde tínhamos um operário e um candidato que era uma montagem. Além de toda a manipulação do Jornal Nacional na edição do que passou na tv, vimos muita baixaria ao vivo também. Para mim, aquilo virou referência de como não deve ser um debate.
– Na segunda, contem comigo para apresentar idéias – avisa.
É o Seguinte: a pauta é o debate
A partir de hoje, e até a segunda-feira, o Seguinte: traz diferentes reportagens e notas com os candidatos que participarão do debate.