é o seguinte:

ANÁLISE | E o nosso voto vai para…

No Seguinte: você encontra, além de entrevistas de mais de uma hora com os candidatos, tudo sobre como e onde votar

Uma causa não é necessariamente verdadeira apenas porque alguém morre por ela. O aforismo de Oscar Wilde passa longe dos pórticos de entrada e saída de Gravataí. A campanha eleitoral, nunca antes na história da aldeia com tantas baixarias, mentiras e trucagens encerra neste sábado com um perigoso vale tudo em ruas tomadas por uma multidão de políticos, cabos eleitorais e curiosos.

Num domingo onde nem a chuva prevista para cair deve acalmar os conturbados ânimos, 187.361 eleitores decidem quem vai comandar a terceira economia gaúcha, em uma eleição suplementar ocasionada pela impugnação da candidatura do vencedor nas urnas em outubro, Daniel Bordignon, a terceira batida na trave em sua história política, após ter os direitos políticos suspensos por cinco anos por uma condenação de improbidade administrativa na contratação de mais de mil funcionários na Prefeitura entre seus mandatos de 1997 a 2004.

O 12 de março chega com candidatos, militantes e, em tempos de asco à política, sem dúvida também eleitores, já cansados e torcendo logo pelo amanhecer de segunda. Porque se a minirreforma eleitoral de 2015 diminuiu a campanha de 90 para 45 dias, aqui na aldeia a peleia se arrastou por quase 7 meses, de 16 de agosto até o domingo.

Numa eleição parelha, onde desponta à véspera da eleição com um favoritismo nas duas pesquisas da Studio divulgadas durante a semana, Marco Alba (PMDB) busca a reeleição de um projeto que deu certo, porém talvez tardiamente. As obras começaram a acontecer somente em 2016 e avançaram em 2017 no ritmo de ‘uma obra por dia’.

As urnas testarão neste domingo se o eleitor entendeu o discurso do ex-prefeito de que, entre dívidas que pagou e renegociou, e a perda de receita com uma das maiores crises política e financeira atravessadas pelo país, mais de meio bilhão deixaram de estar disponíveis para investimentos.

Além da prova de que é um bom gestor, que em meio à tempestade alcançou bons números em áreas prioritárias para a população, como o maior ideb da história na educação, e uma redução da mortalidade infantil para padrões norte-americanos, bem como realizações como a primeira UPA e uma centena de ruas asfaltadas, Marco Alba representa a tranquilidade da governabilidade, já que tem o apoio de 12 dos 21 novos vereadores, e traz como esperança de futuro um financiamento de mais de R$ 100 milhões para obras de infraestrutura.

Procurando manter uma postura de estadista na campanha, coloca-se como a segurança contra duas aventuras de menor experiência.

Já Rosane Bordignon (PDT) entrou na disputa na última semana e tem como ‘Grande Eleitor’ Daniel Bordignon – apesar dele, por sua condição jurídica, não poder votar ou ser votado. Além de buscar no imaginário do passado a popularidade dos oito anos do marido frente à Prefeitura, Rosane, como é sempre cômodo para quem está na oposição, nos últimos dias acelerou no promessódromo.

Além de falar em redução de impostos, disse que, além de ampliação nos horários de atendimento de postos de saúde, assumirá competências do governo do estado, como a construção das pontes do Parque dos Anjos e a segurança pública.

Isso além do maior compromisso assumido por sua candidatura, que é com o funcionalismo municipal. A professora e Bordignon orgulham-se de, apesar dele também já ter passado por um ano de ‘reajuste zero’, ter encerrado os mandatos dando ganho real aos funcionários.

Pelo discurso, os servidores serão o número 1 do governo dos ‘Bordignons’.

E, como uma Dilma em relação a Lula, se Rosane vencer, o PDT, que perdeu todas as principais prefeituras que disputou, pode erguer uma estátua ao também ex-petista Bordignon.

O 40 de Anabel Lorenzi (PSB) é quem ainda impede uma eleição plebiscitária, de ‘sim ou não’ ao governo. Correndo por fora, com uma campanha menor que a dos adversários, tenta convencer os eleitores indecisos a apostar em uma candidata que, apesar de ter participado ou apoiado governos do PT de Bordignon, e do próprio PMDB no ‘mandato tampão’ de Acimar da Silva, nunca sentou na confortável cadeira do palacinho rosa da av. José Loureiro da Silva.

Também pisando fundo no promessódromo, principalmente nos bairros mais pobres, como o Rincão da Madalena, além do contágio negativo do pacotaço do ex-marido e prefeito de Cachoeirinha Miki Breier, é ameaçada pelo fantasma do voto útil, principalmente entre o magistério, sua área de atuação e com um sindicato rival a Marco e simpático a quem puder evitar a recondução dele à Prefeitura.

Nas esquerdas, que pelas pesquisas farão milhares de votos a menos que os favoritos, uma briga particular. O ‘ex-todo poderoso’ PT e sua ‘Bordignondependência’, que saiu golpeado das urnas, perdendo mais de 40 mil votos entre 2012 e 2016, vê a candidatura do 13 Valter Amaral ameaçada por outro professor, Rafael Linck (PSOL), do 50. Jovem, bem articulado e falando a linguagem da galera, faz sucesso entre os secundas, universitários e ganhou até meme nas redes sociais como o ‘lacrador’ do ‘veraneio das urnas’, por apontar as ligações das três principais candidaturas, que chama de trigêmeos, com o impopular governo Sartori.

Completando a lista, o exótico Sadao Makino, do 16, e seu ‘fora todos eles’, que além de sua meia dúzia de revolucionários, deve amealhar mais alguns votos de protesto.

Entre vivos e feridos, assim chegamos ao 12 de março (para a campanha de Rosane e seu 12 nas urnas), e ao ‘segundo domingo de março’ (para a campanha de Marco e seu 15 para quem quiser confirmar a reeleição).

Que o vencedor ou a vencedora pairem por sobre os agudos enfrentamentos e danosos posts da primeira campanha que teve como inegável protagonista o facebook, e entendam o tamanho que precisam ter para unir a cidade, pobres, ricos e remediados, 'esquerdopatas', 'coxinhas' ou 'isentões', e conduzir no rumo certo o leme de nossa cada vez mais global aldeia e seus mais de 274 mil habitantes.

Para responder a manchete (que, confessamos, foi mais uma daquelas manhas de rede social para atrair leitura), os votos do Seguinte: são de um bom voto ao leitor e eleitor. Ao fim, o fiador dessa loucura toda é você.

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