Alan Vieira teve cargos de sua indicação demitidos da Prefeitura de Gravataí, como antecipei ontem em Vereador ligado a Marco Alba tem cargos demitidos após não votar com base de Zaffa; O F5 na III Guerra Política de Gravataí.
Talvez exagere eu, mas é a confirmação ‘de Diário Oficial’ da Queda do Império do MDB – assim como já aconteceu com o Império do PT de Daniel Bordignon – em meio à III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Alba, pós Abílio x Oliveiras e Stasinski x Bordignon.
Sem torcida ou secação: ao menos politicamente, pouco sobrou do projeto que governou Gravataí desde outubro de 2011, após o golpeachment contra a prefeita Rita Sanco (PT).
Gravataí está sob o governo de Zaffa – certo ou errado esteja, seja reeleito ou não. O prefeito hoje é do PSDB de Eduardo Leite.
Assim acontecerá se Marco Alba vencer a eleição de 2024. Também será um novo governo de Marco Alba, sob uma configuração absolutamente diferente.
Relaciono uma série de links de artigos anteriores neste texto porque detalham essa História Política Moderna de Gravataí.
Inegável é que tinha sido pesada a troca de zaps-bomba entre o vereador, que preside o MDB e é afilhado político de Marco Alba, e o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB); leia em WhatsApp-bomba: presidente do MDB detona prefeito Zaffa: “O empenho da palavra não é o seu forte”; A III Guerra Política de Gravataí no Diário Oficial e A resposta de Zaffa ao WhatsApp-bomba de Alan e a gravação clandestina: “Que feio!!! Voltando aos tempos dos 50kg de Costela, que tanto achamos ridículo”; A III Guerra Política de Gravataí explodiu.
Aí não se trata de uma análise-muro – até porque não os construo, só reporto a colocação dos tijolos –, mas de fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos:
Não havia como Zaffa não demitir indicações de Alan.
Já tinha relevado nota polêmica em sua saída do partido, quando foi descrito como “desconhecido”, eleito apenas pelo prestígio de Alba e do MDB: leia em Declarada III Guerra Política de Gravataí: Zaffa vai sair do MDB para enfrentar Marco Alba; Bem-vindo à política, prefeito! e Bomba em Gravataí! Nota do MDB é um aceite da guerra entre Zaffa e Marco Alba e III Guerra Política de Gravataí: o que diz Zaffa sobre a nota do MDB e sua desfiliação.
Mesmo que se tratem de diferentes Poderes, o Legislativo e o Executivo, de uma relação entre partidos e políticos e, ao menos não publicamente, de pautas de governo, Alan, no WhatsApp-bomba de sexta, chamou o – goste(m) ou não – chefe do novo projeto político que governa Gravataí de ‘sem palavra’; projeto que, mesmo parte da ‘Situação B’, como chamo, Alan participa. Ou participava.
Por outro lado, até demorou Alan a reagir às demissões quase semanais de CCs ligados ao partido que preside e a seu grupo e de Marco Alba, por mais questionável possa ser o tom usado para expor a sua verdade – e de outros, como por exemplo CC demitida que compartilhou sua carta subscrevendo ser o sentimento da militância do partido que ajudou o prefeito a chegar ao poder.
Reputo o ‘tchau Alan’ mais simbólico do que a demissão de secretários do governo pela ligação com o grupo político do ex-prefeito e ‘Grande Eleitor’ de Zaffa em 2020; leia sobre as crises, se não esqueço de alguma, em artigos como Zaffa demite secretária e principal gestor da Educação de Gravataí desde o governo Marco Alba; O que interessa aos políticos é ‘Jack Lemmon e Walter Matthau’; Ao demitir Paulão, Zaffa afirma autoridade de prefeito, mas dá um tiro no coração do MDB de Gravataí; Mas, calma: sem Putins, a guerra resta adiada; Demissão do secretário Paulo Garcia é confirmação de que Zaffa é candidatíssimo contra Marco Alba em 2024; A III Guerra Política de Gravataí a um passo do inferno, ou do céu; Zaffa x Marco Alba: a mensagem por trás da nomeação de Paulinho da Farmácia e a queda de Zilon; O estreitamento de inimizades na III Guerra Política de Gravataí e Cai Coronel Flávio: Zaffa exonera mais um secretário de confiança de Marco Alba; A III Guerra Política de Gravataí e as melancias.
Entendo as demissões símbolo-maior porque Alan coordenou a campanha à Prefeitura desde que Zaffa tinha apenas 1% nas pesquisas e, até a III Guerra ser deflagrada, conduziu a articulação política na Câmara que aprovou uma reforma da previdência que garante orçamento até hoje para o governo; salvo engano, concordam vereadores que votaram contra a reforma, saíram da oposição para o governo e hoje erguem cones e cortam fitas de inaugurações de obras, não?.
Goza a oposição, mas pelos prints, áudios e vídeos que tem circulado, acredito também que mais deve ser revelado sobre os bastidores que deflagraram a III Guerra Política. De parte a parte, caso apostas sigam sendo dobradas e a banca – Gravataí (e aí as pesquisas que ambos os lados fazem indicarão) – aceite.
Identifico como só fígado achar que Alan não pensa, que é teleguiado por Marco e imolado quando necessário. Assim como era figadal a desconfiança e até deboche sobre ele, na Câmara e no MDB inclusive, quando cometeu sua qualidade ou defeito (política é ‘narrativa’) de achar que poderia contemporizar a III Guerra.
Como jornalista, conheço Alan desde que era um adolescente fazendo política, na juventude do MDB. Teria benefícios com o sucesso, por obvio, mas só foi ‘negacionista da III Guerra’ porque acreditou que poderia debelá-la, ou ao menos adiá-la antes de enfrentar um campo de batalha no qual não está adaptado. Não foi só por cargos.
Até Zaffa, que o criticou no zap-resposta, sabe. O alvo do ‘sincericídio’ do prefeito foi Marco Alba.
Daquelas coincidências da política: mesmo que não tenha a ver com as nomeações, já que ouviu dos seus vereadores da base que cargos indicados na Prefeitura não são ‘barriga de aluguel’ do vereador de oposição Cláudio Ávila – leia em A crise da ‘barriga de aluguel’ na base de Zaffa em Gravataí: o risco de Dr. Levi a prefeito e Dila ‘com Alba, Bordignon e Dimas no inferno, mas nunca com Cláudio Ávila no paraíso’ – Zaffa ajudou Alan a ter uma narrativa que serve tanto a ele, quanto ao MDB e Marco Alba.
É que no F5 no Diário Oficial, enquanto cargos de Alan eram demitidos, foi nomeada mais uma CC que 11 a cada 10 relacionam com Cláudio Ávila.
Conteste-me Alan se erro, mas já o imagino dizendo por Gravataí: “O Zaffa nos trocou pelo Cláudio”.
Ao fim, sob essa m. toda, de legado ou não, caiu o Império do MDB. O partido não influencia mais nada no governo do qual foi fiador.