Massacre! Massacre! Massacre!
Infantes sem cartuchame
Exterminados –
Vamos às lanças! Somos o estorvo
Somos empecilho. Vamos às lanças!
Lanceiros dizimados – fim do estorvo
Massacre! Massacre! Massacre!
Canabarro traidor contumaz
Escravocrata sagaz
De uma revolução desumanitária
General capataz
Desarma a Infantaria Negra
Em Porongos – 13 de setembro
Massacre! Massacre! Massacre! – 14 de setembro
Canabarro e BarãoDuque de Caxias tramam o holocausto
Missão dada-missão executada – Moringue – líder da tropa Imperial – tenebroso Fausto
Onde há obediência a bondade se extingue
Poupem os brancos, poupem os índios!
Poupem SÓ os brancos! Poupem SÓ os índios!
Traição! Tramóia! Massacre! Massacre!
Revolução de proprietários rurais
Querendo mimos, querendo privilégios
Promessas de alforria em discursos coléricos
A morte não é alforria
Ser mandado para o Arsenal de Armas no Rio de Janeiro
Não é alforria! Barca do Triunfo da Inveja – o nome da embarcação –
Ser alugado para transporte diário de excrementos – em barris – nas costas
Não é alforria, é condenação. É traição. É danação
É amarrar novamente o negrinho do pastoreio ao formigueiro
É massacre! Massacre! Massacre! Massacre!
OS.: ELE NÃO. Nunca ele. Não ao herói embusteiro.