Vivemos um tempo onde as pessoas não lêem mais do que o ‘ver mais’ que aparece em azulzinho para clicar quando o texto fica muito grande no post de Facebook.
Tempos de analfabetismo funcional.
Ou tempos de funcionários da malandragem.
Houve quem não entendeu, ou fingiu não entender, a reportagem publicada pelo Seguinte: no sábado à tarde sobre a lista de gestores inelegíveis.
– Nenhum político de Gravataí aparece entre os 6,7 mil inelegíveis do país, conforme a lista que acaba de ser entregue pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – diz a reportagem.
– Nem o ex-prefeito Daniel Bordignon (PDT), impedido de concorrer em 2008 por ter seu nome na lista de gestores com contas julgadas irregulares – conclui.
A lista está lá, no site do TCU, para quem quiser conferir.
Mas, se Bordignon for impedido de concorrer, o Seguinte: mentiu?
Não. Simplesmente uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Bordignon não aparece na lista do TCU, como tinha aparecido em eleições anteriores. Mas seus advogados continuam recorrendo de condenações na justiça local e estadual por contratações emergenciais da época em que o agora candidato pelo PDT governou Gravataí.
Inclusive ao lado da mesma reportagem, na capa do Seguinte:, aparece matéria publicada na noite anterior informando que a defesa de Bordignon vai a Brasília apresentar nova apelação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar garantir o registro da candidatura.
Não estar na lista do TCU é a vitória de Bordignon em uma batalha, não na guerra do tapetão – característica das eleições de Gravataí na última década.
Como um dos editores do portal de notícias, julguei necessário voltar ao assunto por saber de alguns que criticaram o Seguinte: por supostamente ‘ajudar’ Bordignon.
Aviso que seguiremos, durante a eleição e sempre, apresentando a verdade, ‘ajude’ ou ‘prejudique’ ela a quem for.
Na próxima, para não passar vergonha, recomenda-se a leitura para além da manchete. Apesar de que alguns, quando é para falar mal dos outros, mentem até quando estão sozinhos.
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