Mesmo com histórico de boas votações e alto potencial de influência apontado por pesquisas de antes do período eleitoral, Levi Melo não está ‘shippado’ por toda base de governo para ser o vice de Luiz Zaffalon (MDB).
Pouco afeito aos rituais da política, o médico provocou desconforto na aliança governista, logo após o Seguinte: ter revelado sua indicação, com exclusividade, em Dr Levi, vice de Zaffa; ’Cavani’ está chegando neste momento. É que pegou mal mensagem que postou em grupo de WhatsApp do Republicanos, e feita minutos após ser informado por mim de que postaria artigo sobre reunião que acontecia naquele momento, e o lançaria como vice. O print, vazado e publicado pelo jornalista Luis Felipe Teixeira, no Poder24H, ilustra este artigo.
Fato é que o nome de Levi provocou mais euforia do que reações negativas.
No MDB principalmente, onde a provável baixa, além do ex-deputado federal Jones Martins e dos vereadores que o apoiaram na convenção pedida para Zaffa (Alex Tavares, Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia), apenas o também médico Alberto Rebelato, recém filiado, pede o estetoscópio se Levi for o vice.
O PSB, que já teve nomes cotados, como tratei em artigos como Espelho, espelho meu: há alguém mais vice do que eu? e PSDB é o Jones da vez; Marco Alba pode ter outro vice para Zaffalon, não respondeu meu contato mas, em off, políticos confirmam intenção do partido apoiar Levi. O mesmo acontece no PTB. Assim que receber as confirmações, ou negativas, atualizado aqui.
Já o PP não confirma apoio e também cogita o vice.
– E nós? Por que não? – respondeu o vereador e presidente do partido Robertinho Andrade, revelando conversa, na última semana, entre o presidente estadual Celso Bernardi e Marco Alba, que é o coordenador da campanha de Zaffa.
O estranhamento maior é manifestado por Denner Gelinger, já lançado candidato a vice pelo PSDB, que com 3 vereadores e a Presidência da Câmara é, depois do MDB do prefeito, o maior partido da base governista.
– É legítimo qualquer partido da base lançar candidatura e Levi é um nome importante para ajudar na eleição, mas ninguém pode dizer que está tudo decidido, ou que é o candidato de Zaffalon ou de Marco Alba, sem nunca termos reunido os partidos. É preciso respeitar as instâncias, olhar como um time, não só individualmente – diz o advogado, que é afilhado político do presidente de honra do PSDB, o ex-vice-prefeito e ex-deputado estadual Francisco Pinho.
Denner, que antes de atender ao Seguinte: conversava com Daniel Trzeciak, pelotense que é ‘o deputado federal do governador Eduardo Leite’, diz que a direção estadual dos tucanos espera protagonismo do partido em Gravataí.
– Nosso histórico de decidir as últimas eleições vencidas pelo prefeito nos traz a convicção de que indicaremos o vice – observa, citando a eleição em que Pinho foi vice, em 2012; a ruptura em 2016, quando Daniel Bordignon venceu nas urnas e o reatamento da aliança, na eleição suplementar de 2017, quando Marco Alba foi reeleito.
Denner opta por não responder sobre a possibilidade de uma candidatura própria, ou mesmo apoio a candidaturas de oposição, como Anabel Lorenzi (PDT) ou Dimas Costa (PSD), caso o PSDB não indique o vice. Os tucanos ainda não confirmam data para a convenção partidária.
– Seguimos trabalhando, nas ruas, que é onde se faz a diferença.
Ao fim, são coisas da política, que leigos por vezes não entendem. Ou alguém não se perguntou, ao ler o artigo:
– Como pode quem quer vencer a eleição não apoiar para vice o Dr. Levi, que até pouco tempo liderava as pesquisas como candidato a prefeito?
Em outro artigo conto como a ‘escolha’ de Levi impactou na oposição. Não se fala em outra coisa no meio político da aldeia.