RAFAEL MARTINELLI

Após denúncia, Prefeitura de Cachoeirinha explica destino emergencial do lixo em meio à catástrofe; “É hora de sacrifício pelo interesse coletivo”

Lixo na Fazenda Reviver

A denúncia feita por moradores sobre o depósito do lixo urbano em rua sem saída do Distrito Industrial foi explicada pela Prefeitura ao Ministério Público em reunião do Comitê de Crise, na manhã desta quarta-feira.

O governo Cristian Wasem buscou soluções emergenciais para o destino da tonelada e meia de resíduos recolhidos diariamente, como explica ao Seguinte: André Lima, assessor especial do prefeito. Conforme ele, o destino original é São Leopoldo, mas o caminho para o aterro sanitário da CRVR ficou bloqueado pelas inundações.

Lixo na rua do DI, em vídeo feito por moradora do bairro

Conforme o assessor especial, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) garantiu aos municípios em estado de calamidade ou emergência, com a destinação do lixo impedida por inundações ou bloqueio de acesso a aterros, a fazer uma gestão emergencial do transbordo, respeitando “ausência de recursos hídricos, condições adequadas de acesso para remoção futura e garantia de estabilidade da massa de resíduos e das estruturas originais da área”.

A primeira destinação foi a Fazenda Reviver, comunidade terapêutica desativada que fica em 12 hectares de propriedade do município. A área possível de depósito, sem risco de contaminar lençol freático, esgotou em 3 dias.

Enquanto o governo negociava o destino emergencial para aterro em Santo Antônio da Patrulha, a destinação passou a ser feita em antigo depósito de inertes da Secretaria de Obras, mas transbordou, chegando à rua Rubem Taichment, no Distrito Industrial, alvo da denúncia feita por moradores.

Parecer de técnicos ambientais da Prefeitura autorizou o transbordo. Reproduzo e, abaixo, sigo.

– É uma rua sem saída. O lixo está a 150 metros da primeira empresa. Na segunda expliquei aos moradores que começaríamos a retirar os resíduos em dois dias. Entre hoje e amanhã já estaremos levando o lixo depositado e o diariamente recolhido para Santo Antônio e novamente São Leopoldo – informa André Lima, observando que devido a bloqueios no trânsito e engarrafamentos, as cargas demoram em média 4h para chegar ao aterro.

– Foi uma emergência temporária em meio a uma catástrofe. Não tínhamos como parar de recolher o lixo da frente da casa das pessoas. É momento de priorizar o interesse coletivo e de sacrifícios individuais pelo bem de toda comunidade – conclui.

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(ATUALIZAÇÃO)

A CRVR enviou nota ao Seguinte:, após a publicação do artigo, onde “informa que nenhuma de suas Unidades foi inundada ou teve algum tipo de paralisação em razão das enchentes, nem mesmo em São Leopoldo, diferente do que afirma a matéria do dia 15/05”. Segue: “Ressaltamos ainda que nossos consultores comerciais enviaram informações em tempo real para os municípios, inclusive de Cachoeirinha”. E conclui: ” A CRVR desconhece os motivos do município para contrato emergencial com outro aterro ou para disposição no próprio município, e reitera que, em nenhum momento, a Unidade de São Leopoldo foi inundada ou deixou de operar”.

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