CULTURA

Armazém 500: o templo da cultura viva em Gravataí

Guile Athanazio

Em tempos em que a cultura luta para sobreviver às pressões do mercado e à pasteurização das experiências sociais, Gravataí encontra refúgio em um espaço que pulsa arte, diversidade e afeto: o Armazém 500. Mais do que um pub, o Armazém se transformou, ao longo dos últimos anos, em um verdadeiro centro de referência da cultura gravataiense — um palco democrático onde atores, poetas, músicos, escritores, artistas visuais e toda sorte de gente criativa transformam o que era um pequeno bar em um gigante de encontros inesquecíveis.

Por trás dessa façanha está Guile Athanazio, que não carrega apenas um sobrenome artístico — carrega no sangue a veia criadora. Filho da bailarina Mana Atanazio e do artista visual Carlos Athanázio, Guile é herdeiro direto de uma linhagem que respira arte. Talvez por isso o destino tenha se encarregado de escolher a localização do pub: exatamente o mesmo endereço onde funcionou, nas décadas de 1980 e 1990, um histórico centro de artes de Gravataí. Coincidência? Prefiro acreditar em alinhamento dos astros — ou, quem sabe, bênção dos deuses sagrados das artes.

O que torna o Armazém 500 especial é sua programação plural e ousada. Shows musicais com entrada franca, sempre com destaque para músicos locais e regionais, convivem com stand-ups, lançamentos de livros, exposições de arte visual e noites com DJs de um ecletismo encantador. Tudo isso sem perder o tom acolhedor e comunitário. Ali, o público vai dos 18 aos 80 anos — todos reunidos pela paixão comum pela cultura e pela troca humana.

Pode parecer que estou fazendo propaganda. E estou mesmo. Propaganda gratuita, apaixonada e incentivadora de um lugar que tem a cara da cidade — e mais: a cara da cidade que sonhamos. Um espaço sem modismos, sem fórmulas prontas, onde o diferente é bem-vindo e a diversidade não é slogan, é prática cotidiana.

Ah, e aqui vai um detalhe que pode soar retrô, mas é revolucionário: não tem Wi-Fi. No Armazém 500, conversa-se. Olho no olho. Copo na mão. Ideia na cabeça e coração aberto. Enquanto muitos estabelecimentos disputam atenção com base em algoritmos e tendências digitais, o Armazém 500 escolhe o caminho da proximidade real, da celebração da arte e da valorização da produção local. E, por isso, merece todo nosso aplauso.

Que sigam os encontros, os aplausos, os brindes e as ideias. Que sigam os artistas. Que sigam os sonhos. Porque Gravataí precisa — e merece — muitos Armazéns como esse.

Prof Amon , Tonho Croco , Guile.

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