A confirmação hoje de que Gravataí seguirá até às 23h59 da próxima segunda-feira (12/10) na bandeira laranja, de risco médio, no Distanciamento Controlado, deve permitir a volta às aulas da educação infantil privada. O ensino médio também deve voltar. O ensino fundamental, dificilmente.
– Amanhã (terça) devemos ter novidades – despistou o secretário da Saúde Jean Torman há minutos, ao Seguinte:, após sair de reunião com o prefeito Marco Alba.
O secretário foi levar um apanhado de informações colhidas em reuniões diárias do COE, o Centro de Operações e Emergência em Saúde Municipal, que reúne técnicos da saúde e educação a representantes de escolas privadas. O prefeito ainda não tem definição de datas, ou mesmo decisão sobre voltar ou não.
– O governador Eduardo Leite anunciou que vai publicar na próxima madrugada novo decreto para bandeira laranja. É precipitado falar hoje sobre retorno de outras atividades ou volta às aulas – disse Jean, informando que nesta terça tem reunião com a Santa Casa para tratar da retomada de cirurgias eletivas no Hospital Dom João Becker.
Sobre reabertura de casas noturnas, ainda não.
– Só se o decreto do Estado mudar tudo. Já estamos no limite da bandeira laranja – explica, sobre as regras de Gravataí já permitirem a abertura de bares, por exemplo, até às 22h.
Inegável é que a volta às aulas é a ‘pauta-bomba’.
No ensino médio, a decisão é com o governador. Sobre o ensino infantil e fundamental em Gravataí, é com o prefeito. Pelo que apurei junto a fontes que tem informações sobre as discussões no COE, que também tem a supervisão do Ministério Público, as aulas presenciais devem retornar pelas escolas infantis privadas, como antecipei na semana passada em Como escolas vão voltar às aulas em Gravataí; a melhor lição.
No artigo, a cronologia apresentada pelo secretário como necessária para a volta às aulas dos mais de 30 mil alunos da rede municipal quase não cabe no calendário de 2020.
É que, caso o prefeito, com base no COE, libere nesta semana a retomada das escolas infantis privadas, faz parte do planejamento medir pelos 30 dias seguintes os efeitos na rede de saúde para projetar a volta presencial do ensino infantil e fundamental.
Na melhor das hipóteses, o retorno se daria apenas em novembro.
– O retorno precisa ser gradativo e ter seus efeitos estudados. A partir do ensino privado talvez seja possível irradiar a retomada no público, seja neste ano ou ano que vem – foi o que disse Jean, e reproduzi no artigo, onde também revelei que, antes de deixar a Secretaria da Educação, para a coordenação executiva da campanha de Luiz Zaffalon (MDB) à Prefeitura, Sônia Oliveira já garantiu ao COE que a rede municipal tem condições de encerrar o ano letivo sem aulas presenciais.
Assim também pensam professores, pais e alunos, conforme as pesquisas. Conforme o Datafolha, os 8 a cada 10 pais não querem os filhos na escola, e 98,7% dos professores e funcionários da educação, conforme levantamento do sindicato de Gravataí, também consideram arriscado a retomada, números que reproduzi em Aulas não!; o anticorpo da greve em Gravataí.
A ‘ideologia dos números’ mostra que a pandemia continua. Nos último 14 dias de bandeira laranja, são 752 casos, ou quase 60 por dia. Já são 4.825 testes positivos, como 82.07% recuperados em 11.171 testes realizados. No mesmo período foram 20 vidas perdidas. Já somam 145. A média de 1,4 a cada 24h é inferior às 2 por dia registradas no ‘pico’ de julho e agosto, mas superior ao ‘platô’ de 1 a cada 24h de setembro.
Ao fim, concluo da mesma forma: a melhor lição deste ano é aprender com a pandemia.
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