“Cuidem bem dela: é a única que nós temos” (Jules Rimet, presidente da Fifa de 1921 a 1954, entregando a Copa do Mundo a dirigentes do Uruguai em 1930).
“Das coisas menos importantes da vida, o futebol é a mais importante” (Robert Guérin, primeiro presidente da Fifa, de 1904 a 1906).
“O futebol colocou o Uruguai na geografia mundial” (jornal uruguaio “El País”).
Brasil e Argentina são rivais em quase tudo, mas os argentinos têm ainda outra rivalidade feroz na América do Sul: com o Uruguai. No futebol, então, ela é especial. E qual é o jogo final da primeira Copa do Mundo, em 1930, no Estádio Centenário, em Montevidéu? Uruguai x Argentina, nada menos!
Deu Uruguai, 4×2. Antes, em 1924, ainda não existia Copa, e os uruguaios haviam sido pela primeira vez campeões olímpicos de futebol, em Paris. Mas no fim daquele ano, a 2 de outubro, perderam por 2×1 em Buenos Aires para a Argentina, que fez um gol em cobrança de escanteio do ponteiro Onzari. Por deboche e pura maldade, os argentinos apelidaram o lance de “gol olímpico”.
No final de 1980 e início de 1981, o Uruguai realizou o Mundialito, torneio dos campeões mundiais, meio século depois da primeira Copa. O único jogador campeão vivo de 1930, o zagueiro Ernesto Mascheroni, recebeu várias homenagens no próprio Centenário, e falava com bom humor das brigas com a Argentina – e da vingativa revanche uruguaia seis anos adiante pela tal história do gol olímpico:
– Algumas vezes nós realmente batíamos duro, os argentinos reclamavam, as queixas chegaram ao auge na final de 1930, e aí nós aproveitamos toda aquela sensibilidade deles e começamos a chamar os caras de senhoritas. Era "Senhorita Monti”, “Senhorita Peucelle”, “Senhorita Varallo”, “Senhorita Stábile”, todo o time deles, ficaram loucos. Lembramos mesmo o gol olímpico, sim, e debochamos, na cara.
Mascheroni (foto abaixo) em 1930 tinha 22 anos e era de um pequeno clube uruguaio, o Olímpia. Jogou 12 partidas pelo Uruguai, de 1929 a 1939, com uma interrupção: em 1936 esteve na Ambrosiana-Inter de Milão, e fez dois jogos pela seleção da Itália, do ditador Benito Mussolini.
Agenda histórica do futebol gaúcho na semana
11.2, domingo
1955 – Primeiro jogo do Inter contra um clube europeu, Estrela Vermelha da Iugoslávia, derrotado por 4×2 nos Eucaliptos, três gols de Bodinho e um de Larry, um cada de Stramkovic e Toplak
12.2, segunda-feira
1989 – “Gre-Nal do Século”, Inter 2×1 Grêmio no Beira-Rio
13.2, terça-feira
1958 – Inter 6×1 Riograndense de Santa Maria, em Santa Maria
14.2, quarta-feira
1944 – Inter dá novo nome ao Eucaliptos, Estádio Ildo Meneghetti
15.2, quinta-feira
2006 – Novo Hamburgo estréia na Copa Brasil, 2×2 Criciúma
16.2, sexta-feira
1966 – Com gols de Alcindo, Grêmio 2×0 União Soviética, Olímpico
17.2, sábado
1996 – Grêmio vence Sport Recife em Cidreira nos pênaltis e é campeão da Taça Internacional Renner