opinião

As previsões do Pai Merdanelles para 2020; leia antes que tirem do ar!

Arte sobre obra do genial Pawel Kuczynski

O Pai Merdanelles, aquele que faz previsões não nos búzios ou na borra do café, e sim na cinza do cigarro e na espuma da cerveja, destilou seu veneno, Faixa adiante, no calorão deste dia 31 de dezembro de 2019.

Vestindo calça camuflada, camiseta verde-e-amarela escrita ‘Jesus Gay’ (comprida o suficiente para esconder a pistola) e calçando coturnos com cadarços nas cores do arco-íris, o amigue nos traz previsões e um copia-e-cola-modo-lava-jato de velhas novidades.

Pândego, não é bom com nomes.

Trôpego, não reconhece direito os lugares.

Sincericída, não trabalha com a metade da verdade mais próxima à mentira.

Chuco, inspira-se em suas próprias linhas, sem nenhuma cronologia.

Assim, fica por conta de quem lê identificar personagens, aldeias, diretas e indiretas; e criar alguma ordem no caos de previsões que fluíram como água da Corsan.

Siga!

 

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No Ano Novo, um tiozão do Jipe Renegade pedalado vai dizer que 2019 foi um ano bom.

A sobrinha professora vai dizer que está devendo.

A família vai levar mais pratos de salpicão do que carne.

Cerveja é Itaipava.

 

1% vai sorrir assistindo a reprise dos economistas na GloboNews.

 

Os responsáveis pelo terrorismo contra o Porta dos Fundos teclarão por ela em suas redes sociais.

 

Uma criança vai chorar e um animal vai sofrer enquanto idiotas riem soltando um fogo de artifício.

 

O fogo na breguíssima estátua da Havan is the new Riocentro.

 

Teremos bastante reportagens em rodoviárias, poucas em aeroportos.

 

Atenda o interfone que mais um uberizado está lhe entregando o lanche.

 

Ubers da região que precisam trocar de carro entenderão o negócio.

 

Uma candidata vai concluir a saída da esquerda para trás do muro.

Lá, já estará outro candidato.

 

Um médico como Alckmin será candidato a prefeito.

 

Um secretário vai cair.

Um secretário vai subir.

Vários continuarão onde estão, seja isso bom ou ruim.

 

Alguém não vai fazer nada.

Alguém vai fazer de tudo.

 

O desemprego vai diminuir.

Por desistência.

 

Na Virada, alguém, ou alguéns, ficará R$ 300 milhões mais bonito, querido, amado e sob risco de morte.

 

Esquecerão do Tuiuti.

 

A Mangueira vai entrar com tudo.

 

Franceses perderão o Natal, mas não as aposentadorias.

 

Muitas sessões legislativas não passarão de crime ambiental pelo gasto de luz, testemunhada pelos quatro, cinco que assistem pela internet.

 

Um campeão receberá uma moção de parabéns.

Alguém que possa garantir uns votinhos também.

Amigos, sócios, financiadores, parentes e casinhos também.

 

Um ativista ambiental será assassinado.

Outro também.

E mais um.

 

Sérgio Moro continuará um jeca popular.

 

Lula o malvado favorito.

 

Bolsonaro, um tosco.

 

Muitos apostarão no ‘homi na kombi’.

 

Outros, no do avião.

                                                                             

Alguém vai perder emprego.

Alguém vai ganhar um subemprego.

Outros vão trabalhar na Havan.

Outros vão reclamar do patrão no quarto domingo trabalhado.

 

Um trabalhador da Pirelli entrará em depressão.

 

Um carro da GM vai pegar fogo.

 

Alguém vai usar a causa animal para ganhar votos.

 

Alguma alíquota vai achar mais que bala perdida.

 

Uma vai ser feminista de verdade.

A outra vai alcançar as calcinhas para a mãe lavar.

 

Um machão continuará apavorado com as mulheres.

 

A ovelha continuará gostando da sinceridade do lobo ao dizer que vai devorá-la.

 

O político que quer ser prefeito tem um médico que quer ser seu vice, mas não é o médico que será o candidato.

 

O político experiente que cria caso só está esperando um telefonema para entrar no modo rivotril.

 

Quem está na praia em ano eleitoral é um crente.

Que vai ganhar, ou que já perdeu.

 

Na firma, terá festa no horário de expediente.

Na repartição pública, também.

 

O fim de mês do funcionalismo seguirá perpétuo.

 

O rio continuará secando.

 

Alguém vai reclamar que a água sai fraquinha da mangueira com a qual molha a grama.

 

Uma mãe vai morrer, e o dinheiro vivo não servirá de nada.

 

Um político vai tomar o lugar de um pobre no SUS só para ganhar cliques.

 

O plano de saúde dos servidores estreará sua primeira temporada de Walking Dead.

 

O governador vai depilar o peito e o plano de carreira do funcionalismo.

 

Dos mais venenosos venenos será produzido antídoto.

 

Um colunista social seguirá sugando a teta pública, sentado, com casaco na cadeira, enquanto acusa os outros olhando no espelho.

 

Um crítico chamará outros de gigolô do poder.

Gigolô em casa pode.

 

Um CC vai dar um presente de 40% para seu padrinho, ou madrinha.

 

Um grupo de facebook será derrubado.

E outros também.

 

Um vereador vai instituir o Ano da Fake News Municipal.

 

Não está mais verde, amadureceu: um vereador seguirá leal com seu prefeito.

 

Troca-se dois vereadores por um potencial candidato a prefeito.

 

Mais veados aparecerão nas noites de Gravataí.

 

O votante no diretório será tão sincero quanto o medo.

 

Em voto secreto, todas as prévias serão pardas.

 

Um candidato a prefeito anda de elevador.

 

O político com a pistola está com medo de mudar de partido e dar um tiro no pé.

 

A Igreja Universal terá um vereador.

 

A Assembleia de Deus também.

 

A Acadêmicos de Gravataí não terá dinheiro para matrícula no Carnaval.

 

Se restar a casa, o ano do Cerâmica será bom.

 

Um sindicato será conhecido por SindiFestas.

 

O Almoçando com a Acigra trará alguém para dizer o que os empresários querem ouvir.

 

O Marcas & Líderes terá os mesmos indicados do ano passado.

 

Alguém vai pedir para o prefeito tirar o primeiro morador debaixo das novas pontes do Parque dos Anjos.

 

O pessoal de uma pastoral vai rezar pelos moradores de rua que agora estão longe da sua igreja.

 

Alguém do condomínio vai reclamar que não consegue dormir com crianças brincando na creche ao lado.

 

Políticos anunciarão emendas, que ficarão para as calendas.

 

O promotor e a promotora vão querer governar.

 

Uma decisão do judiciário local vai ser revertida no TJ.

E outra.

 

Um político terá que pegar um engovi na farmácia para aceitar a decisão de seu partido.

 

De um selfie com Lula, e outro com Bolsonaro, será registrada uma chapa em 2020.

 

Um cidadão de bem será preso.

 

Um ‘Maria da Penha’ exaltará a família.

 

Teremos bandidos de Nike.

E de coturno.

 

Teremos candidatas laranjas.

E laranjas candidatas.

 

Muitos vão sujar as mãos na eleição.

Outros vão lavar.

Os mesmos vão sumir com o sabonete.

 

A Santa Casa vai perder um pouco mais da fama de santa.

Sem ar-condicionado para os pobres, então, é o diabo.

 

Um político vai prometer conseguir alguma ‘coisinha’ para o eleitor.

A filha do financiador será estagiária.

O filho do empresário também.

O filho do político também, em outra cidade.

A esposa também.

 

Tantos seguirão cristãos odiando tipos como Jesus.

 

A música ruim vai ser ouvida cada vez mais alta.

 

O cagador de regra sentará na mesa dos imbecis.

 

Os pobres ficarão mais pobres.

Os ricos mais ricos.

A classe média ainda mais rica em preconceitos e pobre de espírito.

 

O Nordeste não é aqui.

O Haiti, sim, deitado embaixo da marquise ali na esquina.

 

Um jardim de igreja será cercado e ficará bem bonito e iluminado.

Sem mais cocô de mendigo em frente à porta.

 

A cervejada vai pegar no findi.

Para os cães, nem água trocada.

 

Um famoso vai morrer.

Nem que seja de uma fama de 15 segundos.

 

Alguém vai beijar muito.

Alguém não vai beijar nada.

Tarados e taradas de famílias estarão preocupadíssimos com isso.

 

As crianças que sobreviverem vão dominar o mundo.

Ou derreter.

 

O calorão será culpa do PT.

 

Cassadores cassarão até serem os cassados.

Com tantos esses que simulam cobras.

 

A turma da CPI se reunirá para ver quem vai indiciar.

Quem não vai já está acertado.

 

Governos venderão empresas ‘quebradas’ que ‘trouxas’ comprarão.

 

Parcerias Público-Privadas serão finalmente firmadas, desde que o público já tenha entrado com a bunda.

 

A crise vai à praia ganhar um fôlego para voltar com tudo nas reclamações contra os políticos que estão lá ‘ninguém sabe como’.

 

No Grande Tribunal das Redes Sociais a condenação será na zerésima instância.

 

Uns seguirão com bondosas caras de gatos.

Outros com caras de homens e mulheres de bem.

 

A Globo não vai mostrar o que não mostra no A Globo Não Mostra.

 

Teremos um Pateta na eleição.

 

200 mil por ano não será juramento suficiente para Apolo, Esculápio, Hígia ou Panacea de jaleco atenderem Marias, Joões, Cauãs e Enzos Gabrieis nos postos de saúde das periferias.

 

O pagador de propina será propagador de fake news.

O recebedor também.

 

O maior crítico do serviço público pagará o Cumon para a cria passar no concurso.

 

Pelos corredores do Ministério Público veremos bastante gel e chapinha.

 

Alguém vai pedir um CC.

Alguém vai entregar um CC.

Alguém vai indicar CCs como um segredo de dois.

Alguém quando descobrir o que é CC vai querer também. Até ser.

 

Um político vai contabilizar a rachadinha.

E usará a ‘caixinha’ para campanha.

Outro para ir para Zoropa ou para os Staites.

Ou Tramandaí mesmo.

Ao Fórum? Talvez.

 

O IPTU seguirá a unanimidade do governo.

 

Será um ano de muitas obras. Antes, durante e depois das eleições.

De manhã, de tarde e de noite.

 

O líder do governo na Câmara vai ser um homem.

A destituição de fevereiro não influencia a previsão.

 

Um político da oposição vai embarcar em todas que rendam curtidas.

 

Outro oposicionista dirá que faz e acontece, mas é mentira.

 

Um político seguirá mandando gente embarcar de iPhone para Cuba enquanto pratica o socialismo numa casa frequentada por casais.

 

Todos continuarão querendo comer o brioche uns dos outros.

Um prefeito limpará as gavetas.

 

Um eleito reclamará da herança.

 

Quem perder vai culpar o poder econômico.

Com milhares em gastos.

 

Alguém achará ter feito o eleitorado de São Paulo em votos, tantos cumprimentos e ‘votei em ti’ depois de outubro.

 

Já há pelo menos três secretários da saúde para 2021.

De Obras, então…

 

Caixa 1, 2 e 3.

As pesquisas indicarão o preferecial.

 

Algum político vai aparecer no Facebook com um troféu.

É o preço da fama.

 

Esposas troféu também serão exibidas.

Cuidadoras de idosos, idem.

Candidatas, certamente.

 

Uma voz de vereador que só se ouvia no trecho bíblico soará, tímida, mas em todas as sessões.

A de outro, para ouvir, só se precisar depor em audiências de instrução.

 

Ninguém pegará diárias, não por não querer.

Quem tem (voto), tem medo.

 

O vigário será pastor.

 

Habeas corpus só será admitido para familiares. 

 

Parlamentares continuarão maria-vai-com-as-outras da opinião pública. Mas só quando se trata de comportamento, apavorados com o Grande Tribunal das Redes Sociais e os fiscais de fiofó alheios, ou da fé demais, ou fé de menos dos outros.

 

A Câmara continuará a mais careta desde Pinto Bandeira.

Pelo menos publicamente.

 

O Brasil tão caretão quanto.

Inclua fora dessa as grandes e pequenas corrupções, ou o puteiro.

 

Nenhuma exposição será fechada em Gravataí porque nenhuma exposição virá para Gravataí.

 

Algum fenômeno das redes sociais, contando cadáveres em vez de buracos, começará a representar o voto de protesto contra Câmara. Eleita, trocará de carro. Há uma candidata bem forte já.

 

Haverá grandes mudanças nos partidos. Mudanças de letras.

 

Na eleição as campanhas medirão a popularidade quando da chegada dos vigaristas.

 

Por 45 dias vai ter gente limpando ranho de criancinha e alcançando o copo de Guaravita morro acima.

Vai ter passe.

Vai ter graças.

Vai ter amém.

Pomba gira sempre tem.

 

Cabos eleitorais continuarão sendo GreNal até a morte!

 

O Dr. Golpeachment vai incomodar.

Aguardemos quem.

 

Um candidato a prefeito será até não mais ser. Antes, será candidato a candidato a vice. Ao fim, a vereador.

 

Partidos ainda procurarão bons candidatos. Ricos, de preferência.

 

Todos pensarão bastante na família, a base de tudo.

 

Meia dúzia passará calor discutindo a revolução em alguma garagem.

 

Candidatos continuarão dizendo o que querem fazer. Não o que vão.

 

O mentirômetro vai às alturas.

 

O bom mocismo será fashion.

 

O comércio de malas mostrará a reação de cada dois anos.

Empresários receberão visitas.

Almoços continuarão não sendo de graça.

Empresas de ônibus continuarão com itinerários à direita, à esquerda e pelo centro.

Para e por Jesus, dinheiro será pedido.

 

Um político vai para o enésimo partido. Se até março não resolver saltar fora da janela.

 

Os culpados serão os de sempre. A maioria de pele escura e cabelo crespo, porque os de colarinho branco e pele bronzeada tiveram suas delações e contas desbloqueadas.

 

Um barbudo será condenado.

 

Enquanto alguém saca, algum Napoleão de hospício continuará em Brasília, ou na Virgínia, entretendo a abobalhada plateia.

 

A Lava Jato, draga para uns, vai virar vaporeto para outros.

 

A aldeia continuará um Black Mirror para o Brasil de impeachments e tapetões.

O gostinho de tomar de assalto o poder já seduz a vizinhança.

 

Vai faltar água.

Culpa da estatal.

 

Vai faltar luz.

Culpa da empresa privatizada.

 

Mexendo com a merda, alquimistas farão ouro da água.

 

Com braços de robô e incentivos, a GM vai acelerar a produção do carro elétrico.

 

Poucos privilégios serão perdidos, muitos em nome da justiça, assim como é desde que Elias Antônio Lopes presenteou Dom João & Corte com a Quinta da Boa Vista.

 

A popularidade do presidente crescerá como a economia e ele sairá do centro da meta para o teto da margem de erro no ibope.

 

O mensageiro será morto várias vezes.

Poucos lerão além da manchete.

Poucos lerão.

Alguns lerão e não entenderão.

Além dos mal informados, crescerá a categoria dos informados do mal – aqueles versados, e bem pagos, na arte da desinformação.

Às vezes será melhor não entender.

 

Gremistas continuarão chatos.

Colorados continuarão chatos.

O Galvão continuará chato.

Nosso 7 a 1 continuará diário.

A culpa será do Renato, do Coudet, ou do Lula e o PT.

 

Gratidão será a palavra desta noite até a Maria do Rosário aparecer no Facebook.

 

Alguém atravessará a rua para o cabelo ruim.

 

Outro negro será preso.

 

Todas as mulheres serão desrespeitadas.

 

Gays apanharão.

 

Silvio Santos continuará um velho babão. 

 

Um pobre falará como rico.

 

Um rico mentirá como um pobre.

 

Freudianamente, um machão teclará textão de duas linhas sobre Pabllo Vittar.

 

Amélia também, mas sobre Anitta.

 

O fã do The Voice dirá que Chico canta mal.

 

Até serem usadas, as drogas estarão aglomeradas na gaveta das cuecas ou das calcinhas. Ou no escritório, ou na repartição pública, ou… não lembro!

 

Nenhuma toga repousará em armário de prisão.

A pena da corrupção será aposentadoria com salário integral.

 

Algum Dr. Stockmann será o Inimigo do Povo.

 

Muito cidadão de bem honrará capa da The Good Citizen.

 

Um político terá um encontro casual com outro na praça.

Um terceiro curtirá a praia de chapéu de palha.

 

Enquanto alguns conselheiros tutelares irão às vilas, outros talvez nem percebam a pintura ‘A conquista do espaço’, de Aldo Locatelli, antes de embarcar no aeroporto Salgado Filho.

 

Alguém vai mandar um WhatsApp para o jornalista perguntando quem vai ganhar a eleição.

Um político receberá uma visita.

 

Todo mundo lidera as pesquisas.

Até precisar do registro oficial para publicar.

 

O Seguinte: será ‘acusado’ de ser, ao mesmo tempo, da esquerda e da direita.

 

O Martinelli será a Tábata da eleição: apanhará com as duas mãos.

 

Um super-herói vai virar vilão.

 

Um vilão será visto como super-herói.

 

Fecharão-se as cortinas para um político.

 

Outro se manterá em formol.

 

Será o Ano dos Iludidos.

E endividados.

Outubro sempre vem.

 

Não teremos Marco Alba e Daniel Bordignon.

Nas urnas.

 

Ganhará a Prefeitura quem receber mais votos.

 

O comportamento das gentes (políticos também) em 2020 será a média do que você vai testemunhar daqui a pouco na sua ceia de Ano Novo.

 

Ao, fim, o Pai Merdanelles apela para o parafraseamentopsicografado de Millôr, para sintetizar o 2020 que vem por aí:

Já que estamos no Ano Novo, eu me atrevo a firmar uma coisa que não surpreenderá nenhum dos meus compatriotas mas pode soar inacreditável aos estrangeiros. Há crianças no Brasil, milhares delas – sem nenhum exagero ufanista podemos mesmo afirmar que alguns milhões –, entre 7 e 10 anos, que possuem um conhecimento social e político realmente assombroso. Noutro dia, por exemplo, eu estava num bar de calçada com três amigos e a conversa, superintelectual, caiu numa dessas indagações transcendentais, de saber se o Lula é melhor que o Bolsonaro, se fulano está mais à direita que ciclana, se o comunismo ou o fascismo um dia poderão dominar o Brasil, e se nossa solução última é a social-democracia, quando um menino, desses de que falei, estendeu a mão e fez a síntese irretorquível: “Tou com fome”.

 

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