pedido de ajuda

Associação do Loteamento Princesa pede socorro

Crianças da comunidade recebem lanches e refeições na Associação Casa de Caridade Princesa, que está passando por dificuldades

Uma forma de retribuir a conquista da casa própria!

Foi com este sentimento que surgiu a ONG (Organização Não Governamental) Associação Casa de Caridade Princesa, registrada oficialmente em 7 de março de 2009 e uma iniciativa de Emiliani Roberto André Dutra, uma dona de casa que depois de não ter onde dormir, com a filha (falecida aos 18 anos, há oito anos completados no sábado passado, dia 24), mudou-se para o Loteamento Princesa, na altura da parada 103 da RS-030 (Gravataí-Glorinha).

Emiliani é casada com Adão Carlos Dutra, é albina (dos nove irmãos, ela e mais um irmão são albinos) e deficiente visual – tem glaucoma desde que nasceu e só foi diagnosticada aos 26 anos. Ela não tem visão no olho direito e a visão parcial no olho esquerdo lher permite apenas ver sombas, vultos, sem que possa identificar as pessoas e, muito menos, consiguir ler.

Mesmo assim é uma ativa liderança da comunidade. Além de fundar a associação, é sua presidente vitalícia e divide a diretoria com mais duas pessoas. Associação que, a bem da verdade e segundo ela, enfrenta dificuldades financeiras e necessita cada vez mais do apoio da comunidade, já que trabalha intensamente para dar assistência às famílias e evitar que crianças e adolescentes acabem entrando no mundo do crime, especialmente do tráfico de drogas.

 

Veio da praia

 

Natural de Tramandaí, Emiliani – hoje com 43 anos – conta que veio para Gravataí em 1991 em busca da sua independência pessoal. Grávida, e mais adiante com uma filha doente nos braços, sequer tinha onde dormir e acaba se sujeitando a todo tipo de trabalho para ter o que comer e um cantinho para passar a noite com a pequena.

— Fui muito acolhida pelas pessoas e aprendi a gostar do trabalho voluntário. Como ninguém dava emprego com carteira (CTPS) assinada eu trabalhava de dia para ter onde dormir com minha filha — contou ela, hoje, para o Seguinte:.

E completa:

— Quando eu mudei para o Princesa, dia 4 de julho de 2008, fui uma das primeiras moradoras contemplada nas 100 primeiras casas sorteadas. Eu me senti na obrigação de agradecer e a forma que achei foi fazer um trabalho pela comunidade. Desta forma que já em dezembro daquele ano organizei uma festa de Natal para umas mil crianças.

A ONG que ela conduz ao lado da vice-presidente Sanda Mara Pires Fernandes e da segunda-secretária Márcia de Lourdes da Silva, tem a finalidade de acolher e dar assistência às famílias mais necessitadas já que o Loteamento Princesa é um lugar de pessoas carentes, em situação de vulnerabilidade social.

 

Os projetos

 

Atualmente a ONG Associação Casa de Caridade Princesa tem mais de 170 fdamílias inscritas – o loteamento tem 448 moradias – atendidas em todas as áreas possíveis. São crianças, bebês ainda em gestação, adultos e idosos que recebem desde assistência psicológica, social e religiosa a material como fraldas geriátricas, alimentos, cadeiras de rodas, vestuário e calçados, entre outros itens.

Em parceria com a Pastoral da Criança – da igreja do bairro, a Cristo Rei – é realizada uma vez por mês a Celebração da Vida. Todos os finais de semana ciranças recebem lanches e refeições ao participarem de atividades extra-classe, como as esportivas, organizadas por uma ONG de Porto Alegre, a Emancipa de Esportes. Tem ainda o projeto Mamãe Canguru – que acompanha gestantes e crianças, após o nascimento, até os seis anos – e o Lugar de Idoso é em Casa.

 

: Emiliani e Kaillan Henrique Dias, cinco anos, ganhador de duas medalhas de prata no último campeonato municipal de tae-kwon-do, realizado no mês passado no Parque Florido.

 

Poucos voluntários

 

Emiliani se queixa da escassêz de pessoas dispostas a atuar como voluntários nos projetos que a ONG desenvolve. Um dos apelos que faz é no sentido de encontrar alguém capaz de colocar ‘no papel’ e de forma organizada os projetos e suas realizações e metas, para facilitar o encaminhamento de pedido de recursos junto às entidades governamentais e iniciativa privada.

Além disso, apela para que pessoas se disponham ao voluntariado nas áreas da saúde, educação, e atividades esportivas e de educação física como programa extra-classe.

— Está bem difícil achar pessoas que aceitem trabalhar de forma voluntária. Hoje, aqui (na associação) é só eu e meu marido, que é ‘meu escravo’, e a Maria Helena Martins que é responsável por fazer os lanches e refeições das crianças — conta a presidente que também é secretária, tesoureira e bota literalmente a ‘mão na massa’ apesar da limitação visual.

E os recursos para manutenção dos programas?

Este é outro problema. Segundo Emiliani, o dinheiro que mantém a ONG é do salário do marido Adão, e das doações que consegue junto a alguns estabelecimentos comerciais e umas poucas pessoas da comunidade. E o que ela consegue juntar é insuficiente para bancar lanches e refeições (arroz, feijão, polenta e carne moída) semanais para quase 150 crianças. Só aí vai uns R$ 1.000,00 por mês.

Fora o gás, o óleo e os temperos.

E as despesas não param por aí. Ela tem que pagar água, luz, telefone, internet e até combustível do carro da família (hoje com a prestação em atraso devido às dificuldades financeiras) usado no transporte emergencial de pessoas doentes e até de animais para clínicas veterinárias.

— Se alguém mais nos ajudar, vai ser muito bem-vindo! A gente precisa muito do apoio das pessoas porque nossa missão, principalmente, é resgatar os jovens para um convício social saudável antes que as drogas os resgatem — diz ela.

 

PARA SABER

 

: A Associação Casa de Caridade Princesa tem cerca de 170 famílias inscritas.

: São atendidas, atualmente, cerca de 300 crianças em diversos dipos de atividades.

: Pelo menos 30 idosos recebem assistência em suas casas, através de doações de materiais como fraldas geriátricas, medicamentos e cadeiras de rodas, entre outros.

: Outras 35 pessoas portadoras de necessidades especiais também têm assistência da entidade.

: Atualmente pelo menos 65 crianças – inclusive algumas ainda em gestação, acompanhamento pré-natal – recebem atenção da entidade especialmente no que tange às atenções básicas de saúde.

 

Quer doar?

Doações em dinheiro podem ser feitas na conta corrente número 54.504-8 do Banco Itaú.

 

Quer ajudar?

Pessoas interessadas em conhecer o trabalho ou atuar como voluntários ou, ainda, levar doações à associação, podem entrar em contato com Emiliani Roberto André Dutra através do telefone 9.8485.3693.

 

Rede social

Ela no Facebook. Clique aqui.

A ONG no Facebook. Clique aqui.

 

No vídeo

 

Crianças do projeto realizado em parceria com a Pastoral da Criança recebem refeições e agradecem a alimentação recebida com uma oração. Clique na imagem abaixo para assistir.

 

 

 

 

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