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Ativistas fazem vigília para evitar novos abates no Pampa Safari

Acessos ao Pampa Safari estão sendo monitorados desde a tarde de hoje para fazer cumprir liminar que impede nova matança de animais

Os ativistas pela causa animal de Gravataí, Porto Alegre e de outras cidades da Região Metropolitana vão passar esta noite em vigília, monitorando todos os portões de acesso ao Pampa Safari, com a finalidade de fazer cumprir uma liminar que proíbe a retirada de animais do empreendimento, para fins de abate.

A deputada estadual Regina Becker (REDE) – também envolvida com a causa animal – passou parte da tarde e começo desta noite no portão principal do Pampa, na RS-020, e destacou a existência desta liminar expedida na quinta-feira passada quando a Fundação Municipal do Meio Ambiente (FMMA) de Gravataí fixou, nos acessos, placas indicativas da proibição.

A parlamentar disse também que pediu informações ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de Porto Alegre, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Ministério Público Federal (MPF) além do MP de Gravataí, sobre processos ou laudos indicando a existência da doença alegada – tuberculose – para o extermínio de parte dos animais, principalmente os cervos.

Somente o processo do Ibama tem cerca de 3,5 mil páginas e data de 2012 quando agentes do órgão interditaram o Pampa Safari pela primeira vez. A alegação teve base em questões sanitárias com sustentação de que animais estavam infectados com a bactéria da tuberculose.

Em razão do processo e interdição de 2012 a direção do zoológico apresentou um plano de extinção da empresa, com manejo e destinação correta dos animais, o que não foi aceito pelo Ibama. Um segundo plano de manejo foi igualmente rejeitado pelos técnicos do instituto ainda sob alegação de que havia infecção por tuberculose.

De acordo com o que a deputada Regina Becker apurou e contou ao jornalista Rafael Martinelli, do Seguinte:, que está no local em vigília, neste instante, um veterinário contratado pelo empreendimento e com acesso ao Ibama testou todos os animais do Pampa e todos os exames deram negativo para a doença.

O resultado não foi aceito pelo Ibama.

 

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Veja o vídeo gravado há pouco pelo Martinelli contando o que está acontecendo no Pampa Safari.

 

 

O abate

 

Mais recentemente um laboratório especializado – do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor – testou 21 amostra de animais abatidos e descartou a existência da bactéria. Um exame contraprova deve ser feito, com resultados que devem ser conhecidos no prazo de quatro meses, para confirmar – ou não – a doença.

Uma irregularidade no abate destes animais é a constatação de que havia quatro fêmeas prenhes, que não poderiam ter sido mortas de acordo com a legislação federal que regulamenta a existência de animais em cativeiros ou em zoológicos como o de Gravataí.

Estes animais foram encaminhados para o frigorífico que realizou o abate, em Morungava, segundo informações reveladas agora no final da tarde, por determinação do Ibama e com guias de transporte de animais, as GTAs, emitidas pela Secretaria Estadual da Agricultura.

O dono do frigorífico desconfiou da sanidade dos animais e questionou a existência de laudos comprovando a doença e a necessidade de serem mortos. Os documentos não foram apresentados e mesmo assim o abate foi autorizado pelos técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.

 

No MP

 

A situação do Pampa Safari, a existência de laudos e a comprovação da infecção estão sendo questionados agora pelo Ministério Público de Gravataí, por iniciativa da promotora Carolina Barth, de Defesa Comunitária e Meio Ambiente. Funcionários do Pampa, entre outras, estão sendo ouvidas e nesta quarta deve prestar depoimento o veterinário independente contratado pelo empreendimento para examinar os animais.

 

Da Europa

 

Outra informação desta terça é que a proprietária do Pampa Safari, Ivone Febernati, deve retornar de viagem à Europa na próxima terça-feira quando também vai ser chamada ao Ministério Público de Gravataí para explicar o que está acontecendo e a determinação de abater animais sem a existência de laudos atestando a alegada tuberculose.

— Não há nada que comprove ou justifique o alegado abate sanitário porque não existe qualquer documento, pelo menos até agora, comprovando a existência da doença. Qualquer movimentação de animais durante a noite ou na madrugada é considerado clandestino, é ilegal — disse por telefone, agorinha, Martinelli.

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