Enquanto o nordestão sopra em Tramandaí, a orelha de Evandro Soares (DEM) esquenta, tantos telefonemas tem recebido de apoiadores e, principalmente, de amigos da oposição.
– E aí? O Pinho não dá para engolir mesmo… Vem com a gente, vamos conversar, se não a eleição, pelo menos a Presidência da Câmara – é, mais ou menos, em tom de mais brodagem, a resenha que começou após a publicação da reportagem do Seguinte: que notava sua ausência no ato de apresentação do novo vice do prefeito Marco Alba (PMDB), Áureo Tedesco, uma indicação do atual vice-prefeito e seu desafeto, Francisco Pinho.
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Na contramão da freeway da fofoca, Evandro ligou agora há pouco explicando que avisou ao prefeito que não iria ao ato no Hotel Radar. Curtiria no litoral, ao lado do filho Bernardo, seu aniversário de 43 anos.
– Realmente estão me ligando, querendo saber se vou me rebelar, essas coisas. Mas estou fechado com o Marco. Não poderia ser diferente. Foi o cara que mais me ajudou nos últimos quatro anos e sou muito grato. Se há alguém fiel a ele, sou eu – assegura o vereador que, como a um mormaço de verão, já se acostumou com a volta de Pinho.
– É do pragmatismo da política, da governabilidade. O cenário depois do pleito nos colocou com 10 vereadores na próxima legislatura. A oposição teria 11. Agora temos 12 – entrega a fórmula o farmacêutico que, proposital ou inconscientemente, dá uma diminuída no desafeto ao lembrar dos bastidores do retorno:
– O prefeito conversou antes com o PSD, que tinha três eleitos. Não deu. Então restou na oposição o PSDB, com dois vereadores que garantem a nosso grupo a Presidência da Câmara, a Prefeitura interinamente e, vencendo as eleições, a maioria parlamentar no próximo governo.
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Evandro conta que Marco consultou a base antes de cada passo na reaproximação com Pinho.
– Ele conduziu bem. Não há ninguém descontente. Todos sabem das necessidades do momento. Estamos unidos pelo projeto – garante, dizendo que, no DEM, submeteu a aprovação da continuidade da coligação ao conjunto do partido.
– É assim que conduzo. Democracia não me serve apenas para ganhar. Mas a permanência foi aprovada tranquilamente – conclui, dizendo não haver nenhum tipo de exigência, nem dele, nem do ‘bloco das inimizades’, para ficar com a turbinada vice-presidência que dará ascensão ao eleito ao cargo de presidente até as eleições de 12 de março, já que o próximo chefe do legislativo ocupará a Prefeitura interinamente.
– Pode acontecer do vice ficar com a gente, já que representamos três votos na Câmara. Mas não discutimos isso, nem no bloco, nem com os outros partidos e vereadores. Nosso foco é a reeleição.
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