candidatos locais

BIOGRAFIA | Patrícia Alba, a novidade da eleição

Patrícia Bazotti Alba

Seguimos com Patrícia Bazotti Alba uma série especial com candidatos locais que disputam a assembleia legislativa e a câmara federal nas eleições de 2018. Num formato diferente, o Seguinte: ouve as histórias de vida e traz relatos em primeira pessoa, onde são os entrevistados que contam suas trajetórias. 

 

Assista ao clipe que o Seguinte: produziu na casa da Patrícia, na Osório Ramos Correa, em Gravataí. Depois leia a biografia

 

 

Nasci em Porto Alegre, em 13 de setembro de 1975, e assim que saí do hospital voltei para Cachoeirinha, onde morei por 25 anos. Meu pai, Arlindo, era administrador de empresas. Minha mãe, Loemi, dona de casa. Tenho uma irmã mais nova, Aline, de 38 anos. Uma típica família de classe média brasileira, descendentes de italianos, e portando unidos e barulhentos. Não sou de guardar ou romancear muito as datas, mas acho que há 20 anos eu e Marco Alba estamos juntos. Também formamos uma família muito unida, agitada e barulhenta, com as crianças que tivemos, o Lorenzo, 17 e o Vitor, 16 e o Vinícius, 33, o Renan, 31 e a Bruna, 28, filhos do primeiro casamento dele. Moramos juntos em uma relação onde me considero uma mãezona de todos, presente, que busca no colégio e daquelas que entende que se educa dentro da família e a escola não é a responsável, mas uma parceira. Minha candidatura só é possível agora porque estão crescidos. Sempre trabalhei, mas antes priorizava a família.

Na infância, minha casa estava sempre cheia de amigas e nosso lugar preferido era uma casinha de bonecas, construída em madeira no pátio. Contam minhas primas que minha brincadeira preferida era de aulinha. E eu sempre queria ser a professora! Estudei até a terceira série no Guimarães Rosa e depois no Dom Feliciano. Me formei em Direito na Ulbra, em 1999. O gosto pela advocacia, que lê pode até rir, veio de romances de Sidney Sheldon, que lia no ônibus, para me distrair a caminho da aula.

Ao fim, o sonho de ser criminalista se transformou na realidade que é a de muitos advogados: o faz-tudo. Já advoguei nas áreas cível, trabalhista e, principalmente nos últimos anos, me dedico ao direito eleitoral, que me apaixona. Entendo que cumpri meu papel principalmente nas eleições mais recentes. Não gostaria que houvesse tanta judicialização, mas o princípio básico que defendo é que a lei é para todos. O que fiz foi denunciar irregularidades e lutar para que as regras fossem cumpridas, principalmente porque havia um candidato que pela terceira vez concorria impugnado. Era uma situação como a do Lula. Vivemos um estado democrático e de direito, onde as leis precisam ser cumpridas, para garantir condições iguais para todos.  

Comecei a trabalhar aos 18 anos como estagiária num escritório de advocacia que tinha como sócios o Marco, o Nelson Schonardie e o Nestor Scheider. Depois, fui chefe de gabinete da câmara de vereadores de Gravataí. Existia o Balcão da Cidadania, onde eram prestadas à população informações sobre serviços da prefeitura. Inspirada no trabalho voluntário da desembargadora Maria Berenice Dias, que na Casa da Cidadania de Porto Alegre organizou um atendimento jurídico para mulheres carentes vítima de violência, articulei a criação do Jus Mulher, em Gravataí. Convidei para voluntárias minhas professoras da Ulbra. Muitas famílias foram atendidas. Compramos muitas brigas à época. Trabalhei também no jurídico da Rede Ferroviária Federal, na procuradoria da prefeitura de Canoas e na comissão de constituição e justiça da câmara de vereadores de Porto Alegre.

Como primeira-dama desde 2013 nunca recebi um real de salário e tinha como estrutura apenas uma mesa e um computador. Mas me dediquei ao máximo a esse trabalho voluntário, sempre em conjunto com outras secretarias. Avalio que apresentamos grandes projetos para atender aos que mais precisam e melhorar a auto-estima da cidade. Orgulha-me, por exemplo, ser madrinha do Bebê Saúde, onde equipes multidisciplinares acompanham as gestantes e depois as crianças, com médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e enfermeiros, ensinando também técnicas de amamentação e estímulo aos bebês nos primeiros mil dias, tão importantes para o desenvolvimento das crianças. Participando da vida dessas famílias ouvimos agradecimentos inesquecíveis de mães com quatro, cinco filhos, que não sabiam amamentar, ou fazer simples gestos que ajudam a criança, como amamentar olhando a criança nos olhos.

Também trabalhei pelo Outubro Rosa, que prepara para o mês que vem outro desfile das vitoriosas. É uma convivência incrível, de troca de experiências entre mulheres que enfrentam ou superaram o câncer, e as famílias, que adoecem juntos. Esse momento de integração é de uma energia imensurável. Para incentivar os homens, que raramente se cuidam, também trabalhamos o Novembro Azul. Na Campanha do Agasalho, criamos a Loja do Bem, que funciona em espaços cedidos no centro da cidade ou no shopping, para incentivar a doação de roupas boas e facilitar para quem está dando um passeio encontrar pontos de distribuição.

Minha menina dos olhos é o Gravataí Eu Faço Por Ti, integrada com a fundação de meio ambiente e as secretarias de serviços urbanos, saúde e educação. Não é uma campanha para falar da Amazônia, por mais importante que seja, mas sim para incentivar pequenas grandes ações, que podemos fazer em nosso dia a dia, e que mudam práticas nocivas à natureza e à cidade. Fomos às escolas, levamos turmas ao aterro sanitário, hoje recuperado, tratamos da separação do lixo, da destinação correta e da reciclagem. O governo incentivou muito a cooperativa e a associação dos recicladores. Famílias que tiravam o sustento do que era um lixão, hoje trabalham em galpões adequados, com equipamento moderno, e conseguem lucrar mais de R$ 1,5 mil por mês. No guarda-chuva da campanha, também procurei incentivar as atividades da prefeitura, nos serviços e na cultura, aproximando o governo da população, como no Prefeitura Perto de Você.  

Tenho a certeza de que posso fazer um bom trabalho na assembléia porque tenho toda essa experiência acumulada, de saber como funciona, por dentro, o legislativo e o executivo. Vivemos uma realidade diferente na gestão pública, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que por anos não foi colocada em prática, com suas regras e sanções, o que levou prefeituras a situações de endividamento e descontrole como a que o Marco enfrentou ao assumir. Admiro nele a visão de futuro diferenciada. O Brasil seria outro se homens público agissem como Marco. Desde o início ele dizia:

– Vou administrar pensando na cidade e não nas próximas eleições.

E fez isso, pagando contas que não eram dele, e nem da população, não endividando mais a prefeitura, e mesmo perdendo receita com a maior crise que o Brasil já teve, arrumando a casa, como a gente diz, e fazendo obras importantes, que ficam para o futuro, rendam votos ou não. A prova do quanto a prefeitura é bem cuidada, e há controle, é que Gravataí paga em dia e antecipa o 13º. É uma obrigação, mas é preciso observar a realidade atual de crise, onde isso deve ser comemorado, já que tantos governos atrasam ou parcelam salários. É sinal de que o sacrifício para ajustar as contas e governar com responsabilidade leva a melhores dias.

Para resumir, acredito na necessidade dos candidatos conhecerem a máquina pública por testemunhar muitos entrarem na política com uma visão, para não dizer eleitoreira, filosófica, acreditando que só com a boa vontade se muda o mundo. Mas a administração pública é matemática. Você precisa fazer escolhas e elencar prioridades que atendam ao maior número de pessoas, e que sejam as pessoas que realmente precisam do governo, dentro do dinheiro que você tem. É bonito falar em dar aumento para o funcionalismo, por exemplo. O servidor merece e qualquer gestor gostaria de poder dar uma maior valorização. Mas a pergunta que o gestor responsável deve se fazer é: de onde tirar o dinheiro? Qualquer coisa diferente disso é demagogia.

Essa é a primeira vez que concorro. Mas são tantos anos na vida pública e em campanha que a política se tornou parte da vida cotidiana minha e do Marco. Somos uma família dedicada à vida pública. Participei sempre nos bastidores, na assessoria jurídica. Na primeira eleição dele para deputado lembro que estava no final da gravidez. Mas a eleição de 2010 foi uma das mais marcantes. Ele fez 82 mil votos, foi o segundo mais votado do Rio Grande do Sul. Hoje, por onde quer que andemos, alguém lembra dele. Dia desses paramos para pedir informações em um bolicho à beira da estrada, entre Santa Maria e Julio de Castilhos, e eu, mesmo tímida como sou, aproveitei para descer e pedir votos. Ao receber meu panfleto, o dono do bar perguntou:

– A senhora é parente do Marco Alba?

Eu disse que sim e ele falou que votaria em mim porque o Marco fez por aquela região quando foi secretário de estado e deputado.

Outro dia em Vila Nova, estava com o Marco e ele baixou o vidro para pedir informações. O morador abriu um sorriso:

– Marquinho!

É um cara super respeitado por todo interior. Às vezes penso que, injustamente, mais reconhecido do que em Gravataí. Costumo dizer que alguém pode ter um cabo eleitoral igual, mas melhor que o meu ninguém tem. Sozinha, não concorreria. Até porque o sistema eleitoral raramente permite novidades. Mas houve uma construção coletiva de minha candidatura e fui o nome escolhido para representar esse projeto que está fazendo uma Gravataí diferente não para esta eleição, para as futuras gerações. Sabíamos que a reeleição à prefeitura seria difícil, porque ainda há uma cultura do imediatismo. O que tínhamos certeza era de que, reeleito, o Marco daria continuidade a uma gestão responsável, de uma prefeitura que estava redondinha, em uma cidade preparada para um crescimento real e sustentável. Perdemos uma eleição, anulada por ter sido irregular e baseada numa candidatura de mentira, e ganhamos a outra, sempre falando a verdade.

– Vai ter asfalto? – perguntavam.

– Não há como prometer, mas se você quiser acreditar na conversa fácil de algum outro candidato, a escolha é sua – dizíamos.

Lembro que quando alguns eleitores nos cobravam que outros candidatos prometiam a duplicação das pontes do Parque dos Anjos em seis meses, eu perguntava se a pessoa acreditava no Papai Noel. Do jeito que prometemos, sem discurso fácil, mas com responsabilidade, estamos fazendo essa e outras obras. Todos querem reformar a casa, mas só aqueles que não pensam no amanhã da família saem pedalando materiais de construção ou móveis novos no cartão sem ter a segurança de que podem fazer o rancho no final de semana!

Considero-me a representante de nosso projeto de governo aqui em Gravataí. Todos os vereadores da base de apoio tinham todas as condições e legitimidade para concorrer. Quero levar nossa experiência para o parlamento e ajudar o Rio Grande a sair da crise, o que só se faz com crescimento econômico e geração de emprego e renda. Por ser mulher, acho que tenho uma contribuição diferente para dar. A mulher tem um olhar diferenciado na hora de tomar as decisões. O equilíbrio entre o masculino e o feminino é importante na tomada de decisões. As leis e ações de governo certamente serão mais completas quando a voz da mulher for ouvida tanto quanto a do homem. Hoje há números impressionantes de feminicídio, com homens achando a mulher uma propriedade, há diferenças nos salários mesmo que a mulher tenha, cada vez mais, uma formação superior a do homem. E faltam mulheres em posições de comando. Eu quero ser uma mulher com voz e poder de decisão na assembléia.

É minha primeira eleição, sou o que chamam de cara nova na política, mas entendo que simplesmente o fato de nunca ter concorrido não muda nada se você representar práticas políticas atrasadas, como dizer o que a pessoa quer ouvir, mesmo que seja mentira. Até porque quem mente na eleição, mente no mandato, mente no governo. Com um legado de quem trabalha com a verdade, e com responsabilidade, peço teu voto para que Gravataí, a quarta economia gaúcha, volte a ter representante na assembléia legislativa.

Meu número é o 15715.

 

: Patrícia Bazotti Alba e Marco Alba

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