A aula-espetáculo com o Bloco de Carnaval “Não Mexe Comigo Que Eu Não Ando” acontece neste sábado, 9, no pátio da escola Escola Estadual de Ensino Médio Morada do Vale I (CIEP), parte do projeto “Valorização de meninas e mulheres e prevenção e combate à discriminação” .
A proposta é que esta ação provoque a participação do público com o protagonismo e a valorização das meninas e mulheres, mas também com temas mais áridos como a violência, a luta e a resistência das mulheres.
O nome do Bloco surge a partir de uma situação de assédio que algumas das suas integrantes sofreram e conseguiram sair porque estavam juntas. Formado exclusivamente por mulheres reúne dezenas de performers, cantoras e instrumentistas que defendem as mesmas pautas que estaremos tratando nesta caminhada.
“Toda a comunidade foi convidada, pois entendemos que abordar temas complexos exige alternativas diversas e nada como a arte para acender a chama da vontade de transformação”, diz o material de divulgação.
A Escola Estadual de Ensino Médio Morada do Vale I foi uma das beneficiadas por emenda parlamentar da deputada estadual Sofia Cavedon, autora da Lei Orgânica Nº 15.988/2020 que estabelece a promoção de ações que visem à valorização de mulheres e meninas e a prevenção e combate à discriminação e à violência contra as mulheres no sistema estadual de ensino. Uma das várias ações já praticadas pelo gabinete da deputada foi a de distribuir este recurso para 15 escolas do Rio Grande do Sul.
A partir da construção de diálogos com a equipe diretiva, Serviço de Orientação Educacional e docentes, foi realizado um levantamento de alguns problemas enfrentados no cotidiano escolar e na comunidade. Entendeu-se que a prioridade para o uso do recurso seria a formação da comunidade educativa.
O professorado e funcionárias/os já receberam uma parte desta formação pelo Espaço Vital, Clínica de psicologia e Centro de Formação em Psicoterapia Psicanalítica em Gravataí com mais de 20 anos de trajetória. Os outros segmentos ainda a terão durante o mês de março.
“Nosso principal objetivo é promover uma formação básica sobre gênero e sexualidade e compor um GT permanente, constituído de todos os segmentos da escola, para acolhimento, orientações e encaminhamentos legais necessários à proteção das estudantes, professoras ou familiar destas, assim como dar visibilidade às mulheres que abriram caminhos e não estão nos livros didáticos, nos acervos e na memória da nossa gente”, diz o material de divulgação.
Sobre o Não Mexe Comigo Que Eu Não Ando Só
O bloco Não Mexe Comigo Que Eu Não Ando Só nasceu em fevereiro de 2016 e, atualmente, é formado por mais de 70 mulheres. O Não Mexe é um bloco de carnaval e também um coletivo feminista autogestionado e horizontal, que luta por igualdade de gênero, pelo combate à violência contra a mulher, pela valorização da cultura e pela ocupação dos espaços públicos.
“Somos muitas! Nos organizamos em Regência, Bateria, Harmonia e Sopro. Tocamos instrumentos típicos das escolas de samba e dos maracatus. Os ritmos também são prioritariamente brasileiros, como o samba, o ijexá, o samba-reggae, o coco, o carimbó e o funk brasileiro. O nosso repertório é formado majoritariamente por compositoras mulheres, algumas delas locais, e por letras, muitas vezes, representativas das lutas das mulheres. Muito além de batucar, fazer música, executar ritmos, dançar, cantar e brincar, as mulheres deste coletivo querem transformar com a sua arte e a sua presença”, apresenta-se o bloco.