Tenho dúvidas se quem dá início a boatos, fofocas e suas variantes o faz por diversão, ingenuidade ou má-fé. Há quem diga que esse fenômeno universal é necessário no ordenamento social. Sei não! Acho que boato virou uma praga, especialmente nas redes sociais. Existe porque encontra eco em ouvidos crédulos e leitores desatentos, para os quais a história ali inventada faz sentido.
Admito que até me divirto com fofocas de celebridades. Aquelas bobinhas, de quem está namorando quem.
No entanto, fuxico maledicente é perigoso, tanto quanto um boato. Em geral os boatos partem de um medo coletivo ou uma indignação social, aliados a informações imprecisas ou não transparentes. A paternidade de quem inventa e de quem espalha é sempre uma incógnita. Na maioria dos boatos que li atribuem a fulana ou a beltrano a autoria de todo o texto. Se você lê com atenção percebe que o pretenso pai ou mãe do boato é usado para dar credibilidade à fértil imaginação de quem o gerou. Alguns têm vida curta, outros, nem tanto. Por vezes provocam temores e até pânico nas pessoas que tomam conhecimento deles.
E a coisa é tão doida que sequer adianta dizer para aqueles que acreditam em meias verdades que se trata tão e somente de um boato. Tais invencionices podem ser perigosas não só para os negócios das empresas como para a saúde das pessoas. Exemplo disso é um boato que relaciona o zika vírus com vacinas vencidas. Há muitos estudos científicos que provam o contrário e são totalmente ignorados por quem acredita no boato.
Talvez sejam as mesmas pessoas que não se convenceram, até hoje, que Neil Armstrong pisou na Lua em 20 de julho de 1969. Puxa vida! São 47 anos, daqui a uns dias apenas. Mas ninguém duvida que o soviético Yuri Gagarin foi o primeiro cosmonauta, em 12 de abril de 1961, 55 anos no passado, não é mesmo? Quem lembra que ele disse “A Terra é azul!”? Quem só nasceu muito tempo depois?
Nas redes sociais um boato longevo é relacionado à cobrança de tarifa pelo uso do facebook e outro que “tudo que você postar será público a partir de amanhã” (e faz mais de ano que isso é postado!)
Nos temas políticos então, a boataria corre solta! É preciso muito cuidado e pesquisa sobre a veracidade de certas “notícias”. Vou ficando por aqui. Política, nos tempos atuais, é polêmica certa, nervo exposto!