Jair Bolsonaro vai entregar mais uma fake news para seus fanáticos, desinformados ou informados do mal, no 7 de setembro de Gravataí, Cachoeirinha, Viamão, Glorinha, Porto Alegre, São Paulo, Brasília ou no corno que for do Brasil.
Nenhum golpe de estado será dado, o Supremo seguirá fazendo coisas certas e erradas, o Brasil de mais de meio milhão de mortos vai acordar na quarta-feira na mesma beira do precipício (lá embaixo, olhando para cima) e com as pautas ainda sequestradas pelas mentiras e delírios de um presidente eleito por 37% dos votos e suas cortinas de fumaça que emulam tanques flatulentos modelo 64.
Mas reputo é seu Putsch da Cervejaria. É a História se repetindo como pornochanchada.
As informações detalhadas sobre o também conhecido como Golpe da Baviera você pesquisa no Google, assiste no YouTube. Resumo para sustentar minha tese.
O Putsch foi cometido em 9 de novembro de 1923, conhecido na Alemanha como “o ano desumano”, tamanha pobreza e insatisfação social com a necessidade de o país pagar reparações aos adversários da I Guerra.
A diferença com nosso Dia da Independência é que Adolf Hitler ainda não era o deprimente da república. À época seria apenas algo como um bolsonaro de luciana gimenez, um obscuro agitador. Mas a partir daquela noite botou para chocar o ovo da serpente do nazifascismo.
Führer do gado de extrema direita, Hitler, não em cima de uma moto ou de um cavalo, mas de revólver em punho, liderou a invasão a uma grande cervejaria de Munique, a Bürgerbraükeller, onde três mil pessoas ouviam um triunvirato nomeado por Berlim para enfrentar a crise social.
Houve resistência.
Tentou ocupar na manhã o Ministério da Guerra da Baviera e também houve resistência das forças policiais legalistas.
O golpe foi frustrado.
Conta a narrativa da época que Hitler foi o primeiro a fugir. Os registros apontam 16 nazistas a menos na Terra.
Dois dias depois o Führer foi preso. Em 1º de abril de 1924 foi condenado a cinco anos de prisão, mas cumpriu apenas nove meses. Só que deixou a prisão de Landsberg em 20 de dezembro de 1924 com um manuscrito onde anuncia seu projeto político para a Alemanha: Mein Kampf, ou Minha Luta.
O resto da tragédia talvez só terraplanistas neguem.
Ao fim, aposto Bolsonaro não sairá do 7 de setembro como ditador ou presidiário, nem com ‘quatro linhas’ escritas sobre qualquer plano que seja se não aprofundar o caos social no país.
É que 2022 talvez não seja o único alvo de seu fuzil.
Apesar de mentir que não, ele é um político experiente e sabe que as pesquisas mostram sua crescente rejeição e a desilusão com as consequências de seu governo e corrupções, tanto por pobres, como ricos.
Aí, como um Jim Jones, Bolsonaro parece tentar manter seus seguidores em uma Jonestown particular, para se perder a eleição sem ‘voto auditável’ coloca-la sob suspeita, entregar um país convulsionado e miserável e tentar voltar em 26, talvez “um ano desumano”, como no Putsch da Cervejaria.
Mesmo que seja preso por seus crimes em série (e cumpra uma pena leve de Código Penal brasileiro), seguirá um potencial mito não só de alguns privilegiados, ressentidos e preconceituosos, que não sumirão de nossa sociedade e da família de cada um, mas também daqueles, ingênuos ou nem tanto, que acreditam em salvadores da pátria e não venham a testemunhar uma recuperação do Brasil no próximo governo, não dele, seja de esquerda, centro ou direita.
Trump, seu ídolo depois do coronel Ustra e milicos que torturavam com ratos na vagina de filhas, irmãs, mães ou amores de alguém, assim também o faz.
Inegável é que, na mesma proporção do dinheiro que rola sem rastreamento, bastante gente irá às ruas acreditando na mentira deste dia 7 – e isso assusta –, mas não será uma representação do “povo brasileiro”, como adoram evocar os ditadores de diferentes lados da ferradura ideológica.
Fato é que as manifestações são o Pop It de Bolsonaro. Ninguém sabe para que serve, além do fabricante. Mas custa caro. É seu Putsch da Cervejaria. Não a História se repetindo como farsa, mas com contornos últimos de pornochanchada.
Pobre Brasil!
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