RAFAEL MARTINELLI

Bomba do pedágio na ERS-118 explode na Câmara de Gravataí: “Se deu palavra e assinou, sou contra 10 vezes mais”, diz vereador e presidente do partido do governador

Um pedido de informações apresentado por Dilamar Soares (PDT) armou na Câmara de Gravataí a ‘pauta-bomba’ de um pedágio na ERS-118, o que quarta-feira em Bomba! ERS-118 pode ter pedágio; O senhor é ‘sem palavra’, governador Eduardo Leite? e ontem em O que diz o ‘embaixador de Gravataí no governo Leite’ sobre pedágio na ERS-118; O malabarismo verbal, o free flow gourmet e o sabor agridoce da responsabilidade em pautas-bomba.

Reputo o estilhaço foi Demétrio Tafras (PSDB), que além de vereador é presidente do partido do governador em Gravataí, ter se manifestado contra o pedagiamento da rodovia e, o principal, ter cobrado de Eduardo Leite o compromisso com a palavra e a assinatura, durante a campanha eleitoral, empenhada em documento do Movimento RS 118 Sem Pedágio.

– Sou contra o pedágio. E, se o governador se comprometeu no papel e na palavra, eu, mesmo presidente partido dele, sou contra 10 vezes mais. Tenho 51 anos e sempre cumpri a palavra – disse o parlamentar, que lembrou também ter assinado abaixo-assinado contra o pedágio, após dizer no discurso que Leite “é o melhor político em atividade no país”.


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Inegável é que a ‘pauta-bomba’ do pedágio é hoje mais política do que técnica.

Mesmo que a ‘ideologia da necessidade’ imponha um pedágio para a 118 duplicada não voltar a ser uma sucursal da Lua, e como diz o prefeito Luiz Zaffalon, “jogar 400 milhões fora”, Leite prometeu e assinou que não faria.

Associo-me a Dila, autor do pedido de informações, que resumiu bem a polêmica, ao lembrar que além da entrevista do candidato Leite ao Seguinte: e a assinatura do documento do Movimento RS 118 Sem Pedágio, há vídeo do secretário de Infraestrutura Juvir Costela (MDB), às margens da rodovia, chamando de fake news as informações sobre pedágio na 118.

– Se um compromisso foi firmado na campanha com o povo gaúcho, não deveria nem ter estudo sobre o pedágio, seja no modelo tradicional ou free flow – disse o vereador.

Ao fim, as ‘verdades múltiplas’ sobre o pedágio me lembraram uma do Millôr:

“Da inverdade, apanhada na hora, diz-se que é uma mentira deslavada. Um ano depois talvez seja considerada apenas uma outra faceta da verdade. Se persistir, dentro de dez anos será um rapto de imaginação da pessoa que a pronunciou. Um século depois já ninguém mais se lembrará de quem disse a mentira e ela será parte fundamental da sabedoria popular, se transformará em fantasia, em canto, em ode, em épico, em conceito geral de eternidade filosófica”.


Assista ao debate completo dos vereadores a partir de 1h17 de vídeo

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