RAFAEL MARTINELLI

Bombeiro e Deadpool estão fora do partido de Cláudio Ávila; Vereador mais votado de Gravataí ainda quer concorrer a prefeito: “Só eu enfrentei Marco Alba”

Excluído da nova direção municipal que toma posse nesta quinta-feira, o vereador mais votado de Gravataí, Bombeiro Batista, comunicou a desfiliação do União Brasil. Fernando Deadpool, o quarto mais votado, também está de saída do partido do também parlamentar Cláudio Ávila.

– Não tem briga nem nada. Vou procurar um partido que tenha mais a ver comigo – informa Bombeiro, que se considera um ‘bolsonarista moderado’.

O ex-militar, que neste ano estreou como dono de hamburgueria em seu bairro, a Neópolis, nega desistir da candidatura à Prefeitura em 2024, seja a prefeito ou vice.

– Sou candidato. Os 11 mil votos para deputado federal são meus. Fui único a enfrentar Marco Alba. Outros candidatos a deputado estadual, de governo e oposição, tiveram voto casado com o ex-prefeito – calcula o parlamentar, que aposta também na força das redes sociais: é proprietário de páginas que somam mais de 100 mil seguidores.

Deadpool não retornou contatos do Seguinte: até o fechamento deste artigo.

Reproduzo o comunicado de Bombeiro e, abaixo, sigo.

Antecipei a saída dos vereadores em 30 de março, no artigo Vereador mais votado de Gravataí pode não ter para onde ir.

Escrevi: “Printe & Arquive nas Nuvem. Bombeiro Batista, vereador mais votado de Gravataí, pode não ter para onde ir. O colega de Câmara, Cláudio Ávila, que manda no União Brasil, já ‘cancelou’ a candidatura a prefeito e o comunicou para procurar outro partido; assim como ao outro vereador, Fernando Deadpool. ‘Desunião Brasil’ é a ironia feita no meio político, tal a discordância entre os três em ‘pautas-bomba’ da Câmara”.

Mas, por que alertei que Bombeiro pode não ter para onde ir?

Na lógica louca da política, ter votos, às vezes, pode ser um obstáculo; e, em 2020, foi o vereador mais votado com 2.662 votos, e, em 2022, recebeu 12.756 votos para deputado federal – 10.958 em Gravataí.

Acontece que partidos já tem compromissos com candidatos à Prefeitura e pré-candidatos pressionam a não aceitação da filiação porque representaria uma chance a menos de chegar à Câmara; e a reeleição do vereador é praticamente uma certeza.

Bombeiro já teria ouvido não a sondagens feitas ao PL e Republicanos. Bolsonarista, não gostaria de procurar partidos do centro para esquerda onde, talvez, nem fosse aceito.

Ao fim, concluo da mesma forma: esse período pré-eleitoral (sim, se algum dia terminou, a eleição já começou), de negociações de candidaturas e trocas de partidos, cuja janela para transferências acontece em março de 2023, lembra-me Millôr.

Pessoas se perguntam – ocasionalmente me perguntam – em quem confiar no momento em que não se confia na própria sombra, nem na luz que faz sombra? Mas convém ser assim pessimista?, pergunto eu. Tem sempre um lado bom. Ontem mesmo eu vi um cara (não via há muito tempo mas é até meu amigo, não digo o nome porque pode ocasionalmente ler este quadrado e achar que estou dedurando ele, embora essa deduragem seja para apontá-lo pelo que é, um raro e extraordinário homem de bem) que serve. Pude examiná-lo durante algum tempo, simpático como sempre, saudável, esse homem culto, claro de ideias, experiente, generoso, olha – pensei – esse é capaz de salvar o Brasil. Mas por que estava correndo desse jeito àquela hora da noite?”.


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