O vereador Bombeiro Batista (PSD) é a primeira dissidência da base do governo Marco Alba (MDB) na votação do PL 19, que extingue o Ipag Saúde, o plano de saúde que atende a cerca de 10 mil pessoas entre servidores ativos, inativos, pensionistas e familiares.
Antecipei o ‘tchau, governo’ nos artigos O ’Beijo de Judas’; prefeito ainda tem 12 apóstolos?; O voto ’Acorda Gravataí’ no Ipag Saúde? Como prefeito pode perder e Vereador do governo vota mais uma vez com oposição, publicado pelo Seguinte:.
Muita gente que metralhou teclados no Grande Tribunal das Redes Sociais alegando ser só ‘intriga da oposição’ ou ‘teoria da conspiração’, agora pode bater palmas.
Não seco, nem torço, entendam. Sou jornalista, não caça-cliques ou assessor de imprensa.
Clique em cima da imagem para assistir ao vídeo postado por Bombeiro e depois siga a entrevista dada por ele ao Seguinte: nesta quinta.
Seguinte: – O prefeito Marco Alba já disse em entrevista montada por sua assessoria de imprensa, que tratei no artigo Prefeito defende extinção do Ipag Saúde; entrevista foi ao site da Prefeitura, que a extinção do Ipag Saúde é a única forma de não “empurrar com a barriga” um plano de saúde falimentar. Por que votarás contra?
Bombeiro – Primeiro porque não fiquei convencido que que o Ipag Saúde está tão quebrado que não tenha solução. Depois, porque ouvi muita gente, fiz enquete nas redes sociais e oito em cada dez pessoas são contra. Acho que vereador tem ouvir o povo.
Seguinte: – Tens uma proposta alternativa para que a Prefeitura não precise cobrir R$ 10 milhões ao ano em dívidas do Ipag Saúde?
Bombeiro – É hora de diálogo, não de extinção. O projeto foi enviado à Câmara sem debate com a base do governo ou a sociedade.
Seguinte: – Ainda te considera parte da base de governo?
Bombeiro – Sim, sou fiel ao projeto, o que não significa ser submisso. Neste projeto, voto conforme minha consciência. Não será novidade alguns gostarem menos de mim.
Seguinte: – Comunicaste tua dissidência ao prefeito?
Bombeiro – Não nos falamos há um bom tempo. Mas nunca fui desses vereadores que ficam sempre ligando e incomodando o prefeito. Ele há de entender.
Seguinte: – Vais entregar os cargos que tens na Prefeitura?
Bombeiro – Não, mas todos são de exclusiva nomeação e exoneração do prefeito. Não é preciso dizer que ele está livre para fazer o que achar melhor.
Seguinte: – Acreditas que o restante da base de governo vai condicionar o ‘corte da tua cabeça’ a votos favoráveis à extinção do Ipag Saúde?
Bombeiro – Pergunte a eles. Não apoio o governo por cargos ou chantagens. Acredito no projeto do prefeito. Mas, no caso do Ipag Saúde, tenho minha posição. É da democracia. Você até pode fechar portas na política, o problema é lacrá-las. O Marco também vai precisar de mim.
Seguinte: – Qual o tamanho da influência de administradores de grupos de internet, como Odair Goulart, que apelidei de teu ‘Olavo de Carvalho’, em tua decisão de votar contra extinção do Ipag?
Bombeiro – Isso não tem nada a ver. Firmei minha convicção. O Odair não tem influência nisso. É dele as páginas, não minhas. Inclusive erras ao dizer que ele é beneficiário do Ipag Saúde. É professor, mas não está no Ipag. Mas, por óbvio, é possível tirar uma febre do sentimento das pessoas pelo que lemos nas redes sociais.
Seguinte: – O Bombeiro quer ser um ‘Bolsonaro’, se descolando do governo, da oposição e, militar, logo ali se lançar a prefeito em 2020 ‘contra tudo que está aí’?
Bombeiro – Não sei nem se concorro à reeleição a vereador. O que sei é que quero fazer uma nova política. Pagarei o preço que for.
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