Como é fácil adquirir maus hábitos! Desenvolver os bons, nem tanto! Nesta semana assisti palestra sobre saúde da mente e do corpo. Lá pelo meio da conversa o palestrante disse que se praticarmos vinte e um dias ininterruptos uma ação ela torna-se hábito. Por exemplo: se você estabelecer que irá estudar ou ler durante trinta minutos por dia, isso se torna hábito depois de três semanas. Consta que essa é uma maneira para desenvolver a tão propalada disciplina que leva o sujeito a alcançar o que planeja.
Decidi testar a proposta. Estou no quarto dia praticando atividade física para o bem da minha saúde. Não é tão fácil quanto parece. Com a chuva lá fora minha cama convidava para ficar em casa. Resisti bravamente e fui para a academia. Sinceramente: é preciso remodelar o cérebro, os pensamentos, para dar conta de cumprir essa meta. Se essa etapa for concluída vou colocar outros desafios na mira dos 21 dias!
Pelo visto meus vizinhos, três casas após a minha estabeleceram algo parecido. Cultivam a amizade. Todas as sextas-feiras se encontram no mesmo local e mesma hora para um encontro “filosófico”, do final da tarde até a meia noite. Minha bisbilhotice é compulsória. Meu hábito noturno de escrever coincide com o horário do encontro dos amigos. É do meu escritório em casa, onde escuto suas risadas ou debates calorosos. Não conheço suas fisionomias, somente as vozes. Pelas conversas descobri que um é garçom, outro motoboy e o terceiro é dono de estacionamento.
São tão civilizados! Não dizem palavrão nem falam mal de ninguém, à exceção dos políticos envolvidos em corrupção. Música – adoram os clássicos do rock nacional e internacional – lembranças da vida no campo, trânsito, modelos de carros, futebol e economia são os temas preferidos. Às vezes presto atenção. Os encontros dos “guris” são regados a cerveja e produzem cada pérola de estratégias econômicas! Chega a ser divertido. A hora em que eles começam a cantoria é o sinal que devo desligar o computador e ir dormir. O coro dos desafinados compromete qualquer música!