RAFAEL MARTINELLI

Bordignon foi convidado para encontrar Lula em Brasília; É candidatíssimo a prefeito de Gravataí. Sem ‘nem-nem’

O ex-prefeito Daniel Bordignon (PT) foi convidado para estar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, no anúncio de 100 novos institutos federais pelo país, nesta terça-feira, 10h, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente, governadores e prefeitos.

O convite foi feito a Bordignon, a pedido de Lula, pelo secretário especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, André Ceciliano.

Reputo com isso resta confirmado Bordignon como ‘o candidato do Lula’ à Prefeitura de Gravataí.

Explico.

A candidatura de Bordignon é alvo de sabotagens na Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB); leia detalhes em Os efeitos da candidatura de Dimas na federação partidária de Bordignon; É dia de DR no lulismo de Gravataí.

Conforme a legislação eleitoral, as federações funcionam como um partido, que define uma candidatura única de seus federados.

Em Gravataí, a federação lulista tem como pré-candidatos Bordignon, o também ex-prefeito Sérgio Stasinski (PV) e o médico Felipe Benassuly (PCdoB).

Na última quinta-feira, o PT apresentou resolução para definir na direção municipal da federação o nome de Bordignon como candidato de consenso.

Os integrantes estão proibidos de darem entrevista em nome da federação, que centralizou a comunicação por meio de notas oficiais, mas o Seguinte: teve acesso à resolução e o resultado da votação.

Reproduzo e, abaixo, sigo.

“(…)

Federação Brasil da Esperança

Proposta de Resolução Política.

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Gravataí:

1. Considerando que estamos há apenas sete meses das eleições municipais e a um mês do fim do prazo para a filiação de eventuais candidatos à câmara municipal de vereadores para as eleições de 2024.

2. Considerando que as candidaturas majoritárias dos nossos principais adversários já estão definidas, consolidadas e mobilizando suas bases há mais de um ano.

3. Considerando que a definição das candidaturas majoritárias são fundamentais para o engajamento da militância, dos simpatizantes e na potencialização das pré-candidaturas de vereadoras e vereadores.

4. Considerando que a unidade política da Federação Brasil da Esperança será decisiva para a vitória do nosso projeto comum de conquistar o governo municipal de Gravataí.

5. Considerando que  a candidatura do Ex-Prefeito reeleito e ex-Deputado reeleito, Daniel Bordignon, sempre pelo PT, fortalecerá a Federação para a disputa de um 4º mandato para o Presidente Lula, condição cada vez mais necessária para o enfrentamento da grave ameaça fascista que paira sobre a democracia brasileira.

6. Considerando que Gravataí é a 9ª economia e a 5ª maior população do RS e já teve quatro gestões do PT , tendo sido na sua última gestão vítima de um golpe parlamentar da direita.

7. Considerando que o nome do professor Daniel Bordignon foi aprovado pela unanimidade dos membros do Diretório Municipal do PT de Gravataí e pela unanimidade de suas correntes internas, já no dia 26 de Maio de 2023.

8. E, finalmente, considerando que a definição do nome do candidato unitário da Federação Brasil da Esperança é essencial para a construção de alianças com os demais partidos da base do Governo Lula e de oposição ao atual governo do PSDB e seus aliados de extrema-direita na nossa Cidade:

Apresentamos aos companheiros e companheiras dos demais partidos federados, PC do B e PV, a proposta de oficializarmos no dia de hoje, 7 de Março de 2024, o nome de Daniel Luiz Bordignon como candidato a prefeito de Gravataí pela Federação Brasil da Esperança para as eleições do dia 06 de Outubro de 2024.

Gravataí – RS, 7 de Março de 2024

(…)

Sigo eu.

PV e PCdoB votaram contra a resolução.

A animosidade do PV com Bordignon remonta à II Guerra Política de Gravataí, quando em 2008 Bordignon não permitiu a Stasinski ser candidato à reeleição, o que teve como consequência o golpeachment contra a prefeita Rita Sanco em 2011; leia em O dia em que Bordignon, Stasinski e Rita se reuniram novamente para fazer política; Os 16 anos da II Guerra Política de Gravataí.

Já o estremecimento com o PCdoB tem mais relação com Maria do Rosário (PT) ter como vice Tamyres Filgueira (PSOL) em Porto Alegre.

Há também, nos dois partidos, simpatia por uma candidatura de Dimas Costa (PSD), secretário-adjunto do Esporte do governo Eduardo Leite (PSDB).

Na mesma reunião da federação, o PT de Bordignon vetou conversas com Dimas até o segundo colocado na eleição de 2020 dizer publicamente que é oposição ao governo Luiz Zaffalon (PSDB).

Há percepção entre petistas de que Dimas funciona como um agente auxiliar de Zaffa e Leite com o objetivo de dividir a esquerda em Gravataí.

Veto de certa forma justificado no domingo, com mais uma foto de Dimas ao lado de Zaffa se tornando pública, mesmo após o ex-vereador ter confirmado ao Seguinte: que continuava “candidato como sempre”; leia detalhes no artigo desta segunda-feira ‘Tá no jornal’: Zaffa e Dimas “cada vez mais próximos” em Gravataí; A fofoca é… interminável!.

Mas sigamos na polêmica da resolução.

Avalio a aparente derrota passada de Bordignon por 2 a 1 é uma vitória futura.

O estatuto da federação prevê que, nos municípios, candidaturas precisam ser definidas em consenso. Ou a análise sobe para a direção estadual, onde é preciso maioria, ou seja, 2 a 1.

Cabe ainda recurso à direção nacional. É aí que vislumbro a vitória de Bordignon. Nacionalmente o PT tem três quartos dos votos na federação.

Inegável é que foi uma grande jogada apresentar a resolução mesmo sabendo da inevitabilidade da derrota. Significa que a partir de agora a candidatura de Bordignon não resta mais refém do 2 a 1, contra, na direção municipal da federação.

Sem um movimento agora, a candidatura poderia ser definida apenas nas convenções de agosto, atrapalhando todo período de pré-campanha.

Ok, mas qual é a segurança de que o PT nacional quer Bordignon?

Voltamos então ao convite feito neste sábado para o hoje professor aposentado, sem mandato ou cargos públicos, ir a Brasília encontrar Lula.

A articulação tem as digitais da presidente nacional Gleisi Hoffmann.

Bordignon pertence à Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente interna chamada de “maioria nacional”, que além de Gleisi é também do presidente Lula e do sempre ‘comandante’ José Dirceu.

Para além, Gravataí, com Bordignon, e Caxias do Sul, com a deputada federal Denise Pessoa, são as prioridades da CNB nas eleições municipais. E, nas pesquisas, o político gravataiense, que, em 2016, na última eleição que disputou venceu e só não foi prefeito devido à suspensão de seus direitos políticos, desponta com maior chance de vitória.

O prestígio a Bordignon também sinaliza para uma prioridade na distribuição do fundo eleitoral para estrutura de campanha.

Ao fim, sem risco de errar, informo ao leitor que, resgatando uma expressão que o próprio já usou em eleições anteriores, só “bala de pistoleiro” evita que Daniel Bordignon seja o candidato de Lula à Prefeitura de Gravataí – neste 2024 livre leve e solto, sem nenhum risco impedimento eleitoral ou judicial.

E com uma campanha de memória do legado dele, Bordignon, e do PT em Gravataí, associada aos feitos de Lula e à defesa de democracia, mas, principalmente, de oposição sem ‘nem-nem’ às gestões de Zaffa e Marco Alba (MDB), Leite e Bolsonaro.

A aposta é nos 39,83% (57.730) dos votos feito pelo presidente eleito no segundo turno de 2022, frente a uma divisão dos 60,17% (87.219) recebidos por Bolsonaro entre Zaffa e Marco, seu ‘Grande Eleitor’ de 2020, a partir da deflagração a III Guerra Política de Gravataí.

Ao fim, por mais que tenha um jeito confrontador (com aliados e/ou não), e por vezes brigue até com ele mesmo, sob a ‘ideologia dos números’, ou melhor, a ‘ideologia com números’, já fiz minha análise sobre Bordignon ser o melhor nome para a esquerda em Bordignon é o melhor para a federação partidária do lulismo em Gravataí.

Amanhã, Bordignon com Lula será um ‘tirem as crianças da sala’.

Seus algozes, se insistirem na sabotagem, parecerão alguém telefonando: “É da casa de Daniel Bordignon, ex-prefeito por 8 anos com alta popularidade pessoal e aprovação do governo, ex-deputado estadual reeleito, Grande Eleitor de um prefeito e uma prefeita, que venceu a eleição e só não assumiu como prefeito em 2016 porque teve os direitos políticos suspensos, bem colocado nas pesquisas para 2024 e única chance da esquerda voltar ao poder após 15 anos em Gravataí?”. “Sim”. “Ah, foi engano”.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade