Com um número elevado de casos de dengue e em estado de emergência, Cachoeirinha passou a usar um novo método de combate ao mosquito Aedes aegypti. A Borrifação Residual Intradomiciliar, chamada de BRI, consiste na aplicação de inseticida com poder residual capaz de eliminar os mosquitos que pousam sobre móveis, paredes ou outras superfícies.
– Quando um caso de dengue é notificado, os agentes de combate traçam em um mapa um raio de 150 metros da residência onde vive a pessoa infectada. Na parte da manhã, nossos 16 agentes de endemias percorrem as casas, conversam com os moradores perguntando se aceitam a aplicação de um inseticida dentro da casa. Com as autorizações em mãos, na parte da tarde, uma equipe se desloca e faz a aplicação do inseticida – explica João Henrique Dobler Lima, biólogo e coordenador da Vigilância em Saúde do município.
Usado um pulverizador costal manual, os agentes aplicam em uma altura de até 1,5 metros o inseticida nas paredes internas das casas. Este veneno tem o poder de combater o mosquito por até quatro meses.
– É importante salientarmos que ele é praticamente inofensivo. A quantidade aplicada visa combater o mosquito e outros animais como moscas e baratas. Não há registros de que, nesta quantidade, possa fazer mal para um animal doméstico ou criança – acrescenta.
Esta metodologia foi testada pela primeira vez em 2023 em alguns municípios gaúchos e já é utilizada em outras regiões do país. O treinamento dos agentes de Cachoeirinha foi dado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) em dezembro do ano passado. É a SES que fornece o veneno utilizado. Coube à Secretaria Municipal a compra dos equipamentos utilizados pelos agentes.
Eficácia já está aparecendo
O coordenador da Vigilância em Saúde afirma que em duas regiões de foco da doença, após a utilização do BRI, não houve mais registros de novos casos de dengue.
– Isso mostra que o inseticida controlou a proliferação do mosquito – diz.
Para a secretária municipal da Saúde, Bianca Breier, a eficácia deste novo método mostra que será possível combater o Aedes de forma mais rápida.
– Há a dificuldade de entrar nas casas em função do trabalho ser realizado, normalmente em horário comercial. Porém, com o decreto de emergência, temos mais facilidade e agora estamos montando estratégias para fazer a aplicação aos sábados ou em horários mais alternativos – garante.