Em um gesto de visibilidade e luta por direitos, Cachoeirinha realizará sua primeira “Rua do Orgulho” no domingo, 15 de junho, às 15h. O evento, uma iniciativa do mandato do vereador Gustavo Almansa (PT) em parceria com o Instituto Cultural Ágora, transformará a Rua Anita Garibaldi, na Vila Márcia, em um espaço de celebração, reflexão e resistência da comunidade LGBTQIAPN+.
Mais do que uma festa, a programação combina atividades culturais e um debate político crucial. Enquanto as cores do arco-íris enfeitarão a via, os participantes poderão desfrutar de música com DJ, explorar uma feirinha e um brechó, assistir a performances artísticas e socializar em um bar. O coração do evento, porém, será a roda de conversa intitulada “A importância da representatividade e a criação de políticas públicas para a comunidade LGBTQIAPN+”.
O debate contará com presenças de de Laura Sito (PT), deputada estadual; Atena Roveda (PSol), vereadora de Porto Alegre; Natasha Ferreira (PT), vereadora de Porto Alegre e Giovani Culau (PCdoB), vereador de Porto Alegre.
A mediação e organização partem do anfitrião, o vereador Gustavo Almansa (PT), de 29 anos, que carrega a significativa responsabilidade de ser o único vereador gay da Câmara Municipal de Cachoeirinha. Para Almansa, a iniciativa é um marco pessoal e político: “Representar hoje a comunidade LGBT+ da minha cidade, no Legislativo, é uma honra e também uma responsabilidade. Dar visibilidade a pauta é urgente para mostrar que existimos e podemos ocupar diferentes espaços, mesmo que em tanto tempo não tenhamos sido mencionados em nenhum deles, dando a falsa impressão de inexistência. Ocupar as ruas falando da nossa diversidade é um ato simbólico e de luta, por isso no dia 15 de Junho vamos realizar o evento chamado Rua do Orgulho, uma iniciativa e um espaço de visibilidade, trocas de vivências e representatividade”.
A urgência destacada por Almansa reflete um cenário nacional alarmante. O Brasil lidera o triste ranking mundial de violência contra a população LGBTQIAPN+, com uma agressão registrada a cada hora em 2023. Dados do Datafolha (2024) indicam que cerca de 7% dos brasileiros (15,5 milhões de pessoas) integram esta comunidade, número considerado subnotificado devido à falta de levantamentos oficiais robustos. Em Cachoeirinha, estima-se que até 10 mil pessoas pertençam a esse grupo, representando uma parcela significativa dos 141,3 mil habitantes do município.
A “Rua do Orgulho” surge, portanto, como um ato de celebração da diversidade, mas também como um grito por políticas públicas efetivas, visibilidade e respeito em um contexto marcado pela violência e pela necessidade urgente de representatividade. É um chamado para que Cachoeirinha reconheça, acolha e proteja sua comunidade LGBTQIAPN+.