RAFAEL MARTINELLI

Câmara de Cachoeirinha pode gastar até 34 mil em viagem a Brasília com vereadores não reeleitos na comitiva

A Câmara de Cachoeirinha deve gastar entre R$ 14 mil e R$ 34 mil com a participação de quatro vereadores no 17º Congresso de Câmaras Municipais, que acontece em Brasília entre 1º e 6 de dezembro, em Brasília.

Dos Grandes Lances dos Piores Momentos: dois parlamentares da comitiva não foram reeleitos e outro não concorreu.

O Ministério Público gaúcho já investiga casos semelhantes.

Reproduzo a resolução legislativa que autoriza a viagem e, abaixo, sigo, com a conta para o contribuinte pagar e o que diz MP sobre situação análoga.


O presidente da Câmara, Edison Cordeiro (Republicanos), que assina o documento, é o único reeleito a compor a comitiva autorizada a viajar. Major Belarmino (MDB) e Nelson Martini (Podemos) ficaram na suplência. Marco Barbosa (PP) não concorreu à reeleição.

Conforme a divulgação feita pela Associação Brasileira de Câmaras Municipais (Abracam), o evento “tem como objetivo principal, orientar o (a) vereador(a) a atuar de forma eficiente na sua carreira política e apresentar temas que possam transformar a realidade local, de acordo com as funções legislativa e fiscalizadora do Poder Legislativo Municipal”.

Vamos às contas.

As inscrições – R$ 650 para vereadores de câmaras filiadas, como é Cachoeirinha – custarão R$ 2,6 mil.

As diárias para cada vereador – aumentadas no mandato do atual presidente para R$ 950 – custarão R$ 5,7 mil ao fim da viagem.

E as passagens aéreas podem variar entre R$ 14 mil e R$ 34 mil. Pesquisa feita pelo Seguinte: nesta tarde mostra que tarifas de ida e volta Porto Alegre-Brasília, nas datas de 1º e 6 de dezembro, custam entre R$ 1.287 (com escala) e R$ 6.487 (vôo direto), portanto entre R$ 5,1 mil e R$ 25,9 mil.

No total da conta pública, entre R$ 14 mil e R$ 34 mil, arredondando.

Dia 13 o jornalista da RBS Giovani Grizotti flagrou vereadores não reeleitos em seminário e informou que, embora os seminários sejam legais, o Ministério Público (MP) investiga a ação de Câmaras Municipais arcarem com os gastos de formação para vereadores que não foram reeleitos.

– Nós podemos ter uma situação de desvio de recurso público, porque o recurso público tem que ser aplicado numa finalidade de interesse público. Se não há continuidade da atividade pública pelo vereador, qual o interesse em aprimorar a sua formação? – diz o promotor de justiça Thiago Menezes Conceição, na reportagem Vereadores não reeleitos no RS participam de cursos de qualificação em Porto Alegre; MP afirma que vai apurar caso, publicada pelo G1.

Ao fim, após essa análise do promotor, não precisa nem comentar, né?

Ainda dá tempo de desistir, se não por vergonha, para não se incomodar.

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