Canalhas, hipócritas, não usem a morte do policial militar de Gravataí Nycollas Souza dos Santos de Oliveira, aos 28 anos, para alimentar mais ódio.
Até por respeito à memória do jovem, à família, amigos e colegas, esperei passar o Natal para tratar da odienta repercussão, no Grande Tribunal das Redes Sociais, do falecimento do PM na segunda-feira passada.
O soldado, lotado no 17° Batalhão da Polícia Militar (BPM) desde 2017, quando ingressou na BM, estava internado havia uma semana no Hospital Dom João Becker, após ter sido baleado durante roubo de veículo.
Conforme o relato de testemunhas aos policiais que atenderam a ocorrência, o PM tentou reagir ao roubo de seu carro, por dois criminosos, na Avenida Senador Nei Brito, no Bonsucesso. Ele foi baleado com dois tiros nas costas.
Por páginas de grupos e comunidades de Facebook e WhatsApp, tantos são os comentários de pesar, quanto os que arrastam a tragédia para a ‘polarização’ política brasileira.
Pouca preocupação vi com a investigação e prisão dos autores. De onde vieram as armas? E o futuro da família do PM, que era casado, está seguro, com uma pensão sem questionamentos burocráticos, afinal foi morto de folga?
Não. Como se torcessem por tragédias como essa, canalhas babam teorias que associam criminosos a políticos e ideologias. Apenas metralhas de ódio, falta de caráter e utilidade a seus delírios do mal.
Sem um indício, uma evidência; ou mesmo análise sobre causas e consequências do fetichismo do dinheiro ou da “desigualdade como raiz dos males sociais” (Evangelii Gaudium, A Alegria do Evangelho, do Papa Francisco).
Ao fim, reafirmo: canalhas, canalhas, canalhas e hipócritas. Tenham um mínimo de empatia, enquanto olham a lua pelos buracos de seus telhados.