Leitos de UTI hoje financiados com recursos federais devem ser desativados em 1º de fevereiro. Canoas perde retaguarda contra a pandemia se nada mudar até lá
Uma verdadeira bomba-relógio está armada para explodir em 1º de fevereiro: o fechamento de 1.057 leitos de UTI/Covid no Estado – inclusive em Canoas. Se o Ministério da Saúde não rever o plano que desmobiliza a retaguarda para enfrentamento à pandemia, o colapso pode chegar em 10 dias – bem no auge dos contágios ligados a presença da variante ômicron, que caracteriza essa terceira onda de Covid-19 no país.
Em dezembro, diante da queda no número de hospitalizações ligadas à doença, o governo federal informou Estados e municípios sobre o fechamento do aparato montado para enfrentar a pandemia. O prefeito Jairo Jorge e o secretário de Saúde de Canoas, Maicon Lemos, já vinham gestionando para que os leitos permanecessem à disposição da cidade como um legado desses tempos difíceis de coronavírus. A ideia do prefeito é utilizá-los para por em dia a fila de espera por cirurgias e procedimentos de média e alta complexidade, reprimidos em função da pandemia desde meados de 2020. O problema é que é impossível para a prefeitura bancar essa conta sozinha. Além disso, Canoas é referência para 179 municípios gaúchos – o que demanda a disposição de leitos para pacientes que vem dessas cidades.
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O aviso de que as coisas podem não ter o rumo esperado veio nesta quarta-feira, 19, pelas palavras do governado Eduardo Leite, na mesma live em que informou sobre um novo alerta dado à região de Canoas pelo Sistema de Monitoramento da Pandemia no Estado. O governo gaúcho já enviou ofício à Brasília solicitando que os leitos sejam mantidos diante da explosão de casos de Covid registrados do final de ano para cá. Mesmo que o ritmo de hospitalizações não seja tão intenso como foi em março do ano passado, quando o sistema de saúde viveu dias caóticos, há um claro aumento da demanda por atendimento especializado para pacientes diagniosticados com o novo coronavírus.
O Conselho de Secretários Municipais de Saúde, o Cosems/RS, presidido por Maicon Lemos, terá reunião virtual no dia 27 para tratar do assunto. O órgão foi um dos primeiros a alertar, em 6 de janeiro, para a nova onda de casos de Covid-19 associados à variante ômicron e aos dados disponíveis no Estado de casos combinados de Covid e gripe H3N2 – o que pode pode pressionar novamente o sistema hospitalar, embora para a gripe haja tratamento eficaz.
O blog está apurando o número de leitos de enfermaria e de UTI em Canoas suscetíveis ao fechamento previsto pelo Ministério da Saúde em dezembro.
Em breve, novidades.