Ela voltou

CANOAS | A Covid ameaça de novo: casos sobem 5 vezes e Estado emite aviso; o ’dá nada’ de fim de ano, enfim, deu

Casos de contágio aumentaram no mesmo ritmo que cuidados essenciais como uso de máscara e distanciamento caíram em flagrante desuso. Foto: Agência Brasil

O que se temia há alguns meses começa a se tornar realidade: em vez de virarmos a página da pandemia, ela é que vira-se sobre a gente

Com o indicativo de contágio cinco vezes maior da última semana de 2021 para a primeira de 2022, o Estado emitiu nesta terça-feira, 4, aviso a todas as regiões do Rio Grande do Sul pelo Sistema de Avisos e Alertas que monitora a pandemia de Covid-19 em solo gaúcho. Isso não acontecia desde julho no ano passado. Agora, saltamos de 5,7 casos a 1 milhão de habitantes em 26 de dezembro para 75,9 em 3 de janeiro – mesmo se descontarmos o atraso na divulgação dos números por conta dos feriados de final de ano, o aumento ainda é apavorante. 

Se reduzirmos esses números ao micro-cosmo de Canoas e lembrando que eles podem ser até maiores em razão do adensamento urbano em que o município está inserido, significa que tínhamos uma média de 1,75 novo caso de Covid-19 por dia até por volta do Natal e, agora, podemos estar com 26,41. Mesmo a Ômicron, variante que tem demonstrado casos mais leves da doença especialmente em pessoas com o esquema vacinal completo, ainda é um risco que o aumento de casos provoque uma nova pressão sobre o sistema hospitalar dos municípios, especialmente aqui, referência para 159 cidades gaúchas.

Pela manhã, o site G1 divulgou levantamento feito pela Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias informando que em 1º de dezembro eram registrados 5,5% de casos de Covid entre os teste feitos nas redes associadas. Em 2 de janeiro, esse número cresceu para 26,8%. Lembrando que parte da população com plano de saúde e a grande maioria que só conta com o SUS não faz o teste de farmácia, que é pago e custa por volta de R$ 130, mas no postinho e nas centrais de testagem.

Em Capão da Canoa, os casos positivos para Covid-19 subiram de 5% para 50% dos atendimentos: eram 40 em dezembro, são quase 200 agora. E por aqui não é diferente: na UBS Niterói, seis pacientes foram atentidos com sintomas da doença, todos encaminhados para teste e isolamento, com recomendação de que voltassem caso o quadro agravesse ou houvesse falta de ar. Em dezembro inteiro, só uma pessoa apareceu por lá com suspeita de Covid.

Junte os números e lembre-se do que temos visto nas ruas, bares e salões de condomínios nos últimos dias – nem falo em ruas e praias, que são a céu aberto. O cansaço com a pandemia derrotou em nós a guarda alta com os cuidados fundamentais em tempos como os nossos. Em nome de uma diversão que não tivemos, de uma festinha que era 'só essa, juro' ou de um 'vamos lá que só se vive uma vez' partimos de cara limpa – e sem máscara – para esse tudo ou nada contra o vírus que já levou 620 mil brasileiros e levará mais, se não dermos agora um passo atrás. Por a cabeça no lugar é fundamental para que 2022 seja diferente de 2021 e não tenhamos que viver um novo março de hospitais lotados e 468 famílias dando adeus a seus entes queridos em Canoas.

Por todos eles, precisamos nos lembrar de qua a máscara é obrigatória e absolutamente necessária. Seguir cuidados de higiene, manter o distanciamento e ficar atento aos sintomas gripais. Teve tosse, febre ou dor de garganta? Vá ao médico, teste e, por via das dúvidas, se isole. Avise aos que tiveram contato nos últimos dias e peça que testem também.

É hora de reforçarmos a vizinhos, amigos e familiares a importância da vacina. Tem gente que por negacionismo ou ignorância – o que, neste caso, dá no mesmo – refutando a dose de reforço como se ela fosse uma opção política do cidadão. Não é. Uma piadianha na internet que vi hoje apresentava uma cruel verdade sobre os 'refutadores de vacina': em um cartoon, aluno questionava a professora sobre por que haveriam tantos negacionistas contra a campanha de imunização hoje em dia e ouviu dela a óbvia resposta.

– Porque a mãe deles os vacinou quando eram crianças.
 

 

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