BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | A parceria “Melo-Souza” para Porto Alegre e Canoas não abarcarem demandas do Estado na Saúde; a ação metropolitana

Airton com Sebastião Melo: encontro na prefeitura inicia movimento pela Saúde Pública metropolitana. Foto: Divulgação/PMC

Prefeito recebeu colega da capital na manhã desta terça, 18, com pauta única: articulação por uma saída política na crise dos hospitais

Imagens das emergências dos hospitais lotadas são tão cotidianas que a gente nem se espanta mais quando elas estampam a capa dos sites e dos jornais. Em Porto Alegre, a média de ocupação das portas abertas em Saúde é de 300% — ou seja, para cada vaga existente, temos 3 pessoas a ocupá-la. Há casos que passam de 5 para 1, como na UPA Cruzeiro, na Zona Sul da capital.

Em Canoas, o situação não chega a ser tão caótica, mas nem por isso preocupa menos. O HPSC, que funciona no prédio do Nossa Senhora das Graças, está com a emergência cheia: 98% de ocupação. Na prática, significa que se mais duas pessoas precisarem ser internadas por lá, uma terá de ficar no corredor.

Por mais que as prefeituras injetem dinheiro, a conta só cresce — e o recurso não chega. Um eterno ciclo vicioso em que a Saúde custa muito para o ente público que paga e nunca é o suficiente para o cidadão que dela precisa.

Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, está disposto a uma verdadeira cruzada em nome de desatar esse nó. E começou com quem julga ser o principal aliado nessa discussão: Airton Souza, prefeito de Canoas.

Melo já disse que pretende encolher os serviços de saúde na capital se o Estado e a União não ampliarem o aporte à cidade. E justifica. Porto Alegre não recebe apenas pacientes do próprio município; eles vem de praticamente todo o Estado. Mas a maior parte da conta segue sendo apenas do prefeito. 

Exatamente como em Canoas.

Por isso, Airton foi o primeiro a receber a visita de Melo — que já anunciou a intenção de visitar os colegas de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão e Guaíba ainda esta semana. Se tiver Airton ao seu lado, ganha força: é para Canoas que o vem as pessoas de 154 municípios gaúchos que não conseguem resolver seus casos na própria cidade — além do remanescente de Porto Alegre que a capital não dá conta.

O plano “Melo-Souza” implica inclusive na discussão pertinente sobre a criação de um consórcio metropolitano que permita, entre outras coisas, a cobrança de serviços prestados a municípios referenciados. Hoje, essa conta seria do Estado, mas a grana, na prática, não vem a contento. E isso explica a falta de Airton na CICS, em evento com prefeitos da Serra e Região Metropolitana, na terça ao meio-dia, sobre o encontro com Melo e a questão do financiamento da Sa;ude: “não podemos fazer o serviço que o Leite deveria estar fazendo”.

Se a articulação der certo e angariarem também o apoio político dos demais prefeitos metropolitanos, será impossível ignorar o movimento.  

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade