Vacinas

CANOAS | A política de Estado que uniu oposição e governo na Câmara de Canoas – pelo menos por um dia

Vereadores questionam número de vacinas recebidas por Canoas que seria desproporcional ao tamanho da cidade. Foto: Arquivo Seguinte

Vereadores querem saber porque, até março, Canoas recebeu proporcionalmente menos vacinas do que cidades do mesmo porte ou até menores no interior

Recuperado da Covid-19, o vereador Emílio Neto (PT), líder do governo Jairo Jorge na Câmara, ganhou na terça-feira, 13, um aliado inusitado: o líder da oposição, Juares Hoy (PTB). Emílio havia feito em 30 de março um requerimento ao Governo do Estado pedindo explicações para uma desporporcionalidade identificada por ele na distribuição de doses da vacina contra o coronavírus; Juares associou-se ao pleito, conversou com o vice-governador e pediu, inclusive, uma audiência com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, no que ainda não foi atendido.

 

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Os números levantados pelo gabinete do vereador Emílio não são oficiais, mas mostram uma disparidade entre o que Canoas vem recebendo e outros municípios de porte parecido já receberam. Pelotas, por exemplo, tem 343.142 habitantes segundo o IBGE e recebeu 112.375 doses da vacina. Canoas, com 348.208, recebeu 81.219. Santa Maria, com 283.677 habitantes – mais do que 60 mil pessoas a menos do que aqui -, já recebeu 87.415 doses.

Não por acaso, o comparativo de Emílio é feito com prefeituras administradas pelo PSDB, o mesmo partido do governador: Paula Mascarenhas em Pelotas e Jorge Pozzobon em Santa Maria.

Atento à pauta, Juares aproveitou a relação com o vice-governador, Ranolfo Vieira Jr., e já na semana passada pediu uma audiência. Ranolfo prontamente ofereceu o encontro com Arita que, no entanto, ainda não retornou o pedido da Câmara de Canoas. A Juares restou lamentar a "falta de consideração" na sessão de terça e seguir pleiteando o encontro – antes que Emílio cumpra o plano de cobrar o governador Eduardo Leite à porta do Piratini.

"Nós não queremos diferença: só queremos ser tratados como Pelotas", disse Emílio, em um ponto visceral do discurso. "Temos que fazer camisetas e ir lá no Palácio esperar que o governador nos receba, mesmo sem hora marcada; queremos vacina".

Disputas e política à parte, a questão levantada por Emílio e que certamente tem o apoio de Juares é bastante séria. Canoas é terceira economia do Estado, contribuiu não só com o pagamento de impostos, mas com uma rede hospitalar e de assistência em Saúde com mais de uma centena de municípios gaúchos. A cidade tem a maior prevalência do vírus segundo os estudos da EpiCovid, levantamento feito em parceria pelo Governo do Estado com a Universidade de Pelotas e apoio da Unisinos e La Salle por aqui. Maior prevalência significa que o vírus circular mais em cidades como Canoas do que outras que, pelo levantamento do vereador Emílio, receberam mais doses.

O mínimo que merecemos é um tratamento justo.

 

 

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