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CANOAS | Abmael conversa com o PTB: temporada do ‘tête-à-tête’ antecipa janelão do troca-troca

Vereador Abmael recebeu o deputado Elizandro Sabino, do PTB, em sua casa: conversas políticas a esta altura significam, necessariamente, 2024. Foto: Reprodução Facebook

Vereadores abrem discussões sobre rumos para 2024 a procura de partidos onde possam mais facilmente buscar a reeleição; errados não estão

Pelas contas do blog, entre quatro e oito dos 21 vereadores de Canoas vão precisar trocar a camisa e vestir as cores de outros clubes políticos se quiserem um lugar ao sol na ‘champions legue’ que será a eleição de 2024. As regras mudaram, os partidos precisam estar organizados e quem não ‘montar um time’, corre o risco de ficar de fora até do banco de reservas no ano que vem.

Vejamos o caso de Abmael Oliveira, por exemplo. Ele se elegeu pelo Solidariedade em 2020 com o apoio do padrinho de seu filho, o vice-prefeito Nedy de Vargas Marques. Estavam na base de Jairo Jorge. Passados quase três anos, Abmael só joga se for no time da oposição. Há quem garanta que ele espera a já antecipada e nunca confirmada filiação de Nedy ao PSDB para tomar também o seu rumo, mas na sessão que aprovou a abertura do processo de impeachment do vice, ele conversou com o blog. “Está na hora de eu me reinventar se quiser sobreviver”, confidenciou.

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A frase enigmática abre margem para especulações sobre para onde vai o parlamentar. Esta semana, ele recebeu em casa o deputado estadual Elizando Sabino, do PTB. O partido quase beijou a lona em 2022 depois da justificada ruptura do grupo liderado pelo deputado federal Luiz Carlos Busato e a construção do União Brasil, mas parece buscar uma pós-vida no que sobrará do bolsonarismo e seu esquisito diálogo com a extrema-direita, haja visto a origem do PTB no brizolismo socialista dos anos 50 e 60.

Se Abmael vai para o PTB é cedo para garantir, mas também não dá para descartar. A lista de trocas cresce com dois vereadores que encontraram o fim do campeonato nos partidos em que estão: Jonas Dalagna e Juares Hoy.

Jonas Dalagna, não farda mais no time do Novo. O diálogo com o PP está adiantado e vereador de primeiro mandato foi cotado, inclusive, para concorrer a prefeito. A se confirmar a aliança de governo com Jairo Jorge para a eleição, deve ser convencido a renovar o mandato. Também se cogita que pode ser o ‘grande eleitor’ do tio de sua esposa, o empresário e presidente do MACA Giovani Rocha.

Juares Hoy, por outro lado, até pode ficar no PTB – mas o mais provável é que engrosse a base de Busato no União Brasil. A nominata do PTB está longe de ser consolidada; parece um curioso caso de falta de ‘preparo físico’ político: a seguir como está, o PTB não terá fôlego para eleger ninguém em 2024. Preocupante.

Nessa toada, Eric Douglas também deve deixar o PTB. Atualmente aliado do governo, o mais provável é que assine um sigiloso pré-contrato com um partido da base. Laércio Fernandes já saiu: eleito pelo PTB, hoje está no Podemos. Era onde queria estar, mas fará as contas para não ficar no Z4 da eleição uma vez que ninguém pode confirmar que o partido terá nominata capaz de eleger um vereador no ano que vem.

O Avante, que elegeu Gilson Oliveira e recebeu Márcio Freitas, egresso do PDT, deve ficar como está. Márcio foi o mais votado em 2020 e manteve a liderança de votos na cidade na eleição de 2022. O plano dele, nunca escondido, é o de concorrer a prefeito ou a vice; no entanto, depende da composição que se dará entre os partidos aliados, o que pode colocá-lo na corrida pela Câmara mais uma vez. Nesse caso, a montagem da nominata do partido irá se socorrer nas ‘categorias de base’: a aposta deve ser na turma que embora não tenha experiência nas urnas, trabalhou e escolheu o partido para chamar de seu.

A vermos: quanto a saída de Nedy impactará no tamanho do Avante?

Fechando o grupo das especulações, Adriano Agitasamba. O vereador não tem muito ‘a cara’ do PL neo-bolsonarista. Assinou ficha em 2019 em um partido pequeno de centro, na época, catapultado à fórceps para o meio do embate ideológico com a filiação do ex-presidente no ano passado e a adesão de parte do Democratas parceiros de Onyx Lorenzoni. O presidente do partido, Heider Couto, não considera que a sigla esteja no governo Jairo Jorge, mas Adriano, sim; e e isso deve ser o empurrão que falta para que na próxima janela haja, no PL, também uma baixa.

Confira a movimentação de cada vereador em relação a troca ou permanência nos partidos em que estão:

Airton Souza: fica no MDB. Está no grupo político do deputado estadual Juvir Costella, de Esteio, e do vice-governador Gabriel Souza. Pôs o nome à disposição do partido para concorrer a prefeito ou participar de uma composição como vice.

Abmael Oliveira: não fica no Solidariedade. O mais certo é que escolha uma sigla de oposição em parceria com o vice-prefeito Nedy de Vargas Marques, de quem é ‘compadre’.

Aloísio Bamberg: fica no PP.

Adriano Agitasamba: está no PL, mas tem rumo indefinido a partido de março do ano que vem. Parece mais provável que troque o partido por alguma sigla da base aliada ao paço.

Alexandre Gonçalves: fica no PDT.

Cris Moraes: fica no PV.

César Mossini: fica no MDB, mas não na base do governo Jairo Jorge. A se manter essa condição, pode abrir um diálogo com Nedy para formação de um novo partido, como o PSDB.

Pastor Duarte: fica no Republicanos.

Emílio Neto: fica no PT.

Eracildo Link: fica no MDB.

Eric Douglas: não fica no PTB. A opção mais provável é por um partido da base de apoio de Jairo Jorge.

Gilson Oliveira: está no Avante, mas não tem garantias, hoje, de que o partido fará uma nominata competitiva capaz de eleger o campeão de votos Márcio Freitas e ter espaço para um segundo eleito – o próprio Gilson, no caso. Se sair, será para um partido da base aliada a Jairo Jorge, apesar das convicções ideológicas conservadoras que mantém.

Jefferson Otto: fica no PSD.

Jonas Dalagna: no Novo não fica. Hoje, responde a um sem-pé-nem-cabeça processo de expulsão e seu caminho mais provável é o PP. Está disposto a concorrer a prefeito se o partido desejar.

José Carlos Patrício: fica no PP.

Jozir Bernardes, o Patteta: fica no PSD.

Juares Hoy: não é certo que saia do PTB, mas também não dá para garantir que fica. Bolsonarista por convicção, pode escolher uma sigla com este viés para disputar um novo mandato na Câmara. Se optar por uma relação local que mantém com Luiz Carlos Busato e migrar para o União Brasil, será bem recebido.

Leandro Moreira, o Leandrinho: fica no PSD.

Laércio Fernandes: eleito pelo PTB, migrou para o Podemos ainda em 2021. Está feliz com a parceria, mas ninguém tem certeza de que o partido fará bancada na eleição do ano que vem. Se trocar de sigla, será por uma aliada ao passo – até o União Brasil lhe serve.

Maria Eunice: fica no PT.

Márcio Freitas: deixou o PDT em 2022 e está no Avante. Em princípio, fica. Deve ser o ‘cartola’ do partido para a eleição de 2022 – concorrendo à Câmara novamente ou compondo chapa como vice ou candidato a prefeito.

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