ELEIÇÕES 2022

CANOAS | As chances de Busato ser vice de Leite mudaram; a crise no MDB, o ‘vô tá on’ e o exercício da grandeza

Busato recebeu Eduardo Leite e o governador Ranolfo Vieira Jr. esta semana para confirmar apoio do União Brasil ao PSDB. Partidos, agora, aguarda definições no MDB para superarem impasse sobre vice. Foto: Divulgação UB

Cautela com que Busato trata do assunto tem sido determinante para o ex-prefeito não tenha sido descartado pelo candidato à reeleição

Pode procurar: você e eu não encontraremos uma declaração de Luiz Carlos Busato afirmando ou mesmo insinuando que seria vice de Eduardo Leite nas eleições de outubro. Ao contrário, sempre que perguntado, disse que concorreria a deputado federal.

O que haviam era indícios, especulações e uma forte corrente indicando que, sim, era Busato o ‘ficha 1’ para ocupar o posto caso o MDB mantivesse o pé firme em uma candidatura própria. A postura do ex-prefeito canoense teve a dupla vantagem de não antecipar um cenário que, eventualmente, não se concretiza e, ainda, estimular a busca pela parceria essencial do MDB – partido sem o qual Eduardo Leite vê diminuírem as chances de reeleição, especialmente em um segundo turno que tem tudo para ser disputado palmo a palmo.

Não atirar-se à ilusão da vice é o tal exercício de grandeza que reflito no título desse post.

Busato não precisa de um elogio gratuito, mas quem vê a política com os olhos de quem tem o dever que contar as notícias – vale dizer porque é um valor escasso -, o que salta à vista na postura ‘vô tá on’ que o ex-prefeito desempenha no cenário estadual é que o credencia a manter-se até agora como ‘o favorito’ na disputa pelo vice.

Até agora, porém.

Semana passada, o presidente do MDB nacional, Baleia Rossi, veio ao Estado e reuniu com lideranças do partido. Retomou o discurso da parceria com PSDB nacional e a importância de um apoio ao candidato tucano por aqui. Disse que não quer briga e que respeitaria a decisão local – a típica conversa de quem sabe o resultado da discussão. E sabia. Por 9 a 2, a executiva do MDB topou uma rodada de conversa com Leite. Os dois contrários foram Patrícia Alba, esposa do ex-prefeito de Gravataí, Marco Alba, um sempre defensor da candidatura própria, e Osmar Terra, bolsonarista e terraplanista de primeira hora.

A conversa no MDB não é uma adesão automática, mas indica que a maioria das lideranças no comando do partido está disposta à negociar um recuo de Gabriel Souza. Ainda esta semana, em conversa com a GBC e o blog, o deputado federal Alceu Moreira e postulante ao Piratini até dezembro passado disse que esse grupo pró-Leite é majoritário na direção do MDB e que nem ele, nem José Ivo Sartori, estão dispostos a enfrentar uma desgastante discussão interna se o candidato do partido não for escolhido em prévias – o que, convenhamos, não há mais tempo hábil para fazer.

No sábado, porém, a contra-ofensiva em favor da candidatura própria veio de outro flanco: os ex-governadores Pedro Simon e o próprio Sartori, ao lado do prefeito da Capital, Sebastião Melo, assinaram uma carta ao partido dizendo que o MDB não pode abrir mão de disputar o Piratini em 2022.

É a crise no MDB, que reflito no título deste post.

Há uma semana do início do período de convenções partidárias, o quadro ainda não é definitivo para Busato. A crise com o MDB inevitavelmente o levará a vice de Eduardo Leite; do contrário, a pacificação melhora o tira dela – mas garante melhores chances de vitória. Paciência, nessas horas, e chá de camomila. Não esperem de Busato pressa. Até porque, mesmo se não for o vice, vai ficar ‘grandão’ com Leite.

É o ‘vô tá on’ que reflito… você sabe.

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