Reunião entre Sindicato dos Professores e a Educação acerta em adiar o retorno às aulas presenciais
Preocupação de dez em dez pais, o retorno às aulas presenciais foi adiado em Canoas nesta quinta-feira, 11. Reunião entre o Sindicato dos Professores, o Sinprocan, e o staff da Secretaria de Educação esclareceu os passos e os movimentos para o início do ano letivo, no início de março.
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Assim, as aulas voltam – mas somente na modalidade de ensino remoto. A decisão, vale ressaltar, vale apenas para a rede municipal de Canoas. Escolas privadas podem abrir desde que seja respeitado os limites do distanciamento e as regras sanitárias contra a proliferação da Covid-19.
Preocupação do Sinprocan com retorno ainda em março é falta de segurança com a pandemia à plenos pulmões. A vacinação, que promete resolver o problema do contágio, ainda não chegou aos docentes – muito menos aos alunos. Eles, aliás, podem nem receber: menores de 12 anos tem indicação negativa para uso das vacinas até agora testadas no país. Com professores e toda a comunidade escolar circulando mais por ambientes restritos, o temor – legítimo – de que a onda de contágio se transforme em um tsunami, cresce.
"Sem vacina não dá", lembra o presidente do sindicato, o professor e ex-árbitro Júlio César Santos.
O exemplo de Campinas
Júlio tem razão. Na cidade Campinas, que fica no interior de São Paulo, o surto de Covid-19 nas escolas particulares freou a volta às aulas. E já afeta a cidade inteira.
Por lá, o ensino privado voltou à ativa em 25 de janeiro. Dez dias depois, 34 professores da escola Jaime Kratz testaram postivo para o novo coronavírus, com pelo menos seis internações – um na UTI. Nesta sexta-feira, 12, já eram 39 os professores contaminados e oito alunos.
Na quarta-feira, outras duas escolas resolveram fechar as portas e dar aulas remotamente para evitar um surto desenfreado da doença. Entre elas, o centário Liceu Salesiano. Por lá, são 12 os contaminados, entre alunos e professores. O colégio Oficina registrou a morte de uma professora com complicações da Covid, mas informa que ela sequer chegou a participar das atividades preparatórias para a retomada do ano letivo. As informações são do jornal Correio Popular.
No total, cinco escolas de Campinas suspenderam o retorno presencial menos de duas semanas após receberem seus alunos para o que parecia ser o 'normal' de 2021.
Escolas públicas, por lá, mantiveram as aulas presenciais com rodízio de alunos. Entre professores da rede pública, há pelo menos 16 casos de contaminação de Covid-19. Entre os alunos, os números não estão apurados.
Por fim, resta dizer que é acertada a decisão de iniciar o ano letivo de 2021 de forma remota na rede pública, mas o alerta de Campinas vale também para a rede privada. Mesmo diante de melhores condições para atender às exigências sanitárias, basta um assintomático para que a contaminação comece. E, por vezes, não seja percebida antes que vire um surto.
Em Canoas, a Prefeitura promete que vai testar todos os professores. EPIs e álcool gel já estão nas escolas – todos precisam usar máscara no interior das instituições e evitar exposição em locais de uso comum, como refeitórios, por exemplo. Bebedouros estão proibidos – cada aluno dele levar sua água de casa, em uma garrafinha plástica de uso individual. São recomendações, precisam ser seguidas por todos para que tenham eficiência – algo que, em algum momento faltou em Campinas.
O exemplo de lá deve nos servir de alerta e lição. E vale para o La Salle e para o General Neto, sem distinção.