Sem novo aporte da União, serviços no HU e no HPSC podem sofrer descontinuidade. Dívidas, somadas, remontam a R$ 27 milhões
Canoas está pedindo R$ 1,5 milhões ao mês a mais do que recebe hoje, cerca de R$ 13,4 milhões, para financiar os serviços dos hospitais com sede na cidade – o Pronto Socorro, o Hospital Universitário e o Nossa Senhora das Graças. O valor consta do ofício encaminhado pelo prefeito Jairo Jorge à ministra da Saúde, Nísia Trindade, ainda na segunda-feira, 2. Na quarta, 4, JJ esteve em Brasília para seguir tratando do assunto, considerado uma urgência da Saúde local haja visto que a dívida, só do HU, remonta a R$ 27 milhões.
JJ pede, ainda, que o reajuste seja retroativo à janeiro e que, portanto, o município receba um aporte de mais de R$ 13,5 milhões do acumulado nos nove primeiros meses do ano – quase um ‘décimo-terceiro’ para a sanidade financeira dos hospitais.
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O pedido é justo, como comentei no post JJ e Busato estão certos na busca por mais repasses da União para hospitais: o teto MAC e o ‘pix’ que remedia e não resolve, e será analisado com a devida urgência – pelo menos é o que garantiu ao prefeito o secretário executivo das Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o secretário especial de Assuntos Federativos, André Ceciliano. Eles estiveram com Jairo no final da tarde de quarta no Palácio do Planalto.
O R$ 1,5 milhão pedido por JJ não é um valor ao acaso. No estudo feito pela Secretaria da Saúde e pela Secretaria Especial de Gestão Hospitalar, uma uma série de dados que comprovam a ‘produção’ dos hospitais, ou seja, o efetivo cumprimento dos atendimentos correspondentes ao novo valor proposto. Assim, a justificativa do aumento é, ao mesmo tempo, o argumento para o seu aceite: os hospitais de Canoas estão, de fato, com os repasses defasados.
O ofício enviado ao Ministério da Saúde também está nas mãos dos deputados federais Luiz Carlos Busato (União Brasil), que acompanha a questão de lupa, e Dionilso Marcon (PT), com que Jairo se encontrou na manhã de quarta, em Brasília. O documento sustenta, ainda, que as perdas provocadas pelo Programa Assistir levam o financiamento do HU e do Pronto Socorro a uma situação de colapso. A ‘tesourada’ do Estado em relação a estes hospitais é de R$ 21 milhões. Não precisa ser um grande entendedor de matemática para saber que é impossível manter o mesmo serviço se o dinheiro que entra encurta – e nem estamos falando da necessidade de ampliar grande parte dos atendimentos, como cirurgias e procedimentos represados em razão da pandemia.