Rodrigo Mota, o 'ficha 1' do antigo Democratas em Canoas, se despede do partido para engrossar as fileiras no PL – para onde Bolsonaro já foi e está levando Onyx
Quem o conhece, sabe que deve ter sido quase com um nó na garganta que o músico, jornalista e quase formado administrador Rodrigo Mota publicou nota nas redes sociais nesta terça-feira, 8, se despedindo de sua 'alma matter' na política, o Democratas. O partido que conseguiu homologar no TSE a fusão com PSL ainda na noite de terça e se transformou em União Brasil não tem mais espaço para os bolsonaristas de primeira ora, como é o caso do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, o padrinho de Mota, e dele próprio, um exemplar defensor do capitão-presidente.
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Lembrando o antigo PFL e nomes como o do ex-vereador por oito vezes na capital, Reginaldo Pujol, Mota deu um 'tchau, querida' ao DEM dizendo que 'perda' é o sentimento que fica em relação ao partido gaúcho – numa clara referência à antipatia que o grupo de Onyx sente pela decisão da maioria nacional em fusionar com os neo-direitistas do PSL e formar, da noite para o dia, o maior e mais rico partido do Brasil.
Mota deve se filiar ao PL em ato marcado para 22 de março – lembrando que 22 é o número eleitoral do PL. Nessa data, Onyx também assina ficha e deve ser lançado pré-candidato ao Piratini pela sigla. Até lá, o partido buscar resolver o impasse que é a candidatura do senador Luiz Carlos Heinze, já posta na corrida pelo Governo do Estado. Onyx reivindica o posto como 'o candidato do Bolsonaro' e, sabem todos, não há espaço para dois nesse guarda-chuva ideológico.
O plano do PL é espalhar pelo Estado a campanha 'BolsOnyx' e vencer no Sul com o eleitorado que quer repeteco do caapitão no mais alto cargo da República.
A seguir, a nota de Mota:
Hoje chega ao fim o partido Democratas, o antigo PFL.
Hoje chega ao fim minha trajetória como presidente do partido em Canoas e na Executiva Estadual.
Aqui no RS, liderados por Onyx Lorenzoni, fomos SEMPRE diferentes, mantivemos as raízes liberais e NUNCA nos vendemos aos "grandes" partidos que dominavam o Brasil.
Aqui no RS, com Reginaldo Pujol, mantivemos a coerência e a retidão.
Aqui no RS, com Rodrigo Lorenzoni e Eric Lins, somos referência de luta pelas liberdades, seja ela econômica ou individuais.
Meu único sentimento de "perda" é justamente pelo PFL/DEM gaúcho.
Agora vem a parte boa, nosso grupo não vai desaparecer com a sigla. Pelo contrário, nossa migração em massa para o Partido Liberal nos deixará muito mais fortes.
As eleições vitoriosas, se Deus quiser, de Onyx governador e Bolsonaro mais 4 anos mostrarão isso. Uma nova casa, uma nova história…e uma nova chance para o RS e o Brasil… nascem com a morte do Democratas.