Transparência

CANOAS | Câmara compra ’caminhonetão’ de quase 240 mil

Empresa de São Paulo venceu pregão para vender à Câmara de Canoas uma pick up 4×4 a diesel que vai custar aos cofres do legislativo R$ 238 mil

A Câmara de Canoas acaba de comprar um novíssimo veículo – e não é qualquer veículo, diga-se de passagem. Trata-se de uma picape a diesel, com tração nas quatro rodas, cabine dupla e todos os ítens de conforto e luxo de série. 'Completinha', diria qualquer comercial por aí. Tem até capota marítima e tapetes emborrachados, como exige o termo de referência anexo ao edital. E sabe quanto tudo isso vai custar aos cofres do lesgislativo? R$ 238.100,00, à vista.

 

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A empresa vencedora do pregrão eletrônico promovido junto à plataforma do Banrisul é da cidade de Cruzeiro, em São Paulo. Embora seu CNPJ tenha como atividade principal a incorporação de empreendimentos imobiliários, a empresa já vendeu veículos novos para uma série de órgãos públicos em todo o Brasil. Entre eles, a Prefeitura de Rio Grande, a Universidade do Tocantins e o Tribunal de Contas do Maranhão.

A entrega da nova picape da Câmara está aprazada para 90 dias a partir de 22 de outubro, quando a licitação foi conlcuída e homologada.

Há dois dias o blog vem tentando contato com o presidente da Câmara, vereador Márcio Freitas (PDT), para saber que uso será dado a um veículo tão caro. Ele, no entanto, ainda não retornou as ligações. Nesta sexta-feira, também enviamos um e-mail com os mesmos questionamentos ao endereço do protocolo do legislativo canoense. A resposta deve chegar nos próximos dias e, claro, o blog vai repercutir.

Vereadores usam o prórprio carro

Embora a Câmara tenha um veículo oficial, os vereadores costumam usar seus carros particulares para os deslocamentos em razão do mandato. Os gastos com esses deslocamentos não são ressarcidos pela Câmara. Servidores do parlamento também usam o carro oficial para deslocamentos – mas essas viagens a trabalho diminuíram bastante em tempos de pandemia.

Vale lembrar que ainda no início de 2020, o então presidente José Carlos Patrício cortou a verba mensal destinada às correspondências dos vereadores. Uma das justificativas é que a pandemia havia acelerado os procedimentos de protocolo eletrônico, especialmente em órgãos e entidades públicas. Com isso, a necessidade de enviar documentos físicos praticamente se exauriu. Reuniões e participações em eventos, dentro e fora do município, também foram substituídas por encontros online. As sessões da Câmara, por exemplo, seguem nesse sistema e só devem ser retomadas oficialmente no plenário em 2022.

A pergunta que fica é: porque a Câmara de Canoas, então, precisa de uma pick up 4×4 de quase R$ 240 mil? 

 

 

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