Manhã desta quarta, 18, é de apreensão em todo o lado Oeste de Canoas, que enfrenta problemas com ruas alagadas
A chuva da madrugada que não deu trégua e a previsão de pelo menos 75mm para a quarta-feira, 18 — pouco mais da metade dos 130mm previstos para todo o mês de junho —, já provocam transtornos em Canoas. De acordo com a Defesa Civil, 89 pessoas tiveram que deixar suas casas na manhã desta quarta devido a alagamentos que atingem cerca de 35% da cidade. Bairros do lado Oeste, que sofreu a enchente histórica de maio de 2024, estão entre os mais impactados.
Por volta das 9h, a Secretaria da Educação informou o cancelamento das aulas em todas as escolas do lado Oeste e, cerca de uma hora depois, cancelou também as atividades do lado Leste da cidade. A dificuldade de circulação pela cidade foi apontada como justificativa para a decisão. O 3º Conexão Inovação Canoas, que aconteceria na Ulbra, e a 18º Caravana de Empregos e I Feira de Empregabilidade e Cidadania, foram adiados em razão das chuvas.
Na Avenida Rio Grande do Sul, a principal do bairro Mathias Velho, há trechos em que já não é possível transitar de carro. A água está pela altura dos joelhos. Há pontos com alagamentos também no Harmonia, Rio Branco e Fátima.
Importante: não é uma enchente
Canoas, sim, sofre um novo alagamento — mas isso não é uma enchente; sequer há sinais de que um evento trágico como o de 2024 esteja perto de se repetir.
Duas situações explicam o que está acontecendo na cidade nesta quarta, 18. A primeira delas é, por óbvio, a chuva. A previsão para esta quarta é de 75mm de precipitação em Canoas — repito, pouco mais da metade esperada para um mês como o de junho, quando costuma chover cerca de 130mm. Chuva intensa acumula mais água sobre a cidade — o que nos leva a segunda — e mais importante — questão do alagamento: não temos um sistema eficiente de escoamento desde maio de 2024.
A enchente do ano passado ‘assoreou’ toda a tubulação do esgoto pluvial — aquela que coleta a água das chuvas e leva até as valas das casas de bomba ao longo dos diques. O assoreamento é a sedimentação de detritos dentro da tubulação. Em alguns trechos, essa sedimentação está tão sólida que o cano parece fechado com concreto. E, por isso, a água não passa.
Se a água não passa pelo cano, o caminho dela é por cima da rua, por dentro dos pátios e, eventualmente, dentro das casas.
Observar, ficar atento e não se alarmar
Nesse momento, o importante é acompanhar as informações sobre a elevação do alagamento. Quem já estiver com água no pátio e tiver onde se abrigar em locais mais altos, deve sair. A previsão é de que a chuva mais intensa siga até esta quinta, 19 — depois, o tempo volta a ser seco na região e os transtornos serão atenuados.
A prefeitura tem um abrigo no Ginásio São Luís, que fica na Rua Engenheiro Rebouças, Nº 1000, bairro São Luís. É possível chegar lá com a ajuda da Defesa Civil ou por conta própria. A Defesa Civil pode ser contatada através do número (51) 98255 0805.
O abrigo tem capacidade para até 150 pessoas e conta com acomodações, banho e alimentação. Os pets são permitidos e a Secretaria de Bem-Estar Animal está atuando no local.
Nas ruas, caminhões de hidrojateamento estão fazendo a desobstrução dos bueiros e tubulações. Importante: prefeitura garante que todas as casas de bomba estão em atividade. Assim que a chuva diminuir, a tendência é que a água baixe rapidamente — mas é preciso fazê-la escoar; por isso, hidrojateamento segue na pauta. Vale lembrar que só do lado Oeste da cidade são mais de 350 quilômetros de ruas, todas elas com o esgoto pluvial assoreado. Não é fácil, não é rápido nem barato resolver tudo isso.
Na sequência, novas informações.
