Governo estima dívida superior a R$ 12 milhões – quase a receita de um mês inteiro no Hospital Universitário. Cirurgias eletivas estão suspensas por 10 dias
Em nota à imprensa, o Hospital Universitário de Canoas, o HU, informou na manhã desta quinta-feira, 27, que estão suspensas por 10 dias a realização de cirurgias eletivas, aquelas feitas com agendamento prévio. A instituição garante que seguirá atendendo a emergência obstétrica, retaguarda pediátrica e outras urgências. A Maternidade continua funcionando normalmente, assim como as consultas e exames.
“Apesar de todos os esforços da Prefeitura de Canoas para reverter a situação neste momento, a medida foi necessária em decorrência do quadro financeiro do HU. Hoje, o hospital acumula uma dívida de mais de R$ 12 milhões, em razão do não repasse de R$ 18 milhões pela Prefeitura, causado pela demora na assinatura do aditivo ao contrato, ainda em 2022”, justifica a nota.
Para se ter uma ideia do que representa esse valor, a despesa do HU é, hoje, de R$ 14,7 milhões por mês. O texto lembra, ainda, que a retomada do governo em 28 de março identificou um déficit de cerca de R$ 170 milhões que vem sendo enfrentado com cortes em contratos vigentes, um REFIS extraordinário e uma política de ‘lupa’ nos gastos: nada sai sem um ‘ok’ da Junta de Orçamento e Administração, a JOA.
“Para amenizar os transtornos à população, ações estão sendo adotadas em conjunto com a rede assistencial do município. A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população, em casos mais simples, procure as unidades básicas de saúde, a fim de evitar a sobrecarga de atendimento nas UPAs e nos hospitais, deixando essas instituições apenas para os casos mais graves e urgentes”, finaliza a nota.
Comento.
O assunto deve pautar a fala dos vereadores na sessão desta quinta, à tarde. Se não pelo assunto em si, pela relação que guarda com o pedido de impeachment aprovado contra o vice, Nedy de Vargas Marques. E será assim pelos próximos meses, acreditem. Além da decisão política sobre cassar o mandato ou não do novo desafeto do paço, está a guerra da narrativa.
Nela, não ganha quem fala mais alto, mas quem contextualiza melhor.